60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

A CONSTRUÇÃO DE INFÂNCIAS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA FILOSÓFICA

Gabriela Freitas de Almeida1
Wivian Weller1, 2

1. Faculdade de Educação - UnB
2. Orientadora


INTRODUÇÃO:
A forma com que vemos a infância é determinante em nossas atitudes em relação à escola, à educação e às relações que mantemos com as crianças. Enxergá-las como capazes de realizar escolhas e de compreender o mundo é fundamental para que criemos espaços em que essas possam ter voz e onde a aprendizagem se dê em conjunto com elas e não verticalmente. Baseando-nos nas obras de Rousseau, onde a criança recebe ordens consentidas; Freire, em que o educando busca mudar a sociedade em que vive; e Kohan, onde se privilegia as tomadas de decisão a partir da de conceitos criados por cada indivíduo, buscamos estudar as concepções dos envolvidos no processo de inclusão da prática filosófica no cotidiano escolar acerca da infância e de sua relação com a filosofia, na tentativa de perceber como essas são explicitadas em nossas ações e como a infância real e não idealizada pelos autores lida com o pensar filosófico.

METODOLOGIA:
O projeto de pesquisa “A construção de infâncias a partir da experiência filosófica” foi dividido em três fases, sendo a primeira a análise das obras de Rousseau, Freire e Kohan, seguida da realização de grupos de discussão com crianças da Escola Classe 6 de Planaltina e culminando com a análise desses. Trabalhamos 14 crianças da terceira série da EC 6 de Planaltina divididas em três grupos de discussão, todas elas participantes do projeto de extensão da UnB: Filosofia na Escola. Uma vez que se pretendia analisar a influência das aulas de filosofia na forma de ver a infância das crianças. Os resultados das análises dos grupos de discussão foram divididos em seis grupos, a saber: a escola; as relações de poder entre adultos e crianças; o ensino de filosofia e sua relação com outras disciplinas; a infância, adolescência e a maturidade; e o brincar.

RESULTADOS:
No que tange à relação adulto/criança, percebemos nas discussões a recorrência de idéias da infância como tempo de brincadeira, irresponsabilidade e impossibilidade de solucionar problemas, enquanto se supervalorizava o adulto e suas atitudes. Ao mesmo tempo que valorizavam, no adulto, a possibilidade de intervenção, as crianças participantes não se colocavam como transformadoras de suas realidades, porém expressavam suas vontades diante de algumas situações.

CONCLUSÕES:
Mesmo a emissão de juízos não sendo característica atribuída pelos próprios entrevistados às crianças. Não raramente formam e colocam suas opiniões a respeito de fatos de seu cotidiano, percebendo-se assim uma enorme disparidade entre o que falam e o que fazem. Acreditamos que essas idéias surgem como formas de subversão de uma ordem que consideram inadequadas, enquanto falam o que se quer que falem, suas ações e juízos sobre as coisas vão por caminhos diversos. Também a filosofia inserida da dinâmica escolar não muda propriamente os conceitos formados pela sociedade ao longo do tempo. Mas ao deslocar papéis, ao permitir que todas as vozes ecoem pelo ambiente permite que falar se torne um hábito.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Infância e maturidade, Filosofar, Escola

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