60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia

ACÚMULO DE BIOMASSA EM PLANTAS DE SORGO SUBMETIDAS À DEFICIÊNCIA HÍDRICA

Iwanne Lima Coelho1
Monick Jeane dos Santos Lopes1
Hadrielle Karina Borges Neves1
Allan Klynger da Silva Lobato1
Cândido Ferreira de Oliveira Neto1, 2
Roberto Cezar Lobo da Costa1, 2

1. Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Prof. Orientador


INTRODUÇÃO:
O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench.) pertence à família Poaceae, tribo Androponeae, incluindo os tipos granífero, quando apresenta até 60% de grãos, forrageiros que quase não produz grãos e do tipo dupla finalidade, sacarino e vassoura, quando apresenta de 20 a 30% de grãos. A diferença entre eles refletirá em diferentes proporções entre colmo, folhas e panículas, e consequentemente, diferentes produções de matéria seca por hectare, composição bromatológica e valor nutritivo. O sorgo possui características fisiológicas que permitem paralisar o crescimento ou diminuir as atividades metabólicas durante a seca e reiniciar o crescimento quando a água se torna disponível. Além de que, logo após o término de um período de déficit hídrico, as plantas podem até crescer mais rapidamente do que as que não sofreram estresse. Essa situação ocorre, provavelmente, pelo acúmulo de fotoassimilados no início do período de estresse. Essas reservas, que são pouco utilizadas durante a seca, ficam disponíveis para estimular o crescimento quando a água se torna novamente disponível e aumentando a produtividade. Com base neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a massa seca do colmo, folhas, panícula, parte aérea e total em plantas de sorgo submetidas sob suspensão hídrica.

METODOLOGIA:
O experimento foi implantado em casa de vegetação localizada no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, PA, Brasil. As plantas foram submetidas a dois regimes hídricos [irrigado (controle) e déficit hídrico], no qual a simulação do déficit hídrico foi à suspensão da irrigação no período de 15 dias (estresse severo) para as plantas com 15, 45 e 75 dias após a germinação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em fatorial do tipo 2 x 3 (duas condições hídricas: controle e déficit hídrico x três tempos de avaliação), com 5 repetições, totalizando 30 unidades experimentais, no qual cada unidade experimental foi composta de uma (1) planta/vaso. Foi aplicada a análise de variância nos resultados e comparadas as médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância, realizadas através do Sas- institute (1996) e embasadas nas teorias estatísticas preconizadas (GOMES; GARCIA, 2000). As plantas após serem coletadas, foram levadas ao laboratório de fisiologia vegetal e secadas em uma estufa de circulação forçada a 65°C por 24 horas. Através deste processo foi determinada massa seca do colmo, folhas, panícula, parte aérea e total em balança analítica.

RESULTADOS:
Os resultados revelaram um decréscimo significativo na massa seca do colmo, folhas, panícula, parte aérea e total em plantas de sorgo sob deficiência hídrica. Essa redução teve uma variação das plantas controle para as plantas sob deficiência hídrica de 13,2 para 4,34g, 56,57 para 21,75g e 44,66 para 25,1g; 11,1 para 5,2g, 18,8 para 11,36 g e 13,19 para 8,7g; 24,7 para 9,55g, 83,85 para 35,77g e 95,2 para 45,88g; 32,7 para 22,55g, 101,25 para 61,57g, 113,6 para 75,65g de massa seca do colmo, folhas parte aérea e total respectivamente para os 03 (três) estádios fenológicos, além da massa seca da panícula que foi de 8,48 (controle) para 2,66g (déficit hídrico); 47,26 (controle) para 12,08g (déficit hídrico) para fase reprodutiva e de enchimento e maturação fisiológica respectivamente. Esse resultado se deve a deficiência hídrica, possivelmente por promover um decréscimo drástico na taxa fotossintética, fazendo com que haja uma diminuição da área foliar, número de folhas e tendo como conseqüência a diminuição da massa seca das folhas. Além disso, a redução desses fotoassimilados causou um provável desbalanço entre fonte/dreno, e inativação de hormônios responsáveis pelo crescimento da planta em altura e do diâmetro do colmo, afetando significativamente a massa seca da parte aérea.

CONCLUSÕES:
A suspensão hídrica por 15 dias foi suficiente para diminuir significativamente a massa seca do colmo, massa seca das folhas, massa seca da panícula, massa seca da parte aérea e a massa seca total da planta de sorgo.



Palavras-chave:  Sorgo, massa seca, estresse hídrico.

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