60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 5. História - 9. História Social

CLASSIFICAÇÃO DO ESCRAVO NA VILA DO RIACHÃO OITOCENTISTA: PRETO, MESTIÇO, COZINHEIRA, LAVRADOR, APTO PARA O TRABALHO.

Joana Santos de Carvalho1
Sheyla Farias Silva1

1. Universidade Tiradentes
2. Universidade Tiradentes


INTRODUÇÃO:
A escravidão colonial moderna é entendida como uma relação de trabalho que servia para complementar a transição do feudalismo para o capitalismo nas economias européias avançadas, de acordo com a historiografia clássica e o escravo aqui servia para exercer o trabalho de valor depreciativo, de tarefas vergonhosas para um cidadão livre. É nesse contexto econômico e social que se insere a Vila do Riachão oitocentista, localizada na província de Sergipe onde prevalece nessa vila uma economia voltada para a subsistência. Visando estudar a forma como era classificado o escravo na vila do Riachão, no século XIX no período de 1876-1888, esse trabalho vai enfatizar o contexto histórico da época analisada bem como as transformações ocorridas ao longo do tempo. A escolha do tema está ligada à intenção de analisar a forma como era classificado o escravo, mediante fato que a escravidão na Vila do Riachão sempre esteve presente ao longo de sua trajetória histórica, tendo em vista as várias formas de vivência desse povo que não se restringiam apenas a lavoura açucareira ou a cor negra, mas sim a uma variedade de outros serviços prestados aos seus senhores. Esta iniciativa cumpre o papel de resgatar a memória desse fato cujo conhecimento se fez necessário para iluminar e esclarecer o contexto sócio-econômico e para ampliar o patrimônio histórico e cultural de Sergipe.

METODOLOGIA:
A pesquisa teve como fonte principal a Lista de Classificação de escravo datado de 1876, encontrada no Arquivo público do Estado de Sergipe e o Livro de Batismo da Paróquia Nossa Senhora do Amparo em Riachão do Dantas. As considerações a respeito dessa classificação foram dadas através da leitura de documentos. Esses documentos complementaram a busca de dados relevantes para pesquisa, pois, trouxeram informações para um estudo daquela realidade e possibilitou uma maior seleção dos dados a serem apresentados de acordo com os objetivos do presente trabalho. Foram utilizados também, trabalhos que versam sobre a análise de estrutura e posse dos cativos que visualizem uma estruturação social diversificada com padrões de posse de escravos mais diversificada e menos concentrado.

RESULTADOS:
Segundo análise feita, à lista de classificação de escravo a imagem da propriedade escrava abarrotada com centenas de escravos não foi tão expressa assim. Segundo consta, o número pode nos surpreender acerca do predomínio da pequena propriedade de escravos por proprietário. Outro fator é a diversidade de atividades exercida por esses escravos, não ficando restrito apenas na lavoura, mas também em outros setores da nossa sociedade como: na área de serviços domésticos, barbeiros, carpinteiros dentre outras denominações.

CONCLUSÕES:
Durante o trabalho foram apresentadas várias abordagens acerca dos vários ofícios dados aos escravos em meados do sec. XIX. Através da leitura da Lista de Classificação de Escravo, podemos chegar às seguintes conclusões. A propriedade escrava era massificada entre aqueles que de alguma forma possuíam algum bem para comprar um escravo. Com relação aos ofícios era classificado segundo aptidão para determinada função que variava entre lavrador, carpinteiro, sapateiro dentre outras, se o escravo possuísse alguma deficiência muitas vezes causada pelos maus tratos do senhor era classificado como não sendo um bom escravo.



Palavras-chave:  Escravo, Propriedade, Classificação

E-mail para contato: oannacarvalho@hotmail.com