60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 6. Morfologia e Taxonomia Vegetal

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE FRUTOS DE UMBUZEIRO (SPONDIAS TUBEROSA A. CÂM. ) DE SANTANA DO IPANEMA -AL

Wellington Costa da Silva1
Max Henrique Vieira dos Santos1
José Thales Pantaleão Ferreira1
Clíssia Barboza da Silva1
Eronilson Vieira da Silva2
Cícero Luiz Calazans de Lima3

1. Estudante de Graduação do curso de agronomia da UFA
2. Prof. M.Sc., Sub-chefe do Laboratório de Tecnologia de Alimentos da UFAL
3. Prof. Dr., chefe do Laboratório de Tecnologia de Alimentos da UFAL


INTRODUÇÃO:
Planta oriunda da região do semi-árido brasileiro, o umbu (Spondias tuberosa A. Câm.), distribui-se do Norte de Minas Gerais ao Piauí. Prefere temperaturas em torno de 12 a 38 °C e regime pluviométrico de 400 a 800 mm/ano, (Santos, 1997). Segundo Cavalcante (2001), a colheita extrativista do umbuzeiro pode render, num período de 56 dias, uma receita de R$ 324,85, fato importante tendo em vista que nesse período a região mostra-se imprópria para o cultivo de outras culturas. Cavalcante (2005) e Lima (2000), citam que por serem frutos saborosos e ricos em substâncias antioxidantes, existi um incremento do número de indústrias de produção de polpa. O aumento da área com pastagens reflete-se numa redução drástica da área ocupada com plantas nativas do umbuzeiro, associados à utilização da madeira em forno de carvão, bem como a destruição, pelos animais, de plantas jovens, que vegetam de forma natural ou cultivadas. Nesse sentido o presente trabalho teve por objetivo caracterizar frutos de umbuzeiros da cidade de Santana do Ipanema, Alagoas.

METODOLOGIA:
Os frutos utilizados para avaliação foram oriundos da feira livre de Santana do Ipanema/AL, Região concentradora da produção extraída no Estado de Alagoas. Trezentos frutos foram adquiridos de seis comerciantes, sendo cinqüenta em cada fornecedor. Os frutos foram levados ao Laboratório de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Alagoas, onde foram mensuradas as variáveis quantitativas (peso do fruto e semente, diâmetro longitudinal e transversal, densidade do fruto e da polpa). O peso da parte comestível (epicarpo + endocarpo) foi determinado pela diferença entre a massa do fruto e da semente. Para obtenção dos diâmetros utilizou-se um paquímetro. As variáveis peso dos frutos e das sementes foram obtidos por meio da determinação de massa em balança analítica. A densidade foi avaliada pela razão entre massa e volume. O volume foi determinado com auxílio de uma proveta de 500 mL, para os frutos e 25 mL, para as sementes, onde a leitura teve sua determinação pela diferença de volume da água contida no recipiente, com e sem o material introduzido. Os dados foram tabulados e avalizados utilizando-se o programa Microsoft Office Excel 2003, onde se aplicou estatística descritiva.

RESULTADOS:
Quanto ao peso do fruto e da parte comestível, ocorreu uma variação da ordem de 9,03 a 27,19 g e 7,95 a 25,33 g, respectivamente. Observando o valor médio de suas massas notou-se que as características rendimento médio da polpa (parte comestível), com 16, 62 g, ou seja, 90,08% do fruto, e massa do fruto integral (peso do fruto), com 18,47 g, tiveram seus valores compatíveis com os descritos por diversos autores. A massa de suas sementes denotou uma amplitude mínima de 1 g e máxima de 2,04 g, a massa média por semente obtida foi de 1,64 g, massa que representa menos de 10% do peso do fruto. Avaliando os valores médios, o diâmetro longitudinal (35,07 mm) mostrou-se maior em relação ao transversal (29,95 mm). Tal característica possibilita ao fruto um formato helicoidal, onde se verifica uma variabilidade em que os diâmetros, podem perpassar de 29 a 43 mm (longitudinal) e 24 a 34 mm (transversal). Para o diâmetro transversal o valor de maior freqüência foi 30 mm, que apareceu em trinta e seis por cento dos dados avaliados. Já no diâmetro longitudinal 43,34 % dos frutos avaliados apresentaram valores entre 35 e 36 mm. As densidades do fruto (1,09 g/mL) e da polpa (1,12 g/mL) mostraram-se bem próximas tendo ambas uma massa maior que o volume.

CONCLUSÕES:
De acordo com os dados obtidos conclui-se que os frutos do umbu apresentam características físicas (peso, diâmetro, rendimento de polpa e densidade) apropriadas ao aproveitamento agroindustrial, possibilitando assim, emprego e renda na região do semi-árido Brasileiro.



Palavras-chave:  umbu (Spondias tuberosa A. Câm.), caracterização morfológica, Alagoas

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