60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

ASPECTOS QUE DELINEIAM O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CASA DE CARIDADE DE MURIAÉ HOSPITAL SÃO PAULO.

Rosana Franciele Botelho Ruas1
Max Willian Alves Barbosa1
Mônica Cordeiro Rodrigues1
Téria Costa Matiles1
Lilian Dias Adriano Alves1
Pedro Paulo do Prado Júnior2

1. Acadêmico de Enfermagem/ Faculdade de Minas - FAMINAS
2. Professor / Faculdade de Minas - FAMINAS


INTRODUÇÃO:
Cuidar de si para cuidar do outro (GASPERI, 2006). A partir dessa premissa surgiu uma reflexão sobre como vem sendo este cuidado da equipe de enfermagem consigo própria. Tal reflexão instigou o desenvolvimento deste estudo, cujo objetivo principal é detectar hábitos quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), e se estes suprem as necessidades básicas de proteção. Sabe-se que o ambiente hospitalar é propício a riscos à saúde, devido ao fato de atender a uma clientela diversa, sendo assim um local útil para a análise do uso dos EPIs, descrito pela Norma Regulamentadora (NR-6) como “todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, incluindo luvas, aventais, protetores oculares, faciais e auriculares protetores respiratórios, e para os membros inferiores”.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório de caráter observacional e transversal .E para tal foi utilizada pesquisa quantiqualitativa desenvolvida entre os dias 20 e 22 de agosto de 2007 com 49 profissionais de enfermagem da Casa de Caridade de Muriaé Hospital São Paulo, em Muriaé-MG. A pesquisa partiu de um questionário semi-estruturado contendo 26 questões das quais 4 eram discursivas e o restante com múltipla escolha. A análise dos dados foi feita por inferência a partir das amostras.

RESULTADOS:
Entre os entrevistados, 88% são técnicos de enfermagem,10% auxiliares e 2% enfermeiros. Quando indagados sobre os equipamentos que utilizam, 100% usam jalecos e luvas. Já 90% utilizam máscaras, porém 63% utilizam às vezes. Em relação às toucas, 33% não usam. Referente aos óculos, 59% não usam ou não opinaram, 29% usam às vezes e 12% sempre. Identificou-se que apenas 39% utilizam calçados impermeáveis. Quanto a vestimentas especiais, 43% utilizam às vezes, 37% não usam e 20% usam sempre. Dentre os motivos apontados por não utilizarem os EPIs, 27% consideram desnecessário, 8% esquecimento, 6% consideram inadequados, 4% afirmam que não há quantidade suficiente e 4% por descuido. 53% relataram utilizar EPIs em todos os procedimentos, sendo 20% em punção venosa e 24% quando o paciente oferece risco aparente, mas relatam também utilizá-los no banho, troca de roupa no leito, curativos e administração de medicamentos. 98% receberam instruções técnicas de como utilizar tais equipamentos, mas destes 10% não consideraram as mesmas satisfatórias, além disso, 14% não se sentem protegidos. Um fato que gerou surpresa foi o de 55% relatarem que a aparência dos pacientes ou as doenças de que são portadores, interferem no uso de EPIs. Quanto a presenciarem algum acidente de trabalho, 49% declaram ocorrer por não uso e 29% por mau uso. Outra problemática detectada está relacionada à disponibilização de materiais, quantidade e qualidade dos mesmos, gerando como sugestão dos entrevistados o aumento da disponibilidade da quantidade e qualidade desses equipamentos, assim como orientações e cobrança quanto ao uso.

CONCLUSÕES:
Este estudo trouxe a percepção que alguns EPIs não são utilizados com a freqüência ideal e que uma porção significativa dos profissionais não consideram as instruções que possuem satisfatórias. Tais dados nos leva a refletir sobre a elaboração de meios que promovam conscientização sobre a importância do uso constante de EPIs independente da aparência paciente ou da doença que é portador. A execução de práticas educativas e preventivas no que diz respeito importância do uso correto de medidas de proteção é a chave para o estabelecimento de melhores condições de segurança no trabalho, viabilizando assim saúde para o profissional e para o cliente. Fica, portanto, evidente a necessidade de um serviço de educação continuada para trabalhar estas questões e posteriormente, avaliar as transformações na atuação destes profissionais que precisam cuidar de si para cuidar dos outros.

Instituição de fomento: Casa de Caridade de Muriaé Hospital São Paulo.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Equipamentos de Proteção Individual, cuidados, hospital.

E-mail para contato: rosanaruas@yahoo.com.br