60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

A INCLUSÃO DE ESTUDANTES PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE SANTA QUITÉRIA – CEARÁ

Vanessa Maria Aragão Pinto1
Fernanda Rocha Holanda2, 3
Maria Ivoneide Vital Rodrigues2, 4

1. INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISA VALE DO ACARAÚ - IVA
2. Prof. do Instituto de Estudos e Pesquisa Vale do Acaraú - IVA
3. MS. em Ciências Fisiológicas - UECE
4. MS. em Desenvolvimento e Meio Ambiente - UFC - Orientador


INTRODUÇÃO:
A escola é o espaço de convivência do ser humano e nela aprende-se a desenvolver a cidadania, a solidariedade e o respeito pelas pessoas. Nesse intuito, essa instituição de ensino deve estar preparada para receber pessoas portadoras de necessidades especiais promovendo o bom convívio entre pessoas com e sem deficiência. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999), para se praticar a educação inclusiva deve-se, em primeiro lugar, analisar o tipo de necessidade especial que a criança possui para, em seguida, integrá-la ao grupo. Porém, para que esse tipo de educação seja implantado de forma eficaz, são necessários investimentos na capacitação dos professores e na estrutura física das escolas. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a forma de inclusão de estudantes portadores de necessidades especiais (EPNE) e as dificuldades encontradas pela comunidade escolar na Escola de Ensino Fundamental João Rodrigues Pinto localizada no município de Santa Quitéria – Ceará. Com esse estudo, pretendeu-se corroborar com uma maior discussão sobre a educação inclusiva, contribuindo para uma maior inclusão educacional e permitindo, conseqüentemente, uma sociedade mais justa e sem preconceito.

METODOLOGIA:
O procedimento metodológico consistiu, primeiramente, numa revisão de literatura sobre a educação inclusiva como forma de promover a participação e aprendizagem de todos os alunos no ensino regular. Após, foram realizadas visitas à Escola de Ensino Fundamental João Rodrigues Pinto, localizada no município de Santa Quitéria – Ceará, com o intuito de coletar informações sobre a quantidade e o perfil dos estudantes que possuíam algum tipo de deficiência física ou mental além de observar a convivência desses alunos com as demais pessoas da escola. Em seguida, foram aplicados questionários a vinte EPNE, a dez professores, a dois intérpretes e a quatro integrantes do núcleo gestor dessa unidade de ensino. Diante dos dados coletados, foi realizada uma análise estatística descritiva para identificar e avaliar a forma que a referida escola estava recebendo as pessoas com necessidades especiais e se essa comunidade escolar estava preparada para oferecer uma educação de qualidade a esses jovens.

RESULTADOS:
Após a análise estatística descritiva, foram obtidos os seguintes resultados: 1. A maioria dos EPNE (70%) tinha acima de 18 anos de idade e ainda estavam cursando o ensino fundamental; 100% recebiam apoio familiar para estudar e declararam gostar da unidade de ensino; porém, 50% possuíam alguma dificuldade de relacionamento com outros colegas. 2. Os professores possuíam uma boa convivência com todos esses alunos; porém, 90% necessitavam de um intérprete em sala de aula porque não dominavam as linguagens necessárias. Percebeu-se, então, que a maioria dos docentes não era capacitada para ministrar aulas para EPNE. 3. Os intérpretes possuíam conhecimento sobre a linguagem de libras devido a leituras, cursos particulares e, principalmente, através do convívio com os alunos surdos e mudos. Os intérpretes declararam as dificuldades que os alunos deficientes visuais tinham ao receber o conteúdo programático e expressar seu aprendizado, principalmente, na realização de avaliações e trabalhos escolares. 4. O núcleo gestor ressaltou que a maioria dos funcionários e professores concorda com a inclusão de EPNE. Para tanto, foram realizadas modificações na estrutura física para facilitar a locomoção e o uso das dependências escolares.

CONCLUSÕES:
Percebeu-se que, na E. E. F. João Rodrigues Pinto (Santa Quitéria – Ceará), os EPNE gostam da escola porque são motivados, não sofrem preconceitos e possuem intérpretes em sala de aula; porém, 50% possuem alguma dificuldade de relacionamento com outros colegas, por esses desconhecerem a linguagem em libras ou em braille além das dificuldades na realização de avaliações e trabalhos. Dessa forma, para a referida instituição promover uma melhor inclusão educacional, devem ser tomadas medidas ainda mais eficazes como a capacitação dos professores e divulgação das diferentes linguagens entre os alunos não portadores de deficiências. Através de medidas como essas, se estará caminhando para a inclusão escolar de forma digna, que venha retratar uma educação de qualidade e motivadora para que os educandos desenvolvam sua cidadania e busquem cada vez mais uma sociedade mais igualitária.



Palavras-chave:  Educação inclusiva, Aprendizagem, Qualificação profissional

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