60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO FUNDAMENTAL I: A (RE)CONSTRUÇÃO DA PRÁTICA EDUCATIVA

CASSANDRA DE LEMOS TRAJANO1
LUCIANA SILVA DOS SANTOS1
MARIA DE FÁTIMA ALMEIDA1

1. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO CABO DE SANTO AGOSTINHO


INTRODUÇÃO:
O Setor de Formação Continuada do Cabo de Santo Agostinho nasceu da necessidade do município em revisar as práticas pedagógicas no Ensino Fundamental I ( Ensino de nove anos) em virtude da defasagem apresentada pelos alunos no que se refere principalmente à Língua Portuguesa e Matemática onde havia uma grande carência em leitura, escrita e resolução de situações-problema. Assim, e sabendo da grande importância que as séries iniciais da educação básica têm na formação do indivíduo e na forma que ele terá de utilização das diferentes linguagens existentes como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados...questionar a realidade, formular problemas tratando de resolvê-los (cf. PCNs); inicia-se o trabalho de formação de professor do Ensino Fundamental I no município do Cabo. Por isso, procuramos demonstrar aqui as atividades desse setor que reúne profissionais da área de linguagem, matemática e pedagogia deste município com o objetivo de trabalhar o repensar da prática docente dos profissionais que atuam nesse segmento. O trabalho foi baseado em construções e experiência coletivas e/ou individuais discutidas em encontros mensais ocorridos no decorrer de 2007. Buscou-se ainda enfocar a reflexão e (re) construção da pedagogia de sala desses docentes apesar de sabermos das muitas questões implícitas no repensar dessas práticas educativas que perpassam quase sempre por questões públicas de uma sociedade com uma cultura em crise ou como diz ALVES(2004): “...em busca de validação de significados coletivos e pessoais, onde se confrontam o extravio ético com uma procura audaz de construção de sujeitos coletivos e pessoais que se reconheçam, criticamente, na própria produção histórica de sua existência.

METODOLOGIA:
O grupo se reúne periodicamente para rediscutir a sua prática, traçar estratégias e planejar os encontros que são mensais. Nas primeiras reuniões é definida a temática de trabalho anual a qual será subdividida em subtemas trabalhados em cada modalidade (alfa, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries ou 1º e 2º ano do Ensino de nove anos). Nas últimas reuniões são sugeridas propostas a serem trabalhadas no ano seguinte. Outra forma de (re) avaliar esse trabalho é feita através das “avaliações” entregues às formadoras no final de cada encontro pelos docentes. Quanto à metodologia além das exposições teóricas havia apresentações com data show seguidas de debates e trabalhos individuais e coletivos, dinâmicas de grupo para reflexões, oficinas pedagógicas e culminâncias de trabalhos dos docentes apresentadas no SECAPPE (Seminário Cabense de Práticas Pedagógicas). Para a realização dos encontros são utilizadas: apostilas (toda elaborada pela equipe de formação continuada e com o apóio da Secretaria Executiva de Educação) - com textos e atividades, o computador que foi de grande auxílio para a seleção de músicas, apresentações (Power point) e mensagens, os livros também estão incluídos (didáticos e/ou paradidáticos e teóricos), vídeos, desenhos, painéis e cartazes, CDs, sons, jogos matemáticos além de materiais de trabalhos manuais que também serviam de apoio para as oficinas como palitos de picolé, bolas de isopor, cópias ampliadas (papel A3), folha de papel milimetrado ou quadriculado, ofício, tesoura, cola e papel 40 kg.

RESULTADOS:
Alguns resultados podem ser notados de imediato como a melhoria da qualidade do ensino/aprendizagem refletido na apresentação de trabalhos nas escolas em feiras de conhecimentos, utilização em sala das atividades textuais de leitura (o que resulta numa melhor desenvoltura no falar do aluno), criação de pequenos grupos de leitura em sala como auxílio no desenvolver da oralidade e também da escrita, utilização dos jogos matemáticos lúdicos e/ou de raciocínio lógico para desenvolvimento das habilidades matemáticas, apresentações finais feitas pelos próprios alunos além da compra de material didático para cada unidade escolar como: maleta de livros (Ziraldo), Tangran e o material dourado, o que permitiu a equipe de formação ver na prática que é possível haver melhorias no rendimento e na qualidade do ensino/aprendizagem no município.

CONCLUSÕES:
Sabemos que mudanças geralmente não são fáceis de serem aceitas, principalmente na área de educação onde temos enraizados certos “vícios” culturais e sociais adquiridos ao longo de anos de profissão sempre fazendo a mesma coisa. No entanto, fazem-se necessárias á medida que a escola precisa responder às novas exigências da sociedade, logo mudar não é um trabalho fácil e de resultados imediatos, mas de persistência, pois quando um trabalho que exige reflexão e (re) construção começa a mostrar resultados positivos é porque as pessoas começaram a abrirem-se ao novo então, sabemos que estamos indo bem. É fato ainda que haja um longo caminho a ser trilhado para a formação continuada, no campo da educação básica dentro do município do Cabo, mas ao mesmo tempo sabemos que fatos como assiduidade nos encontros, interesse pelo material distribuído bem como as exposições dos trabalhos também nos encorajam a seguir adiante. Portanto sabemos serem esses resultados ainda acanhados, mas acreditamos que no decorrer dessas discussões ocorridas em cada encontro mensal o professor melhore a sua prática para que possa, conforme disse Alves (2004:40) “... compreender o universo cultural do aluno, a fim de que, juntos, a partir do que conhecem, venham a se debruçar sobre os desafios que o mundo lhes apresenta.

Trabalho de Professor do Ensino Básico ou Técnico

Palavras-chave:  prática, formação, reconstrução

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