60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 5. História - 9. História Social

CELEIRO DE BAMBA: A EXPANSÃO DA CAPOEIRA DO MARANHÃO ENTRE FINS DA DECADA DE 70 E INÍCIO DA DECADA DE 80, O CASO DA AREA ITAQUI-BACANGA

Roberto Augusto Amâncio Pereira1
Márcio Rogério Pereira Fonseca Santos1
José Augusto Borges Vaz1
Vivian Régia Pereira Fonseca Santos1
Joerbeth da Silva Prado1
Baltazar Macaíba de Sousa1

1. Universidade Federal do Maranhão
2. Universidade Federal do Maranhão
3. Universidade Federal do Maranhão
4. Universidade Federal do Maranhão
5. Universidade Federal do Maranhão
6. Universidade Federal do Maranhão


INTRODUÇÃO:
O “ressurgimento” ou “reorganização” da capoeira no Maranhão remonta aos anos 60 do século XX, quando surge em São Luís um pequeno grupo de capoeira chamado Bantu, liderado pelo escafandrista Roberval Cerejo, e ainda, quando passa por São Luís, concomitantemente, um quarteto de capoeiristas vindos da Bahia para apresentações conhecido como “Quarteto Aberre”.Deste quarteto depois retornou à capital do Maranhão, Sapo, capoeirista que marcou a história desta arte por estas terras. Este trabalho pretende abordar um período posterior a este, que reflete os frutos destes passos dados pela capoeira nos anos 60. Trata-se do período que chamaremos aqui de “1ª expansão” da capoeira do Maranhão, que se manifesta entre o fim dos anos 70 e início dos anos 80, quando aparecem núcleos de capoeiristas dispersos, de alunos dos capoeiras da década de 60, mais precisamente na parte da periferia de São Luís conhecida como área Itaqui-Bacanga, local onde está foi feita a instalação da então Companhia Vale do Rio Doce, hoje, Vale e região próxima ao Porto do Itaqui, sendo um porto que recebe navios de grande calão.

METODOLOGIA:
De início utilizamos como forma de pesquisa bibliografias que abarcam o assunto, documentários, filmes, revistas semanais e cientificas, jornais, artigos científicos e abordagens de campo, além de inúmeras entrevistas.

RESULTADOS:
De acordo com a pesquisa bibliográfica e com entrevistas colhidas entre capoeiras mais velhos, o espaço que vai do final da década de 60 ao fim dos anos 70 é marcado pela influência onipresente do então professor Sapo, não havendo outra figura ou grupo de maior expressão na capoeira local. Já no período que vai de fins de 70 a inícios de 80 ocorre uma expansão/difusão da capoeira marcadamente pela área Itaqui-Bacanga,imputada por uma nova safra de capoeiristas. Da pesquisa pôde-se ainda constatar que na época citada houve a criação de dois novos grupos de capoeira, o primeiro em 1980, chamado Centro de Treinamento de Capoeira Aruandê, tendo como professores Pirrita e Jorge Navalha, e em 1983 a Associação de Capoeira Filhos de Aruanda fundada por este último. Sendo que ambos são mestres de capoeira hoje.

CONCLUSÕES:
Pelo que se pôde constatar, a capoeira feita por estes novos difusores, naquele período, não gozava de estrutura adequada, sendo os treinos feitos em fundos de quintal, ou em casa de amigos, o que demonstra de um lado a persistência de seus praticantes como fator de crescimento desta prática e a falta de qualquer amparo ou apoio por parte do Estado, por outro. Some-se a isso a forte discriminação que sofria a capoeira na época, quando tinha sua prática vinculada a imagem de arruaceiros e malandros. Constatou-se ainda que do trabalho de difusão iniciado pelos capoeiras citados surgiram diversos outros grupos de capoeira na década de 90 do século XX, todos formados por ex-alunos destes, algumas centenas de praticantes e a consolidação da área Itaqui-Bacanga como um dos grandes focos da capoeira no Maranhão.



Palavras-chave:  Capoeira, Periferia, cultura

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