60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

O sorgo (Sorghum bicolor [L.] Moench) é uma planta originária da África, abaixo do deserto de Saara, na região da Etiópia e do Sudão com gênero ancestral de 5.000 a 6000 anos. Além disso, apresenta uma adaptabilidade ampla a ambientes e produz sob condições desfavoráveis, diferentemente da maioria dos cereais. A falta de água deve ter induzido a queda do rendimento desta cultura, relatando que para a fase de enchimento de grãos e maturação fisiológica, a deficiência de água foi um poderoso fator limitante da produtividade dessa cultura. O sorgo tolera a deficiência hídrica, entretanto, é importante salientar que durante a fase de iniciação da panícula até o florescimento, vários processos de crescimento, se afetados, poderão comprometer o rendimento, sendo que durante o estabelecimento de um número potencial de sementes o período mais crítico, uma vez que maior número de grãos tem sido geralmente o mais importante componente de produção, associado ao aumento de rendimento em sorgo. Com base neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar massa seca grãos, número de grãos/planta e peso de grãos (peso de 100 grãos) em plantas de sorgo submetidas sob suspensão hídrica.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, PA, Brasil. As plantas foram submetidas a dois regimes hídricos [irrigado (controle) e déficit hídrico], no qual a simulação do déficit hídrico foi à suspensão da irrigação no período de 15 dias (estresse severo) para as plantas com 15, 45 e 75 dias após a germinação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em fatorial do tipo 2 x 3 (duas condições hídricas: controle e déficit hídrico x três tempos de avaliação), com 5 repetições, totalizando 30 unidades experimentais, no qual cada unidade experimental foi composta de uma (1) planta/vaso. Foi aplicada a análise de variância nos resultados e comparadas as médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância, realizadas através do Sas- institute (1996) e embasadas nas teorias estatísticas preconizadas (GOMES; GARCIA, 2000). As plantas após serem coletadas, foram levadas ao laboratório de fisiologia vegetal e secadas em uma estufa de circulação forçada a 65°C por 24 horas. Através deste processo foi determinada a massa seca grãos, número de grãos/planta e peso de grãos (peso de 100 grãos) em uma balança analítica de precisão.

RESULTADOS:

A deficiência hídrica afetou negativamente o peso seco de grãos/planta, número de grãos/planta e peso de grãos (peso de 100 grãos). Os valores mostraram uma redução de 42,23 (plantas controle) para 8,25g (déficit hídrico), 1427 (plantas controle) para 710 (déficit hídrico) grãos e 2,96 (plantas controle) para 1,8g (déficit hídrico) em relação ao peso da massa seca de grãos/planta, número de grãos/planta e peso de grãos (100 grãos) respectivamente. Estes resultados podem ser explicados provavelmente pelo fato do déficit hídrico ter atuado tanto na fase de determinação do número de grãos, como no período de acúmulo de massa seca de grãos, que é o estádio seguinte, no qual ocorre a transformação dos açúcares em amido, e na redução do período de enchimento de grão. Os resultados também indicam que durante o período vegetativo, o déficit hídrico reduz o crescimento do sorgo, em função da diminuição da área foliar e da sua biomassa. Porém, nesse período, não estão sendo formados os componentes do rendimento. Assim, os efeitos sobre a produção de grãos são atenuados posteriormente, se as condições hídricas se tornarem favoráveis, o que poderá garantir níveis satisfatórios de rendimento de grãos.

CONCLUSÕES:

A deficiência hídrica por 15 dias nas plantas com idade de 90 dias, resultou uma baixa produtividade da planta em relação à massa seca grão/planta, número de grão/planta e peso de grãos (para 100 sementes), indicando que as plantas de sorgo são altamente sensíveis nesse estádio do desenvolvimento do vegetal.

Palavras-chave: Sorgo, produção de grãos, estresse hídrico

E-mail para contato: neto.fsvegetal@hotmail.com