60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

O papel da leitura no desenvolvimento de alunos da educação básica tem sido uma constante nos trabalhos de pesquisadores, uma vez que nossos alunos apresentam dificuldades de aprendizagem de leitura, mas, nesse processo, outro fator implicador é que os docentes de Língua Portuguesa, em sua maioria, não possuem uma formação apropriada as novas concepções de ensino e, quando conhecedores, sentem-se obrigados a colocar em pratica em decorrência do atual sistema educacional. Pesquisas importantes, sobre o fracasso escolar, notadamente nas disciplinas específicas, mostraram como causa maior desse fracasso o não domínio da língua, mostrando a importância de que mesmo havendo outras formas de acesso ao patrimônio cultural, ler continua sendo a ferramenta privilegiada de enriquecimento pessoal, de livre acesso a todos. Através da leitura podemos argumentar e torna-se um ser humano crítico e capaz de colocar em prática suas idéias. Esta pesquisa visa verificar as práticas adotadas pelos professores no que se refere ao ensino da leitura, além do interesse em saber como um profissional criativo, reflexivo e politizado trabalha a leitura, esta é uma experiência interessante que deve ter maior valor nas escolas, pois, a leitura acompanhará o aluno em toda sua vida acadêmica e profissional.

METODOLOGIA:

Em um primeiro momento, foram selecionadas (8) escolas da região centro-sul de Manaus para realização desta pesquisa, sendo que apenas (5) escolas contribuíram efetivamente. Dentre essas, (7) professores de turnos diferentes, graduados em Letras com Licenciatura Plena, com experiência de, no mínimo, 3 anos de magistério e, atualmente, atuando nas 8º séries do Ensino Fundamental. A técnica utilizada, neste trabalho, foi à observação participante, momento em que se vivenciou o ambiente real de trabalho desses professores. A pesquisa caracterizou-se, também, pelo aspecto quantitativo, para em seguida, apresentar uma abordagem qualitativa, considerando os fundamentos apresentados por Stake (1983), que menciona a importância em distinguir as abordagens quantitativa e qualitativa de pesquisa afirmando que todos os pesquisadores quantitativos fazem discriminações qualitativas, assim como os pesquisadores qualitativos descrevem importantes quantidades em seus relatos. O trabalho foi desenvolvido sob a orientação de (1) uma professora e (1) aluna do curso de Letras. Por razões metodológicas, as atividades foram realizadas em (4) etapas: levantamento bibliográfico, leitura, fichamento e discussão teórica; observação da prática pedagógica, análise dos dados e avaliação dos dados obtidos.

RESULTADOS:

Em outubro 2007, foram iniciadas às visitas nas escolas da região centro-sul, escolhidas para realização desta pesquisa. Nesse ínterim, dos professores contactados, apenas um estava trabalhando, em sala de aula, com a leitura. O outros alegaram ter que dar conta dos conteúdos previstos no plano de aula, por isso a preferência seria ministrar a gramática normativa, uma vez que, segundo tais professores, estavam atrasados com os conteúdos previstos no plano de trabalho. Além disso, segundo esses professores, a falta de interesse, as dificuldades de ler e produzir textos dos alunos, problema que os acompanha, desde as séries anteriores. Segundo Antunes (2004), “A atividade da leitura completa a atividade da produção escrita. É, por isso, uma atividade de interação entre sujeitos e supõe mais que a simples decodificação dos sinais gráficos”. Quanto às aulas observadas, percebe-se a “praticidade”, visto que não há uma preocupação com a leitura compreensiva apenas com a informativa e com o ensino da Gramática Normativa. Diante disso, constatou-se que, nas escolas inquiridas, o ensino da leitura não há diferenças, porque a maioria dos professores, ao planejar suas aulas, não relaciona o ensino da leitura com o cotidiano do aluno.

CONCLUSÕES:

O ensino da leitura e da produção textual é necessário a vida de qualquer pessoa, já que ler é “um ato de conhecimento. E conhecer significa perceber mais, contudentemente, as forças e as relações existentes no mundo da natureza e no mundo dos homens, explicando-as.” (Silva, 1988). A leitura abre as portas do sujeito para o mundo, constrói um indivíduo crítico, ativo e politizado. No entanto, as distorções encontradas nas escolas prejudicam a formação desse aluno. Constatou-se, nesta pesquisa, que a conduta dos professores mostra o despreparo, falta de conhecimento sobre o papel da escola, por isso atua como repetidores, contribuindo, dessa forma com o fracasso da escola no desenvolvimento da leitura e formação de leitores críticos. Durante as observações, constatou-se que a prática dos professores das escolas inquiridas aponta para a pouca importância do ensino da leitura em um Estado que está classificado em último lugar na Prova Brasil. E, se a escola é o espaço privilegiado para se desenvolver as habilidades dos indivíduos que ali chegam, os professores devem auxiliar seus alunos a serem ativos na elaboração do significado. Caso contrário estar-se-á fadado ao fracasso escolar, conseqüentemente, o fracasso lingüístico, demonstrando a falta de experiência nos anos escolares.

Instituição de fomento: Instituição de Fomento- FAPEAM

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Lingüistica, Ensino, Leitura

E-mail para contato: fernandalipe@hotmail.com