60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

PREVALÊNCIA DE SINTOMATOLOGIA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM ESCOLARES, MURIAÉ-MG

Rafael Carneiro Peixoto1
Lara Rosa Nunes1
Marciano Machado Silva1
Vanessa Christina Costa da Silva2
Fabiano Sousa Barbosa2

1. Curso de Fisioterapia - Faminas
2. Prof.Ms. - Orientador


INTRODUÇÃO:
A articulação têmporo-mandibular (ATM) tem a anatomia e a função mais complexas entre todas as articulações do corpo humano; esse fato é explicado pela duplicidade dos componentes articulares (dois côndilos e duas cavidades glenóides), mais a presença de um terceiro componente articular, a oclusão dentária. A mastigação, a deglutição, a fonação e a postura dependem muito da saúde e estabilidade desta para funcionarem de forma adequada e a recíproca é verdadeira. Os efeitos cumulativos de sobrecargas articulares e desequilíbrios musculares em estruturas mastigatórias, da respiração, da fala e da coluna vertebral podem desencadear disfunção têmporo-mandibular, tendo como fatores etiológicos comuns em indivíduos mais jovens a má oclusão dental, alterações posturais e os hábitos parafuncionais. A DTM é definida como uma coleção de distúrbios do sistema estomatognático associados a disfunções na ATM e/ou nos tecidos adjacentes, incluindo os músculos faciais e cervicais. Entre os sintomas mais freqüentes estão: dor na ATM, dor facial, dor cervical, cefaléia, ruídos articulares, limitação funcional e fadiga da musculatura mastigatória. Nosso objetivo foi avaliar a prevalência de sinais e sintomas de DTM em um grupo de escolares de Muriaé-MG.

METODOLOGIA:
Por questões administrativas da direção de uma escola estadual de Muriaé-MG, fomos autorizados a realizar esta pesquisa somente com os alunos da 5ª série do ensino fundamental, nível escolar mais avançado deste colégio. O responsável do aluno, ao assinar o termo de consentimento, permitiria sua participação. Dos 36 matriculados constantes na lista da direção, 24 compuseram a amostra (taxa de participação = 67%). Os dados foram coletados de 22 a 26 de outubro de 2007 e acreditamos que as perdas se devam à evasão escolar durante o ano. Foi entregue a todos os elegíveis o questionário anamnésico de Fonseca (1992), auto-preenchível, com 10 perguntas sobre sintomatologia de DTM, as perguntas se referiam à sintomatologia (como morbidade articular, quadro álgico e ruídos articulares) e fatores de risco à DTM (como presença de hábitos parafuncionais. A cada pergunta são possíveis as respostas "sim" e "não", às quais são atribuídos os valores "10" e "0", respectivamente. O escore total é obtido atráves da soma dos pontos em cada questão. A classificação baseou-se na pontuação total: “sem disfunção” (0 a 15 pontos); “disfunção leve” (20-40): “disfunção moderada” (45-65) e “disfunção severa” (70-100).

RESULTADOS:
A idade dos participantes variou de 10 a 13 anos (média de 11,125 anos), com distribuição igualitária entre os sexos (54% masculino). Sinais e sintomas diretamente associados à DTM mostraram baixa prevalência nesta população: apenas 2 (8,3%) relataram dificuldade para abrir a boca; 3 (12,5%) relataram ruídos articulares e 4 (16,7%) relataram dificuldade à lateralização mandibular. Em contrapartida, 62,5% da amostra referiram presença de hábitos parafuncionais orais.

CONCLUSÕES:
A sintomatologia de DTM mostrou-se pouco freqüente entre os escolares, entretanto, os hábitos parafuncionais (importante fator de risco à DTM) foram referidos pela maioria dos avaliados. É importante a orientação desta população não só quanto à higiene bucal, mas também à saúde funcional da ATM, controlando a incidência desta condição patológica nos adultos jovens

Instituição de fomento: Faculdade de Minas

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Articulação têmporo-mandibular, disfunção têmporo-mandibular

E-mail para contato: rafaelcpeixoto@yahoo.com.br