60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal

CULTIVARES DE ALFACE SUBMETIDOS A EXTRATOS AQUOSOS DE CASEARIA SYLVESTRIS SW.

Priscila Ambrósio de Oliveira1
Silvane Vestena1, 2

1. Faculdade de Minas - FAMINAS
2. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Marcelina - FAFISM


INTRODUÇÃO:
A alelopatia pode ser definida como um processo pelo qual o produto do metabolismo secundário de um determinado vegetal é liberado, impedindo a germinação e o desenvolvimento de outras plantas relativamente próximas. Os efeitos alelopáticos são mediados por substâncias que pertencem a diferentes categorias de compostos secundários. Muitas substâncias apontadas como alelopáticas estão também relacionadas com funções de proteção ou defesa das plantas contra ataque de microrganismos e insetos. Dentre as espécies com potencial alelopático está a guaçatonga (Casearia sylvestris Sw.). Com isso, o objetivo do trabalho foi verificar o efeito alelopático da guaçatonga sobre a germinação e crescimento de três cultivares de alface (Lactuca sativa L. cv. regina, L. sativa L. cv. simpson e L. sativa L. cv. grand rapids).

METODOLOGIA:
Folhas de guaçatonga foram coletadas em Muriaé, MG. O material fresco foi colocado em estufa a 50ºC, por 72 horas, obtendo-se o material seco. Para os testes de germinação foram usadas sementes de três cultivares de alface (regina, simpson e grand rapids). Para a obtenção dos extratos aquosos, o material seco na concentração de 1g 10mL-1 foi triturado em um liquidificador. Os extratos foram diluídos em seis concentrações diferentes (10, 30, 50, 70, 90, 100%) e utilizado água destilada como tratamento controle. Para os testes de germinação foram usadas placa-de-petri forradas com dois discos de papel-filtro. Para umedecer as placas foram utilizados 7 mL de água destilada (tratamento controle) ou do extrato vegetal. Dez sementes por placa-de-petri com cinco repetições constituíram a unidade amostral. Foi considerada germinada, a semente que emitiu radícula e, o experimento foi mantido por um período de 10 dias, sendo que diariamente foi verificado o número de sementes germinadas. Para os dados do crescimento das plântulas foi coletado, no final dos 10 dias de experimento, o comprimento em centímetros da raiz e da parte aérea com auxílio de um paquímetro. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e, as médias discriminadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS:
Verificou-se que os extratos aquosos de guaçatonga reduziram o percentual de germinação dos três cultivares de alface (regina, simpson e grand rapids) com o aumento das concentrações utilizadas. A germinação das sementes do cultivar simpson foi a mais afetada, sendo reduzida a partir da concentração de 10% e, dos cultivares regina e grand rapids foi reduzida a partir das concentrações de 70 e 90%, respectivamente, quando comparado ao tratamento controle. Adicionalmente, os extratos aquosos de guaçatonga reduziram o crescimento inicial dos três cultivares de alface. Para o cultivar regina, o crescimento inicial do sistema radicular foi reduzido a partir da concentração de 30% e da parte aérea a partir de 50%, quando comparado ao tratamento controle. Já para o cultivar simpson, o crescimento do sistema radicular foi reduzido a partir da concentração de 50% e da parte aérea a partir de 70%, quando comparado ao tratamento controle e, para o cultivar grand rapids o crescimento do sistema radicular foi reduzido a partir da concentração de 30% e da parte aérea a partir de 70%, quando comparado ao tratamento controle. Ainda, para os cultivares de alface regina e simpson na concentração mais elevada (100%) do extrato aquoso foi observado inibição no crescimento inicial tanto para o sistema radicular como para a parte aérea. O cultivar grand rapids se mostrou mais tolerante aos extratos aquosos de guaçatonga, pois não se observou inibição na germinação e nem no crescimento inicial das plântulas quando comparado aos outros dois cultivares, onde foi observada uma forte redução na germinação e inibição do crescimento na concentração mais elevada.

CONCLUSÕES:
Os extratos aquosos de guaçatonga evidenciaram potencialidades alelopáticas tanto sobre a germinação como sobre o crescimento inicial dos três cultivares de alface. O cultivar grand rapids se mostrou mais tolerante aos extratos aquosos de guaçatonga.

Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Alelopatia, Casearia sylvestris, Lactuca sativa

E-mail para contato: svestena@yahoo.com.br