60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia

ACÚMULO DE MASSA SECA E TEMPO MÉDIO DE GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE VIGNA UNGUICULATA (L.) WALP. CULTIVAR PITIUBA EM MEIO SALINO

Adriana Gisely Tavares Barreto1
Nara Elisa Lobato Rodrigues1
Luana Moraes da Luz1
Allan Klynger da Silva Lobato1
Cândido Ferreira de Oliveira Neto1, 2
Roberto Cezar Lobo da Costa1, 2

1. Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Prof. Orientador


INTRODUÇÃO:
O uso de elevadas quantidades de fertilizantes, a elevação do lençol freático ou o uso da água salina na irrigação têm sido as maiores causas da salinização dos solos. É um problema que cresce ano a ano devido à escassez de chuvas e à demanda sempre crescente de água e fertilizantes pela agricultura moderna. Além disso, o aumento da população mundial e, conseqüentemente, da urbanização têm forçado os produtores a utilizarem cada vez mais solos marginais, inclusive os salinos. Esses fatores têm aumentado a necessidade de estudos no âmbito da fisiologia de sementes, bem como a busca de espécies potencialmente promissoras para essas áreas. Na produção agrícola, a germinação das sementes é etapa fundamental, pois dela depende o estabelecimento das culturas. A ocorrência de uma quantidade excessiva de sais no substrato acarreta a diminuição do potencial osmótico do solo, reduzindo a absorção de água pela semente, e afetando seu potencial germinativo. O objetivo deste trabalho foi o de investigar a influência do estresse salino sobre o acúmulo de massa seca e o tempo médio de germinação de sementes de Vigna unguiculata (L.) Walp. cv Pitiuba.

METODOLOGIA:
As sementes de Vigna unguiculata (L.) Walp. cultivar Pitiuba foram obtidas na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio-Norte), safra 2007. O experimento foi conduzido no Laboratório de Fisiologia Vegetal da Universidade Federal Rural da Amazônia Belém-Pa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, sendo 3 níveis de estresse salino (0, 75 e 150 mM NaCl), no qual o estresse salino (75 e 150 mM NaCl) foi obtido com as soluções de NaCl e água destilada, sendo o controle (0 mM NaCl) formado somente por água. As sementes foram postas em gerbox, (comprimento x largura x altura; 11 x 11 x 4 cm), forrados com papel germitest estéril e umedecidos com as soluções a serem avaliadas (NaCl e água) até alcançar 2.5 vezes o peso do papel seco. Os gerbox, hermeticamente fechados e contendo as sementes, foram colocados em câmara de germinação à 25 ºC e no escuro. Após o 7º dia da implantação do experimento, as sementes germinadas foram postas em estufa a 65ºC durante 72 horas para a determinação do peso seco. A contagem das sementes germinadas para a determinação do tempo médio de germinação foi efetuada ao 3º, 5º e 7º dia da implantação do experimento. Submeteram-se os dados a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de tukey a 5% de significância.

RESULTADOS:
Observou-se diferença significativa na massa seca de sementes germinadas, sendo obtidas massas de 0.11, 0.12 e 0.13g.sementes germinadas-1 nos tratamentos submetidos aos estresses salinos de 0, 75 e 150 mM NaCl, respectivamente revelando que a matéria seca aumentou à medida com aumenta o nível de estresse salino. O aumento da massa seca das sementes é devido ao aumento na concentração de sal no substrato. Durante o processo de embebição da semente, ocorre a absorção da solução contendo NaCl e água, no qual este acúmulo age diretamente nos processos bioquímicos envolvidos durante a germinação da semente, pois dependendo da intensidade do estresse salino pode ocorrer até a desnaturação/desativação das enzimas. O tempo médio de germinação foi alterado significativamente, de acordo com a ANOVA, segundo a qual as sementes sob estresse salino de 0, 75 e 150 mM NaCl tiveram os tempos médios de germinação de 3.96, 4.11 e 4.17 dias, respectivamente .A baixa disponibilidade e velocidade de assimilação hídrica, resultante do abaixamento do potencial hídrico pelo NaCl implicou em maior tempo médio de germinação. Dessa forma o estresse salino simulado neste experimento comprova a maximização do tempo necessário para a germinação de sementes de Vigna unguiculata.

CONCLUSÕES:
O tempo médio de germinação foi aumentado com a elevação da concentração salina. O acúmulo de massa seca pelas sementes foi maior no tratamento controle (0 mM NaCl).



Palavras-chave:  Massa seca, sementes, tempo médio de germinação.

E-mail para contato: neto.fsvegetal@hotmail.com