60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

O USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO RECURSO TERAPÊUTICO: VISÃO DOS ENFERMEIROS EM RELAÇÃO À PREVENÇÃO E O TRATAMENTO DE PATOLOGIAS

Jamile Carvalho Rodrigues1
Carla Doralice Alves da Silva1
Leandro Dobrachinski2

1. ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM - FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS - FASB/BA
2. DOCENTE - FARMACÊUTICO/BIOQUÍMICO - FASB/BA - ORIENTADOR


INTRODUÇÃO:
O uso terapêutico das plantas medicinais na saúde humana constitui-se como prática milenar, historicamente construída na sabedoria do senso comum que articula cultura e saúde, uma vez que esses aspectos não ocorrem de maneira isolada, mas inseridos num contexto histórico determinado (ALVES; SILVA, 2006). Dessa forma a Resolução da Diretoria Colegiada no. 48/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, conceitua Fitoterápicos como medicamentos preparados exclusivamente com plantas medicinais ou partes destas, que possuam propriedades reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico de tratamento sintomático de doenças, validadas em estudos etnofarmacológicos, documentações tecnocientíficas ou ensaios clínicos. Quanto a vertente que trata do respaldo legal ao exercício profissional das práticas alternativas a Resolução 197/97 do COFEn “estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de enfermagem”. Nesta avaliação, isso representa um sinal de que praticar o cuidado de enfermagem aplicando plantas medicinais possui o respaldo do órgão normatizador da profissão. Neste contexto as plantas medicinais estão sendo aplicadas cientificamente, adquirindo espaço na atuação dos profissionais de saúde no campo da enfermagem no âmbito preventivo e curativo auxiliando no cuidado prestado a saúde das pessoas. Por conta disso definiu-se como objetivo do estudo conhecer a visão dos enfermeiros em relação à prevenção e o tratamento de patologias, tendo como recurso terapêutico os Fitoterápicos.

METODOLOGIA:
O presente estudo é de natureza exploratória, com abordagem quantitativa, sendo que para a coleta de dados foram aplicados formulários semi-estruturados no ano em que se segue. O instrumento foi composto por seis questões. Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiros, totalizando dez pesquisados, selecionados através de sorteio. Realizou-se estudo-piloto com a primeira etapa do formulário para validar o instrumento e estabelecer a redação definitiva. Durante a coleta, análise e utilização dos dados manteve-se respeito aos aspectos éticos de acordo com a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Os valores foram agrupados e tratados através da estatística descritiva. Em seguida, foram distribuídos em tabelas e gráficos e analisados à luz de multireferencias.

RESULTADOS:
Os resultados apontam que cem porcento dos enfermeiros pesquisados acreditam na eficácia dos fitoterápicos no tratamento e prevenção de patologias. Quanto ao uso e aplicação da fitoterapia no âmbito hospitalar e domiciliar 40% dos sujeitos da pesquisa afirmaram que já fizeram uso nesses ambientes. No que diz respeito ao benefício no tratamento, 60% já constataram que houve melhora com associação de fitoterápicos e fármacos. Tendo ainda 70% dos enfermeiros relatado que indicariam as plantas medicinais na profilaxia e tratamento de doenças. Com base na importância do emprego terapêutico nos cuidados de enfermagem 70% descrevem que possui menores efeitos colaterais e reações adversas, diminuindo o risco de intoxicação comparada aos fármacos. Em relação às diversas formas de fitoterápicos, as citadas e seus respectivos exemplos foram que 80% fazem uso de chás, como: erva-cidreira, pata-de-vaca, boldo. Já as compressas 40% utilizam, tais como: alfazema, camomila e anis. No que se refere às inalações 50% faz uso de eucalipto, gengibre e umburana. Observou-se ainda que 60% utilizam o cataplasma, tendo como exemplo: mentruz; batata. Já o gargarejo 30% utilizam como ruma; vinagre e sal. No que se trata dos xaropes 50% fazem uso de ipeca; própolis com mel e agrião.

CONCLUSÕES:
Constatou-se que a Fitoterapia pode ser utilizada como prática concreta para garantir sua legitimidade, especialmente por enfermeiros, a ponto de torná-la um exercício aplicável no seu espaço público-profissional. Evidenciou com o estudo que os enfermeiros estão buscando um conhecimento mais amplo, a respeito da Fitoterapia, tendo assim uma visão diferenciada dos cuidados de enfermagem através nesta abordagem terapêutica. Com isso percebe-se um enorme avanço no tratamento e prevenção de patologias com a utilização das plantas medicinais, tendo o potencial de controlar, prevenir a doença em larga escala e de contribuir para a melhoria do serviço de saúde e condições de vida. Assim, a utilização de plantas com fins medicinais vem surgindo como um campo promissor para pesquisas e ações de educação em saúde, visando fornecer subsídios científicos para o uso seguro e apropriado de plantas e seus derivados. Sendo essa ação um espaço propício para uma prática que pode ser desenvolvida pelo enfermeiro.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Fitoterapia, Enfermagem, Tratamento.

E-mail para contato: jamilerodriguesca@gmail.com