60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 2. Biologia - 3. Biologia Geral

QUALIDADE DO SERVIÇO SAÚDE PÚBLICA PREVENTIVA E A AÇÃO DOS AGENTES COMUNITARIOS NA CIDADE DE CAXIAS-MA

DIEGO ALEXSANDER SILVA DOS SANTOS1, 2, 4
ERNESTO AUGUSTO SILVA BARBOSA1, 2, 4
JANDERSON HERLAN VERAS E SILVA1, 2, 4
ROLDÃO RIBEIRO BARBOSA1, 2, 3

1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
2. CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS - CESC
3. DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E FILOSOFIA
4. CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


INTRODUÇÃO:
Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), saúde de todos os povos é uma condição fundamental para se chegar à paz e à segurança, e depende da mais ampla cooperação das pessoas e dos estados nacionais. E uma das formas de estabelecimento de uma ação efetiva e de grande aplicabilidade na área da saúde consiste nos investimentos em saúde preventiva, através de amplo programa de atendimento a partir da família e com sua participação. Para o Ministério da Saúde, uma unidade de saúde da família se destina a realizar atenção contínua nas especialidades básicas, com uma equipe multiprofissional habilitada para as atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde, características do nível primário de atenção. Em Caxias-MA, de junho a novembro de 2007 foram internadas 5.550 pessoas, o equivalente a quase 2% da população dos municípios da Micro-região do Leste Maranhense, sendo que a cidade de Caxias responde por quase 1/3 desses doentes, equivalente a 300 internações por mês. Diante dessa realidade levantou-se o problema científico de que a ação dos agentes comunitários de saúde estava ineficiente, porque a lógica é a de que a eficiência do trabalho dos agentes resultasse em menos internações. Então, esta pesquisa se propôs analisar a relação entre a atuação dos agentes comunitários de saúde e as internações hospitalares.

METODOLOGIA:
Inicialmente foi feita uma revisão da literatura relacionada ao tema, para aclarar alguns conceitos e princípios da saúde preventiva e do SUS (Sistema Único de Saúde). Depois fêz-se pesquisa de campo, aplicando-se questionário pessoal, por um processo aleatório simples, tomando-se os bairros como áreas, foi pesquisado 1% de uma população de 25 mil domicílios, distribuídos por bairros. O Questionário será direcionado para dois grupos: Os Agentes Comunitários de Saúde e a uma parcela da população que tem acesso aos serviços de saúde. Depois se fez observação dos fatos para que se tivesse ou tentasse se ter uma representação fiel da realidade.

RESULTADOS:
Quanto ao grau de escolaridade, 41,6% dos moradores não sabiam ler nem escrever. A população abordada era na sua maioria carente, com um rendimento mensal menor que 1(um ) salário mínimo e, geralmente, era complementado por algum programa do governo federal como o “Bolsa Família”; 42,3% da população tem uma renda familiar que é de 1 a 2 salários mínimos e na maioria das vezes mais de um membro da família trabalha para contribuir com as despesas. Quanto ao atendimento de saúde, 33,3% classificam o atendimento como ruim e apontam a existência de problemas na saúde atualmente. Sobre a existência de problemas na saúde; 68,1% apontaram como os principais problemas a falta de médicos, remédios e o mal atendimento. Quando se pergunta a opinião dos membros da comunidade sobre a atuação dos agentes comunitários, 54,5% classificam o atendimento de saúde oferecido por eles como bom. Quando perguntados sobre a regularidade das visitas dos ACS, 87,5% confirmaram que os agentes acompanham regularmente as famílias, mas apenas para saber como estão de saúde, sem uma preocupação por orientar quanto a meios e procedimentos para evitar a doença, a não ser para evitar a “dengue”. Porém, apesar disso 58,3% da população entrevistada confessou que já havia procurado atendimento em outra cidade por não ter encontrado atendimento qualificado no município de Caxias-MA. E as entrevistas informais são reveladoras de que não há um entendimento do que seja o verdadeiro papel do agente comunitário de saúde, seja pelo agente, que se entende como alguém que visita famílias preenchendo formulários, seja da população que só reclama da falta de remédios. Mas isso tem relação com os altos índices de internações.

CONCLUSÕES:
Dado o exposto, pode-se concluir que o PSF (Programa de Saúde da Família) em Caxias - MA não funciona de acordo com as normas, que foram previstas em lei pelo poder executivo, pois o conceito de saúde preventiva impõe ações educativas e uma postura ativa dos usuários da saúde, o que não é demonstrado nas entrevistas..A maior parte da população esta insatisfeita com o serviço de saúde preventiva vigente, sendo as principais causas dessa insatisfação à falta de médicos, remédios para o tratamento de doenças crônico-degenerativos e o atendimento ruim nas UBS (Unidades Básicas) locais, demonstrando claramente a predominância da saúde curativa e a não internalização do conceito de saúde preventiva.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Agentes comunitários de saúde, Saúde da família, Saúde preventiva

E-mail para contato: ernestoasb@hotmail.com