60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Entre os diversos problemas que afetam a saúde da população brasileira encontram-se os acidentes escorpiônicos, que correspondem ao quadro de envenenamento humano causado pela toxina escorpiônica. O escorpionismo consiste num agravo de saúde pública, visto que é importante causa de morbi-mortalidade no país. Percebe-se, portanto, a importância de uma intervenção epidemiológica contínua a fim de minimizar a ocorrência desse tipo de acidente. Diante dessa necessidade, o presente estudo teve como objetivo realizar uma análise comparativa dos acidentes escorpiônicos notificados pelo Centro de Assistência Toxicológica de Campina Grande durante o ano de 2005, a fim de traçar o perfil clínico e epidemiológico dos acidentados, fornecendo dados que subsidiem medidas para combater o problema e elevar conseqüentemente a qualidade de vida da população local.

METODOLOGIA:

Tratou-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo e exploratório com abordagem quantitativa, realizado no Centro de Assistência Toxicológica de Campina Grande - PB. A amostra constituiu-se de 236 pacientes. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se as fichas de notificação adotadas pelo SINAM e pelo CEATOX-CG. O tratamento dos dados foi feito pelo programa Epi Info versão 3.3.2. O responsável pela Instituição na qual foi realizada a pesquisa assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme diretrizes emanadas pela Resolução 196/96 do Ministério da Saúde.

RESULTADOS:

Dos 236 pacientes, o gênero feminino correspondeu a 62,70%. Com relação à faixa etária, a de maior índice (33,90%) situou-se entre 15 a 29 anos. Dentre a amostra pesquisada, 54,20% eram indivíduos escolarizados, sendo o estudo, a ocupação apresentada pela maioria (23,70%), um valor muito próximo à quantidade de senhoras do lar (23,30%). O local mais atingido pela picada dos escorpiões foram os membros inferiores e superiores, totalizando 66,10% dos pacientes, com predomínio de casos leves (86,90%), sem ocorrência de óbitos. O atendimento ocorreu nas primeiras seis horas do acidente (67,40%), onde o sintoma mais observado foi a dor, em 45,40% dos acidentados. O tratamento foi predominantemente sintomático (90,30%), com 85,20% dos acidentes evoluídos para a cura. Os acidentes escorpiônicos apresentaram maior freqüência nos meses de julho e setembro do ano em questão, tendo 80,50% dos mesmos, acontecido na zona urbana, 74,10% no município de Campina Grande e 67,80% em ambiente domiciliar. O Tityus stigmurus foi o responsável por 50,00% dos acidentes.

CONCLUSÕES:

No território estudado, o escorpionismo é uma problemática de ocorrência em todas as épocas do ano, havendo com isso a necessidade de serem estabelecidas medidas preventivas para tal acidente. Os resultados obtidos constituem importante ferramenta útil ao embasamento de campanhas educativas para este fim. Dessa forma a pesquisa realizada contribuiu para a toxicovigilância, a vigilância epidemiológica, e conseqüentemente para a saúde pública.

Instituição de fomento: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Escorpionismo, Epidemiologia, Saúde Pública

E-mail para contato: maria.uepb@gmail.com