60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 24. Economia Regional e Urbana

A RELEVÂNCIA DA FEIRA-LIVRE NO COMÉRCIO INFORMAL DE JUIZ DE FORA

Antônio Luiz Corrêa Júnior1
Allan Javosky Siqueira Barbosa1
Darlan de Sales Toledo1
Michel Souza Lima Campos1
Vinicius Maia Frederico1
Julio Candido de Meirelles1

1. Depto. de Ciências Econômicas, Faculdades Integradas Vianna Júnior, Juiz de Fora


INTRODUÇÃO:
A pesquisa feita na feira livre de Juiz de Fora teve como objetivo analisar a renda e a qualidade de vida dos feirantes que trabalham neste ramo do mercado informal.Esta feira tem grande importância para o comércio da cidade devido ao fato de agrupar todos os feirantes das diversas feiras da cidade e região num único local central e com o seu funcionamento tradicionalmente no domingo.A pesquisa não abrangeu apenas dados referentes a remuneração, mas também a aspectos relacionados à qualidade de vida e satisfação com a atividade desenvolvida.Este estudo de caso irá abranger uma amostra representativa da população de feirantes cadastrados junto à prefeitura da cidade.

METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada no domingo 25/11/07 no horário de 07 às 12 horas por 10 estudantes de economia, tomando por base um questionário com 35 perguntas que abordavam assuntos sobre renda, satisfação pessoal e profissional, a equipe se dividiu em dois grupos, ficando cada qual responsável por percorrer um determinado ponto da feira para colher os dados qualitativos e quantitativos referentes aos itens acima descritos.As perguntas foram feitas oralmente e o entrevistador assinalava a resposta no questionário; foram entrevistados 206 feirantes sendo que 139 responderam e 67 preferiram não responder. 

RESULTADOS:
De acordo com os resultados obtidos podemos observar que 59,72% dos feirantes possuem renda média mensal de dois salários mínimos e que 82,01% dos entrevistados são os principais responsáveis pela renda familiar, verificou-se que 76,98% dos feirantes possuem casa própria. É importante ressaltar que a grande maioria é dona do próprio negócio (90,65%) o que justifica a informação de que 66,91% não largaria sua atividade atual por uma de carteira assinada; sendo que 65,46% já trabalhou no mercado formal num período maior do que 3 anos. Este percentual que representa 91 entrevistados mostra que 50 feirantes não consideravam a remuneração condizente com a função exercida. Mesmo estes comerciantes, tendo uma renda na faixa de dois salários mínimos, sendo esta considerada relativamente baixa, 56,11% não possui outra fonte de renda e 71,22% não tem vontade de mudar de atividade, comprovando-se, assim, o grau de satisfação profissional que a atividade exercida oferece. Observou-se também que 69,78% não possui plano de saúde e apenas uma reduzida parcela de feirantes (7,20%) possui plano de previdência privada; no restante da população analisada verificou-se que 54,26% preocupa-se em contribuir com a previdência pública com  o intuito de garantir a aposentadoria.

CONCLUSÕES:
Após a análise de todos os dados coletados pelo grupo, podemos perceber que a feira livre é de fundamental importância não só econômica, mas social para a cidade. Para algumas pessoas ela serve como lazer nas manhãs de domingo aliada à necessidade de algumas compras; para outras ela é a principal ou única fonte de renda familiar. Foi analisado que com a grande quantidade de consumidores na feira muitos feirantes reclamam maior apoio da prefeitura na organização, e a segurança pública é feita por apenas 04 policiais militares e não existe nenhum tipo de assistência médica no local; todas as barracas são cadastradas perante a prefeitura e pagam impostos. A feira possui uma associação com representante, mas muitos cobram a formação de uma cooperativa. Muitos complementam a renda com outras fontes, participam em outras feiras na cidade e produzem suas próprias mercadorias que são vendidas nas suas barracas. Vale ressaltar, ainda, que a maioria dos entrevistados são notoriamente felizes com o que fazem e que não pensam em abandonar suas atividades atuais por outra, qualquer que seja ela, com remuneração mensal fixa e ligada à CLT. O conceito de felicidade para essas pessoas é uma linha tênue que delimita o espaço entre ganhar dinheiro e gostar do que faz.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  feirante, renda, trabalho

E-mail para contato: tonicorreajr@yahoo.com.br