60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

OS PROCESSOS FORMATIVOS DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL, A PESQUISA E AS EXPERIÊNCIAS ADVINDAS DA MONITORIA, COMO EIXO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS INCLUSIVAS.

Cíntia Souza ALVES1
Davieli Chagas BREDA1
Haila Lopes de SOUSA1
Maria Aparecida Santos Côrrea BARRETO2

1. Aluna do Curso de Pedagogia – Centro de Educação/ UFES
2. Professora Doutora/Orientadora PPGE - CE/UFES


INTRODUÇÃO:
Tendo em vista que, a LDB nº 9.394/96, o Plano Nacional de Educação, a Declaração de Salamanca (1994) e o Referencial Curricular para a Educação Infantil – estratégias e orientações de crianças com necessidades educacionais especiais – apontam diretrizes que favorecem uma educação em que todos estejam incluídos em escolas regulares, recebendo um ensino sob medida para suas necessidades educacionais. Os documentos retratam a articulação entre as áreas de Educação Infantil e Especial, investindo em ações que favoreçam o propósito da Educação Inclusiva. Nosso interesse de investigação manifesta-se nesse contexto de educação inclusiva e têm origem na urgência de propostas/diretrizes que contribuam com as reflexões e as ações pedagógicas para a permanência da criança com deficiência na escola regular, matriculadas no Centro de Educação Infantil (CEI) CRIARTE vinculado ao Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Nosso objetivo é investigar os processos formativos de professores que atuam na educação infantil com crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, tendo a pesquisa e as experiências advindas da monitoria, como eixo do processo de construção de práticas inclusivas.

METODOLOGIA:
Para atender as indagações propostas neste estudo à metodologia usada é de natureza qualitativa, do tipo estudo de caso etnográfico com vistas à pesquisa ação. O aporte teórico é fundamentado nas produções sobre formação de professores que consideram a teoria do professor como intelectual crítico-reflexivo e a via para a construção de práticas inclusivas por meio trabalho colaborativo. Durante o ano letivo de 2007, cada monitora acompanhou cotidianamente, das 13 às 18 horas, uma sala de aula que tinha entre seus alunos regulares, pelo menos, um aluno com necessidades educacionais especiais, de preferência de base orgânica. Permaneciam cinco dias da semana, a fim de realizar um processo de observação participante atravessado por uma ação mais propositiva e quinzenalmente, participavam de reuniões/planejamento do grupo de pesquisa no Centro de Educação, que envolviam também, estudantes do curso de Pedagogia e mestrandas do PPGE que potencializavam o processo de monitoria como pesquisa, nos permitindo analisar os modos como a CRIARTE entende a educação de seus alunos e estrutura as suas práticas sociais e educativas cotidianas na Educação Infantil.

RESULTADOS:
O processo formativo vivido pela participação conjunta em pesquisas entre o Centro de Educação e a CRIARTE e as experiências advindas da monitoria, como eixo do processo de construção de práticas inclusivas romperam com a dissociação entre teoria e prática. É importante ressaltar a integração entre os participantes deste processo, que constantemente buscam na relação dialógica a troca de experiências vividas por meio da formação inicial e continuada. No processo de desenvolvimento da pesquisa e da monitoria observamos um avanço significativo no processo de desenvolvimento das crianças como um todo. Quanto ao processo de formação acadêmica, pudemos rever conceitos e comprovar algumas teses estudadas durante o curso de Pedagogia, aprimorando assim nossos conhecimentos. Ainda, em nossas reflexões consideramos que o repensar as práticas educativas requer uma avaliação permanente do projeto de educação que se quer para a Educação geral e, em particular, para a Educação Infantil e que, para tanto é fundamental trabalhar visando a perspectiva de uma Escola Reflexiva.

CONCLUSÕES:
No processo investigado destacamos que se faz necessário um esforço de reflexão-crítica sobre as nossas escolas com vistas a um processo de inclusão que ofereça oportunidades de ensino e de aprendizagem a todos indistintamente, respeitando a diversidade de seus alunos. É preciso fomentar a construção de um novo olhar sobre as diferenças e construir outras bases de reconhecimento e participação da criança entre o político para além das regras culturais de uma matriz hierárquica e autoritária que confere a universalidade da lei e dos direitos um privilégio de determinados grupos sociais. Nesse sentido, considerando as nossas fundamentações teóricas, esta pesquisa vem apontando como fundamentais para a formação inicial e continuada docente: a não dicotomização da formação; a pesquisa como eixo da formação do professor; o aprofundamento teórico/prático como imprescindível para a reflexão crítica; a ética como a base para a atuação do docente e o reconhecimento que as crianças são sujeitos históricos e como tais, possuem interesses válidos, valores pertinentes e demandas legítimas.

Instituição de fomento: PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES).



Palavras-chave:  Processos Formativos, Educação Infantil, Práticas Inclusivas

E-mail para contato: cintyarsouza23@hotmail.com