60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Serviço Social Aplicado

EFEITO DO EXERCÍCO CRÔNICO E DA SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA SOBRE PROTEÍNAS ENVOLVIDAS NA SÍNTESE PROTEICA EM MÚSCULOS ESQUELÉTICO DE CAMUNDONGOS

Morgana Rejane Rabelo Rosa1, 2, 3
Everardo Magalhães Carneiro1

1. Departamento de Fisiologia e Biofísica, UNICAMP
2. Curso de Educação Física, FAFIBE
3. Curso de Educação Física, Fisioterapia e Enfermagem, Anhanguera Educacional


INTRODUÇÃO:
A leucina, um aminoácido de cadeia ramificada, assim como a glicose, influencia a secreção de insulina. Gera sinais metabólicos semelhantes aos da glicose, possui efeito anabólico no metabolismo protéico por aumentar a síntese e diminuir a degradação de protéinas no músculo esquelético. A suplementação de BCAAs (aminoácidos de cadeia ramificada), incluindo a leucina, aumenta a fosforilação de uma proteína envolvida na regulação da síntese protéica no músculo esquelético, a p70S6K durante a recuperação de um exercício de força (anaeróbio), com subseqüente aumento da massa muscular. No entanto, há escassez de estudos investigando o efeito do exercício de endurance (aeróbio) sobre esta via. Há indícios que a associação do treinamento e suplementação com leucina potencializa a ativação da p70S6K, podendo ativar a via de síntese protéica, assim como, uma outra proteína envolvida na proliferação celular, a mTOR. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito da prática de exercício crônico (aeróbio) e da associação do exercício e suplementação com leucina (1,5%) sobre a atividade de proteínas envolvidas na via de síntese protéica em músculo esquelético de camundongos.

METODOLOGIA:
Sessenta camundongos com 60 dias, provenientes do Biotério Central da UNICAMP, mantidos em gaiolas individuais sob condição padronizada de iluminação (ciclo claro/escuro de 12 horas) e temperatura de 22±2 °C foram distribuídos em 4 grupos: Controle (C), Controle Suplementado (CS), Treinado (T) e Treinado Suplementado (TS). Todos receberam dieta normoproteica e CS e TS suplementação com 1,5% de leucina administrada via oral na água para beber. Durante todo o período experimental tiveram livre acesso à água e dieta. T e TS realizaram 13 semanas de natação, sendo a primeira de adaptação (6 dias, com aumento de volume de 10 min por dia) seguida de 12 semanas de natação, sem sobrecarga, sessões de 1 h, 5 vezes por semana, com água na temperatura de 33ºC. Após 13 semanas os animais foram sacrifícados por decaptação. Para detectar a atividade das proteínas p70S6K e mTOR foram coletadas amostras do músculo gastrocnêmio e empregada a metodologia de Western Blot. Os resultados das densitometrias foram normalizados pelo grupo C, sendo este considerado como 100% e realizada a relação dos grupos CS, T e TS com o C. para comparação entre os grupos aplicadou-se ANOVA, pós-teste de Tukey e adotou-se nível de significância de p<0,05.

RESULTADOS:
Os resultados para mTOR em músculo grastrocnêmio mostram que os dois tratamentos (suplementação e exercício) aumentaram a expressão desta proteína em relação ao grupo C, sendo 200% maior no grupo CS, 392,77% maior no grupo T e 338,16% maior no grupo TS em relação do C. No entanto, não houve diferença entre os grupos T, CS e TS e, portanto, a suplementação com leucina não aumentou a expressão desta proteína além daquela obtida pelo exercício. A fosforilação da p70S6K nos grupos T e TS estava 203,18% e 332,17% maior respectivamente, comparada ao grupo C e 111,07% e 240,06% maior, respectivamente que o grupo CS. Estes resultados concordam com os dados obtidos para mTOR. O grupo TS ainda apresentou maior atividade da p70S6K em relação ao grupo T (128,99%). Portanto, a suplementação com leucina aumentou a fosforilação da p70S6K, assim com o exercício de endurance. A associação da suplementação com leucina e exercício aumentou ainda mais a atividade da proteína.

CONCLUSÕES:
Os resultados mostraram que a prática de exercício crônico do tipo endurance (aeróbio) aumentou a atividade das proteínas envolvidas na via de proliferação celular e síntese proteica em músculo esquelético (p70S6K e mTOR), assim como ocorre no exercício de força (anaeróbio). O maior aumento da atividade da p70S6K após treinamento com suplementação mostra que a associação dos tratamentos pode potencializar a sinalização da via de síntese proteica.



Palavras-chave:  leucina, exercício, síntese proteica

E-mail para contato: morganarabelo@yahoo.com.br