60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia

EFEITO CITOTÓXICO DO COMPOSTO PLATINA IODO TRIFENILFOSFINA SOBRE CÉLULAS NEURONAIS DA RETINA

Camila Pereira1
Maycon Bruno de Almeida1
Nathaxa Souza Lopes1
Felício Stênio Schuenck Rozete1
Guilherme Simão Gontijo Silva1
Simão Pedro Fernandes Pereira2

1. Faculdade de Minas - FAMINAS
2. Prof. - Neurobiologia - UFF - Orientador


INTRODUÇÃO:
A morte celular natural envolve uma variedade de eventos bioquímicos e fisiológicos. Nas últimas décadas muito se tem estudado na tentativa de explicar quais fatores seriam responsáveis pela degeneração maciça que ocorre durante as primeiras etapas do desenvolvimento neuronal. Moléculas neurotróficas, atividade elétrica e a sinalização intracelular envolvendo segundos mensageiros são alguns dos mecanismos responsáveis pela manutenção da sobrevivência neuronal. Por outro lado, uma infinidade de compostos de mecanismo de ação desconhecido podem apresentar efeitos diversos na sobrevida celular, que vão desde sua inibição à sua estimulação de processos fisiológicos. Os metalocompostos têm sido amplamente estudados, demonstrando uma variedade de utilizações clínicas. Os compostos de platina em geral têm apresentado um efeito toxicológico a nível cardiovascular, digestivo, nervoso e renal. Neste contexto, faz parte do escopo do presente estudo analisar o efeito do complexo de Platina com Trifenilfosfina [PtI2(PPh3)2] (gentilmente cedido pelo Dr. Roberto Santos Barbiere) em sua morfologia, desenvolvimento de rede dendrítica e na sobrevivência de células nervosas da retina de ratos neonatos “in vitro”.

METODOLOGIA:
Foram utilizados ratos neonatos da linhagem Wistar nas primeiras 24 e 48 horas pós-natais. Após decaptação e retirada do globo ocular a retina foi dissecada em meio CMF e as células previamente dissociadas mecanicamente. A seguir a cultura foi incubada por 20 minutos na presença de tripsina. Posteriormente as células foram lavadas com meio 199 e plaqueadas em placas de petri com lamínulas tratadas com poli-L-ornitina. A partir de diluições no próprio meio de cultura, fizeram-se soluções do composto [PtI2(PPh3)2] nas concentrações 1,0 e 10,0 micro molar. As culturas foram plaqueadas numa concentração de 500.000 células/placa, diluídas em 3 mL de meio sendo separadas as placas controle e adicionadas as diversas concentrações experimentais. As células foram cultivadas em estufa a 37ºC sendo retirados os grupos controle nos intervalos de 4, 24 e 48 horas. Após intervalos experimentais as placas foram fixadas em karnovisk (glutaraldeído e paraformaldeído) e plaqueadas concomitantemente aos tratamentos controle.

RESULTADOS:
No processo de contagem das células no experimento controle foi observada uma pequena queda no percentual de sobrevida nos intervalos de 4 a 24 horas. Já no intervalo de 4 a 48 horas a queda nos valores foi de 15,89%. Quanto às células submetidas ao tratamento por 24 horas aferiu-se uma queda de 24,76% e 30,07% nas concentrações de 1 e 10 micro molar na sobrevida das células respectivamente, ao se comparar com o tratamento controle. No tratamento por 48 horas, em concentrações de 1 e 10 micro molar, observou-se uma queda de 50,71% e 50,85% na sobrevida celular, caracterizando um efeito tóxico do [PtI2(PPh3)2] na sobrevida das células neuronais da retina.

CONCLUSÕES:
De acordo com a análise dos resultados, evidencia-se o potencial citotóxico do composto [PtI2(PPh3)2] na sobrevida de células neuronais da retina, podendo-se a partir destes considerá-lo um agente inibidor da manutenção da sobrevida neuronal. Sendo que, tal inibição é proporcional ao tempo e à concentração da droga utilizada. Quanto às modificações morfológicas, não foi observado crescimento neurítico anormal quando comparado ao controle. Talvez em culturas mais densas essas diferenças sejam mais evidentes. Este trabalho dará inicio a outros experimentos ligados a utilização clínica de metalocompostos.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Platina, Células Nervosas

E-mail para contato: kamilinha2005@gmail.com