60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM DIFERENTIMENTE DE SUA CULTURA

ALICE DE OLIVEIRA1
EUCINÉIA NUNES DE FRANÇA1
FRANCINALDA PEREIRA DA SILVA1
GIOVANNA LOBIANCO SILVEIRA1
MARIA LUCIA RODRIGUÊS MULLER1

1. UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso


INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa teve como propósito observar e entrevistar os alunos e pais da APAE(Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), pesquisando através de um questionário e atividades lúdicas como a “contação” de histórias, analisando de que forma os alunos percebem e compreendem a si mesmo e ao outro, de que forma os pais os vêem representados socialmente. Participaram da pesquisa 45 alunos com faixa etária de 04 a 36 anos de idade, sendo 24 do sexo masculino e 21 do sexo feminino, a coleta dos dados foi realizada através de contatos com pais e alunos da APAE, durante o evento de encerramento do ano letivo por meio de uma entrevista com 04 perguntas com questões abertas que posteriormente foram reunidas e organizadas segundo os dados obtidos.

METODOLOGIA:
Com objetivo de fazer reflexões sobre o comportamento e relacionamento dos alunos perante a sociedade e visando identificar qual a percepção e compreensão que pais e alunos têm de si mesmo e dos outros. E por sabermos que os indivíduos que não se encaixam no padrão social estabelecido pela nossa cultura são segregados. Não há limites para os rótulos: pobre, defeituoso, louco, ridículo, velho, etc. “À medida que determinados indivíduos se afastam, em virtude de seus atributos, da grande maioria dos seres com os quais são comparados, eles passam a ser considerados como uma espécie de negação da Ordem social” (Bianchetti e Freire, p.114). Com isso, faz-se necessária a criação de um mecanismo de correção de suas diferenças. Um exemplo disso é a APAE, que cuida de indivíduos portadores de deficiências mentais, portanto, age como socializadora destes. Na APAE, os alunos são treinados para melhor desempenhar seus diversos papéis e identificarem-se, até certo ponto, com os valores inerentes à sociedade e aos seus segmentos, sempre que seus comportamentos se articularem com os dos outros. Essa pesquisa será realizada em dois momentos, a primeira parte consistirá em entrevistas com os pais dos às alunos durante a apresentação do evento realizado pela instituição (APAE). No segundo momento do evento, teremos uma apresentação de parte de um espetáculo de “contação” de histórias que será realizada pela aluna Alice Oliveira, tendo com objetivo observar a reação dos alunos e durante a apresentação que trabalharia cores, números, atenção, participação e interação dos alunos com a Alice.

RESULTADOS:
Percebemos que os alunos são na grande maioria, de famílias de baixa renda, poucos têm a presença do pai. O lazer é consumido em tarefas no lar, com a maioria das mães sobrecarregada de tarefas. A maior parte do convívio dos alunos com outras pessoas ocorre somente na APAE, pois os pais e alunos se sentem mais seguros no ambiente em que são mais bem acolhidos. O medo do preconceito faz com que os pais superprotejam seus filhos, porém impedem que eles se desenvolvam. Muitas famílias carregam consigo o preconceito e não encaram a realidade, tentando esconder a deficiência dos filhos que, muitas vezes o preconceito é disfarçado de superproteção. Como diz Mantoan (1989, p.80), “a não aceitação da deficiência é um dos fatores que impedem o deficiente de se beneficiar do meio social em que vive”. Percebemos que eles são extremamente carinhosos e carentes de atenção. A todo o momento pedem abraços, nos beijam, procuram sempre estar em contato físico. Acreditamos que essa carência seja por viverem tão isolados, restritos a sua pequena comunidade. Observamos também como a música estimula os alunos, pois, quando eles dançam a alegria é contagiante. E durante a apresentação os alunos ficaram atentos e como qualquer criança: riram, aplaudiram, interagiram de forma surpreendente.

CONCLUSÕES:
Concluirmos que os alunos da APAE, assim, como qualquer criança precisam desenvolver competências que possibilite o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Uma ação tríplice entre família, sociedade e instituição de ensino seria a melhor alternativa para que esse aluno possa participar de maneira plena na sociedade. O comportamento dos alunos durante a apresentação teatral foi absolutamente normal dentro de suas limitações. Segundo BIANCHETTI a sociedade acaba criando mecanismo de correção de suas diferenças, para um melhor convívio social. E a APAE é um bom exemplo disso, cuidando de indivíduos portadores de deficiências mentais, portanto, age como socializadora destes. Na APAE, os alunos são treinados para melhor desempenhar seus diversos papéis e identificarem-se, até certo ponto, com os valores inerentes à sociedade e aos seus segmentos, sempre que seus comportamentos se articularem com os dos outros. Percebemos que para um melhor estudo destes indivíduos faz-se necessário um período de tempo maior, daí nasceu à idéia de uma pesquisa com a duração de sete meses “Ensinando por meio do lúdico”. E dessa forma melhor compreender esse processo de transição entre o individuo com a deficiência mental e o meio social que o cerca, a tão falada inclusão

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  inclusão, educação especial, respeito

E-mail para contato: francinaldapereira@hotmail.com