60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

A ENFERMAGEM NA ORIENTAÇÃO E PREVENÇÃO DE DST’S E AIDS EM PROFISSIONAIS DO SEXO DE MURIAÉ-MG

Max Willian Alves Barbosa1
Weslen Rodrigues Abreu1
Rute Meire Dutra1
Lilian Dias Adriano Alves1
Igor Guerra Cheloni1
Mara Rúbia Maciel Cardoso do Prado2

1. Acadêmico de Enfermagem/ Faculdade de Minas - FAMINAS
2. Professora / Faculdade de Minas - FAMINAS


INTRODUÇÃO:
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) são doenças causadas por vários agentes etiológicos: bactérias, fungos, protozoários e vírus. O homem é o principal hospedeiro, reservatório e também o vetor biológico dos causadores das doença sexualmente transmissíveis. O contágio se dá por contato sexual com uma pessoa infectada sem a utilização de preservativos. Em geral, as doenças se manifestam por ardência, feridas, bolhas, corrimentos e verrugas nos órgão genitais. Uma das principais preocupações relacionadas às DST’s é o fato de facilitarem a transmissão sexual do HIV, vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), considerada a mais grave, por ainda não haver cura, embora tenha tratamento. Essas doenças são problemas à saúde pública, pois afetam muitas pessoas. Sabe-se também que são predominantes na população sexualmente ativa, e 69% dos brasileiros se encaixa neste perfil. Tendo em vista a realidade comportamental, socioeconômica e cultural, dos profissionais do sexo, suscitou a realização de uma nova pesquisa para elaboração de estudos que consolidem um projeto cujo objetivo é orientar e prevenir DST’s e AIDS neste segmento.

METODOLOGIA:
Foi realizada uma pesquisa do tipo quali-quantitativa com 24 profissionais do sexo, em várias regiões da cidade de Muriaé-MG, em agosto de 2007. Foi empregado a técnica de entrevista semi-direta com aplicação de um questionário semi-estruturado para obtenção de material escrito após o esclarecimento da pesquisa, consentimento do participante e dos proprietários dos estabelecimentos cujos entrevistados estavam vinculados. Haviam questões diversas, com fim de identificar o déficit de conhecimento sobre às DSTs e AIDS e as medidas de profilaxia adotadas por estes profissionais.

RESULTADOS:
Após a análise dos dados verificou-se que dos entrevistados as mulheres eram 21 e os homens eram apenas 3. Em geral, moram com amigos e a maioria não possuíam parceiros fixos sendo os relacionamentos mais de um por dia. Em um momento da pesquisa foi questionado se já tiveram algum tipo de doença sexualmente transmissível e constatou-se que 43% dos entrevistados já as tiveram sendo as mais relatadas, candidíase, herpes, sífilis e gonorréia. As mulheres que correspondem a correspondem a 83% dos entrevistados eram as mais afetadas. Em geral, moram com amigos e a maioria, 83%, tem relacionamentos com mais de uma pessoa por dia. Atualmente está registrado, no Centro Epidemiológico Dr. Augusto Alves Pequeno, 135 casos de pacientes portadores do vírus HIV, no entanto, este número não revela todos os infectados, pois muitos não assumem ou não procuram atendimento. Quanto às DSTs, não há registros pelo mesmo motivo. Questionados sobre a realização de exames clínicos e laboratoriais, 54% dos entrevistados realizam periodicamente. Já no que se refere à discriminação, 76% declararam ter sofrido e isto faz com que procurem cada vez menos, atendimentos e informações à saúde. Do grupo em pesquisa, 75% relatou ter recebido orientações quanto o uso de preservativos e prevenção de DSTs e AIDS, mas nem todos ficaram satisfeitos, sugerindo orientação profissional, palestras e oficinas. Sobre os programas do governo, 46% consideram bom, 19% regular, 27% ruim e 8% não opinaram.

CONCLUSÕES:
A pesquisa revelou que muitos dos participantes já se infectaram e como o número de parceiros anônimos e relacionamentos sexuais é grande, favorece a disseminação dessas doenças, sendo assim, evidenciou-se a necessidade de educar e orientar estes profissionais por meio do projeto que além de esclarecer, irá instruí-los a se prevenir e a se cuidar, distribuir cartilhas, folders informativos e preservativos, tendo como conseqüência, a irradiação dos conhecimentos recebidos e atenuação do crescente número de DST’s e AIDS na sociedade. Cabe ao enfermeiro, promover a saúde, em todos os aspectos, sendo assim deverá exercer seu papel de educador de forma a não deixar os marginalizados, injustiçados e desamparados por falta de apoio e privação de conhecimento.

Instituição de fomento: Epidemiológico Dr. Augusto Alves Pequeno de Muriaé-MG.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Comportamento, orientação, prevenção.

E-mail para contato: maxwillianbarbosa@hotmail.com