60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental

OCORRÊNCIA DE ELEMENTOS-TRAÇO EM SEDIMENTOS DE FUNDO DO RIO AURÁ EM BELÉM (PA)

Silvana de Souza Pinheiro1
Luis Paulo Silveira Machado1
Anderson de Andrade Ribeiro1
Renata Luanny Sousa Oliveira1
Selma Solange Monteiro Santos2
Gilmar Wanzeller Siqueira3

1. Departamento de Ciências Naturais – UEPA
2. Departamento de Engenharia Ambiental – UEPA
3. Prof. Dr. Departamento de Engenharia Ambiental – UEPA - Orientador


INTRODUÇÃO:
Na área da bacia hidrográfica do Aurá, os resíduos sólidos oriundos dos municípios de Belém e Ananindeua são depositados na área do aterro sanitário do Aurá, localizado na periferia de Belém. A pluma de chorume, proveniente do “lixão” atingem as águas do sistema hidrográfico do Aurá, onde habitam algumas populações ribeirinhas que vivem da exploração dos recursos naturais, principalmente da pesca e coleta de mariscos. De modo geral, os elementos-traço de origem natural, ocorrem como componentes de minerais detríticos, já os de origem antrópica, uma vez descarregados em águas superficiais, são associados ao material particulado ou transportados na forma dissolvida e, eventualmente, sob a forma de colóides. Este estudo descreve as características ambientais dos sedimentos de fundo do rio Aurá, com relação aos elementos-traço (Cr, Ni, Fe e Al) associados aos sedimentos do rio Aurá, a fim de verificar o potencial de acumulação e eventual biodisponibilidade desses metais para o sistema hidrográfico estudado.

METODOLOGIA:
As coletas de sedimentos foram efetuadas em 30 pontos, no sentido da montante para a jusante do rio, onde coletou-se cerca de 1 Kg de sedimentos com amostrador “van Veen”. Após acondicionamento, as amostras foram resfriadas em câmara fria a -20ºC, para evitar perdas de elementos voláteis, limitar as atividades biológicas além de evitar a oxidação. Em laboratório procedeu-se o tratamento das mesmas (secagem em estufa de circulação de ar a 40ºC5ºC por 48 horas para retirar umidade, desagregação, pulverização, homogeneização, quarteamento, peneiramento para separação da fração fina <0,063 mm) para se obter as subamostras, onde foram empregadas diferentes misturas ácidas de acordo com os procedimentos descritos TESSIER, et al. (1979). Para as leituras das amostras foi utilizado o equipamento de espectrometria de absorção atômica com chama (EAA).

RESULTADOS:
Ao longo do rio Aurá observa-se um decréscimo das concentrações dos metais em direção a jusante do rio. As concentrações de Cr oscilaram entre 22,6 e 63,2 mgKg-1, com média de 46,72 mgKg-1 para o sistema fluvial estudado. O Ni foi detectado em todos os pontos estudados, com variações de 14,00 a 46,90 mgKg-1, atingindo média de 32,03mgKg-1 no sistema fluvial. O Fe apresentou concentrações oscilando entre 1,47% e 3,46%, com média de 2,50% ao longo do sistema, por sua vez, o Al apresentou teores 2,61% a 6,07% com média de 4,49%.

CONCLUSÕES:
Ao longo do sistema fluvial do rio Aurá, ocorre pouca disponibilidade de Cr e Ni para a cadeia trófica da região, pois ocorre a predominância dos processos físicos sobre os químicos na acumulação desses metais, registrando menor influência antropogênica da entrada desses metais-traço no sistema. Os resultados demonstram que as distribuições das fontes naturais de Fe e Al, para o sistema estudado, controlam os teores dos mesmos. Estes elementos são liberados por processos de intemperismo que ocorrem na bacia de drenagem do rio Aurá. O transporte de material sólido em suspensão, carreados pelo rio, favorece a deposição destes elementos-traço nesta micro-bacia,e a partir de então tendem a precipitar dependendo das condições físico e físico-químicas do meio (pH, Eh, alcalinidade, oxigênio dissolvido, salinidade e outros).

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  biodisponibillidade, metais, rio Aurá

E-mail para contato: sylvanapinheiro@yahoo.com.br