60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica

IDENTIFICANDO ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS EM ESCOLARES POR MEIO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: FOCO DA ENFERMAGEM

Rebecca Bronzatto de Paiva e Silva1
Ariane Borin1
Mariana Carolina dos Santos1
Irani Aparecida Dalla Costa Paes1

1. Centro Universitário Hermínio Ometto-Uniararas


INTRODUÇÃO:
Entre as atividades assistenciais da enfermagem em âmbito escolar Wong (1999) e Brasil (2002a) destacam a importância da verificação dos dados antropométricos em crianças por ser o período da vida em que ocorre o crescimento linear no ser humano, representado pelo aumento do tamanho corporal. Além disso, esses dados permitem avaliar o estado nutricional das crianças, indicando baixo peso ou sobrepeso. Tuma, Costa e Schmitz (2005) referem que as medidas antropométricas são um ótimo indicador da saúde e das condições de vida de uma população em geral. Neves et al (2006) salientam que os padrões de crescimento das crianças são geralmente semelhantes independente das diferenças raciais ou geográficas, porém mencionam que estas são influenciadas por fatores extrínsecos e/ou intrínsecos, principalmente os socioeconômicos e ambientais. Os autores mencionam alguns problemas de saúde como a desnutrição e a obesidade que podem ser identificados por meio das medidas antropométricas. O objetivo desse estudo foi identificar possíveis alterações no crescimento linear em crianças com idade entre 6 a 9 anos incompletos. É uma ação preventiva de doenças por meio de uma medida simples e de baixo custo propiciando intervenções que melhoram a qualidade de saúde das crianças.

METODOLOGIA:
Adotou-se como método o estudo transversal com delineamento descritivo. A coleta de dados foi realizada mediante as normas instituídas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2002a) utilizando-se uma balança antropométrica manual da Filizola calibrada antes de cada pesagem e uma fita métrica. Foi realizado no ambulatório de enfermagem, na Escola Estadual José Ometto, situado na Usina São João, zona rural, do Município de Araras-SP. Neste estudo participaram 27 crianças, matriculadas no primeiro ano, após autorização por meio do termo de consentimento livre esclarecido pelos responsáveis legais. Respeitaram-se os critérios de inclusão quanto a estarem presentes nos dias das medições, idade e estar no primeiro ano do ensino fundamental. Esse estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Centro Universitário Hermínio - Uniararas, com o parecer n.131/2007. Para a anotação dos dados foram utilizadas planilhas contendo: idade, sexo, peso, altura e percentil preenchidas após as medições, ou seja, nos meses de abril, junho, setembro e novembro de 2007.

RESULTADOS:
Participaram desse estudo 27 crianças, sendo 13 (48,2%) do sexo feminino e 14 (51,8%) do sexo masculino; 10 (37%) entre 6 anos completos e 7 anos incompletos e 17 (63%) com 7 anos completos e 8 anos incompletos, na primeira medição. Dos 27 (100%) participantes desse estudo, 13 (48,15%) foram considerados eutróficos e 14 (51,85%) apresentaram alguma alteração em relação idade e peso; idade e estatura ou estatura por peso. Destes 14, em 3 (11,11%) as alterações não foram significantes, não necessitarão de intervenções ou acompanhamento; 5 (18,51%) apresentaram alterações, porém constatou-se a necessidade de reavaliação, perfazendo assim um total de 21 (77,78%) crianças que não necessitam da intervenção da enfermagem. Das 27 crianças avaliadas, 4 (14,81%) apresentam desnutrição e 2 (7,40%) sobrepeso, portanto necessitarão de acompanhamento e ações que auxiliem na estabilização dessas alterações. Salomons, Rech e Loch (2007) e Cano et al (2005) obtiveram porcentagens diferentes em seus estudos com crianças de 6 a 10 anos da rede municipal de ensino, em relação a porcentagem encontrada nesse estudo, porém também houve as duas alterações presentes.

CONCLUSÕES:
Vale ressaltar que na escola onde esse estudo foi realizado, as crianças recebem uma alimentação elaborada por nutricionista, priorizando o equilíbrio entre os elementos essenciais, porém em casa nem sempre há essa disponibilidade, seja por condições financeiras, de conhecimento ou outras, dificultando uma harmonia completa na alimentação, o que pode resultar nos desvios encontrados. Sugere-se frente aos resultados que essas crianças sejam inseridas em programas com ações multiprofissionais, como: avaliação nutricional; instituição de cardápio direcionado a necessidade; controle mensal de peso e estatura; atividade física direcionada; grupos de orientação para as crianças e pais; encaminhamento para uma avaliação médica, serviço social e psicólogo quando necessário. Pode-se considerar que os dados encontrados nesse e em outros estudos são preocupantes, revelando que o estado nutricional da criança nessa faixa etária não está ideal, portanto deveria ser um assunto prioritário para a política de saúde nacional.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Antropometria, Escolar, Enfermagem

E-mail para contato: re_bronzatto@hotmail.com