60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola

HORTAS COMUNITÁRIAS COMO UMA ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL DOS MORADORES DO BAIRRO DA TERRA-FIRME EM BELÉM/PARÁ

Terezinha Carolina Piani das Neves Costa1
Amanda de Conceição Leão Mendes2
Maria da Glória Gomes Cristino3, 4
Maria Lúcia Langbeck Ohana3
Mário Benjamim Dias3
José Maria Farias3

1. Discente do curso de Engenharia de Alimentos – bolsista da PROEX da UFPA
2. Discente do curso de Nutrição-bolsista de Iniciação Científica da PROEX da UFPA
3. Docente da Escola de Aplicação da UFPA
4. Profª Msc/ Orientadora


INTRODUÇÃO:
O Brasil convive com grandes diferenças entre o crescimento econômico e o social, com isso, observa-se a dificuldade de acesso ao alimento, em quantidade e qualidade, para uma parte considerável da população. É importante conceituar o termo Segurança Alimentar e Nutricional, como a garantia, para todos, ao acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis. Apesar da discussão em torno do assunto, o que se aprende é uma grande insegurança alimentar que põe em questão a saúde do homem, pois a maioria da população em situação nutricional vulnerável não tem acesso aos alimentos por não dispor de poder aquisitivo suficiente para comprá-los. A produção de hortas comunitárias está se difundindo cada vez mais em nossa sociedade, na produção de alimentos saudáveis, já que as pessoas podem estar ingerindo diariamente uma grande quantidade de alimentos, mas sem os elementos nutritivos fundamentais para a manutenção da saúde. O projeto objetiva a melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro da Terra Firme, proporcionando à todos uma alimentação que atenda as necessidades nutricionais para um bom desempenho das funções do organismo humano.

METODOLOGIA:
Inicialmente, os proponentes do projeto estabeleceram um diálogo com os moradores do bairro da Terra-Firme. Procedeu-se uma pré-inscrição para avaliar a demanda interessada pelo assunto. Após esta fase, foram iniciados os primeiros contatos com intuito de se avaliar as reais necessidades dos participantes, bem como a condição sócio-econômica apresentada por eles. Foi feito uma sondagem de que hortaliças eram mais desejadas para o plantio. Foram elaboradas questões a fim de saber se os participantes possuíam algum tipo de experiência nesta área,. Dando seqüência foi iniciado um mini-curso teórico sobre a melhor maneira de cultivar as hortaliças ( preparo de canteiros, semeaduras e transpantio etc). Para preparo das mudas foram usados copos descartáveis reaproveitados do lixo escolar. Diariamente estas sementes eram regadas e após atingidos o tamanho recomendado para transplantio estas mudas foram plantadas nos respectivos canteiros No tamanho determinante para cada hortaliça estas foram colhidas pelos participantes do projeto. Procurou-se também estabelecer o rodízio de hortaliças para diversificar e também para um melhor aproveitamento do solo.

RESULTADOS:
A partir dos trabalhos preliminares que foram relatados, ocorreram os primeiros encontros a fim de se estabelecer as ações entre a academia e a comunidade . Dando seqüência na parte teórica, as primeiras aulas foram ministradas, para dar noções dos requisitos necessários para a implantação de hortas partiu-se então para a prática, que consistiram no plantio de canteiros com as mudas de hortaliças: alface, couve, cebolinha e jambú, feijão-verde e pepino. Procurou-se diversificar com outros tipos de hortaliças tais como maxixe, quiabo entre outros. À medida que foram feitas as colheitas, as hortaliças foram rateadas entre os moradores da comunidade inseridos no projeto. Foram feitas discussões com a comunidade sobre o aspecto nutricional relacionado às hortaliças cultivadas a fim de propiciar aos participantes do projeto o conhecimento, assim como o direito à alimentação saudável e a promoção de alternativas para a melhoria das condições de vida desta parcela da população de Belém.

CONCLUSÕES:
Espera-se que a partir deste projeto se consiga melhorar a produção dos alimentos para a complementação da dieta alimentar destas famílias de forma a estimular meios de cooperação organizativa de produção solidária e com isto reforçar a cooperação agrícola, mas mantendo-se as relações artesanais de trabalho, como forma de sobreviver à concorrência da agricultura empresarial. Pretende-se proporcionar o barateamento dos alimentos pelo cultivo de hortas comunitárias, dando acesso a alimentação saudável para a parcela da população que se encontra excluída do meio social e finalmente espera-se que haja a consolidação de trocas de experiências entre os saberes das famílias inseridas no projeto com os graduandos envolvidos em questões educacionais e ambientais como práticas extensionistas para o desenvolvimento de sua formação acadêmica e do homem da Amazônia.

Instituição de fomento: Universidade Federal do Pará - Pro-Reitoria de Extensão (PROEX) e Coordenação de Pesquisa e Extensão (COPEX)

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Sustentabilidade, Segurança Alimentar, Horta comunitária

E-mail para contato: carolina_piani@yahoo.com.br