60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia

CARACTERÍSTICAS DO RECÉM NASCIDO DE BAIXO PESO DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE/PB NO PERÍODO DE 2000 A 2005

André Barbosa Silva1
Celeide Maria Belmont Sabino Meira1, 2

1. Universidade Estadual da Paraíba/DMEC
2. Profa. Dra. - Departamento de Matemática, Estatística e Computação - Orientadora


INTRODUÇÃO:
As ações de saúde pública tradicionais visam prestar assistência primária e passar informações de saúde para os indivíduos e comunidades, objetivando diminuir os índices de morbidade e mortalidade Nos países desenvolvidos, a mortalidade neonatal assume maior importância relativa, uma vez que neles a mortalidade infantil tardia já atingiu níveis muito baixos. Em contrapartida, nos países menos desenvolvidos, o período neonatal contribui ainda com participação menor ou igual que o infantil tardio na taxa de mortalidade nos menores de um ano de vida. Particularmente, o baixo peso ao nascer (BPN) é o maior determinante da mortalidade infantil e neonatal, sendo considerado um dos mais relevantes indicadores de saúde O UNICEF estabeleceu em 10% a prevalência aceitável de BPN, porém sua ocorrência varia entre países, regiões de um mesmo país, tendo seus índices decrescidos em conseqüência do desenvolvimento econômico e da melhoria da qualidade de vida da população. O objetivo deste trabalho foi conhecer as características do recém-nascido de baixo peso do município de Campina Grande/PB no período de 2000 a 2005.

METODOLOGIA:
Essa pesquisa se caracteriza como do tipo descritiva, de abordagem quantitativa de dados obtidos do Sistema Nacional de Saúde (SINASC), referente aos nascimentos ocorrido no período de 2000-2005 na cidade de Campina Grande/PB. Foram estudadas variáveis relativas às características da mãe (idade, estado civil, escolaridade, paridade e abortos), gestacionais (idade gestacional, tipo de parto, consultas de pré-natal) e do neonato (sexo, raça/cor, anomalia e local de nascimento) As análises estatísticas foram realizadas com o auxilio dos softwares EPI INFO e EPIDATA.

RESULTADOS:
Ao longo do período estudado houve um crescimento anual médio de 3%, com exceção do ano de 2003 que foi praticamente igual ao ano de 2002. Em todo o período a menor prevalência de baixo peso ao nascer (4,2%) ocorreu em 2003 e a maior (7,9%) em 2005. No entanto, a prevalência do BPN ficou sempre abaixo das médias registradas no Brasil, no Nordeste e na Paraíba, com exceção dos anos de 2000 (6,6%) e 2005 (7,9%), em que apesar de ter sido abaixo da média nacional, 7,6% e 8,1%, ficou acima das médias do Nordeste, 6,7% e 7,4%, e da Paraíba, 6,2% e 6,7%, respectivamente. Entre os neonatos BPN, de 26% a 30% eram filhos de adolescentes, sendo que de 44% a 72% dessas mães viviam sem companheiro, de 62% a 71% tinham três ou mais anos de estudo, de 42% a 50% já tinham mais de três filhos e de 77% a 90% não tinha tido aborto. Foi observado que a maioria dos recém-nascidos BPN eram prematuros (entre 76% e 99%), nasceram de parto vaginal (entre 58% e 70%) e suas mães tinham feito menos de 7 consultas pré-natais (entre 62% e 73%). Em relação às características do neonato BPN constatou-se que entre 52% e 54% eram do sexo feminino, entre 64% e 68% foram denominados da raça/cor não branca, entre 98% e 99% não apresentaram anomalias congênitas e aproximadamente 100% nasceram em hospitais.

CONCLUSÕES:
Os resultados deste trabalho indicam a necessidade de políticas de saúde, especialmente dirigidas para a melhoria da cobertura e acesso aos serviços de atenção básica pré-natal. Acredita-se que as autoridades públicas podem oferecer melhores oportunidades para um bom começo de vida para as crianças campinenses, avançando na descentralização do sistema de saúde e protegendo a mulher grávida com estratégias intersetoriais de inclusão social.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Recém nascido, Baixo peso, BPN

E-mail para contato: andre.estatistica@gmail.com