60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental

PRESENÇA DE MERCÚRIO NAS ÁGUAS DOS RIOS JUNDIAÍ E TIETÊ E RIBEIRÃO PIRAÍ – SP

Guilherme Ítalo Hetesi1
José Antônio Alves1
Enelton Fagnani2
José Roberto Guimarães2
Pedro Sérgio Fadini1

1. (1) CEATEC/PUC-Campinas Rod. D. Pedro I, km 136 Campinas – SP, 13086-900
2. (2) FEC/UNICAMP, Cidade Universitária Zefferino Vaz, s/n – Campinas – SP, 13083-


INTRODUÇÃO:
A Bacia Hidrográfica do Rio Jundiaí - SP, ocupa uma área de 1200 km2 com uma população de aproximadamente 1 milhão de habitantes. O Rio Jundiaí segundo a resolução CONAMA 357, é designado como classe 4 na maior parte da sua extensão e, segundo o Comitê de Bacias Hidrográficas local, apresenta seus 68 km finais denominados como pior do que classe 4. Numa região de crescente escassez hídrica, o Ribeirão Piraí, classe 2, e um de seus afluentes, têm sido a grande alternativa para abastecimento público. O Rio Jundiaí, após receber as águas do Ribeirão Piraí, deságua no Rio Tietê, classe 4. Estes cursos d’águas, apresentam, respectivamente, vazões médias anuais de 10,8; 0,9 e 87,6 m3s-1 nas regiões estudadas. O mercúrio é um metal tóxico, que atinge ecossistemas aquáticos como resultado de diferentes atividades industriais e queima de combustíveis fósseis.

METODOLOGIA:
Foram seguidos procedimentos limpos para coleta, transporte e manuseio das amostras de águas, conforme descrito em Fadini e Jardim (2000) e Fadini e Jardim (2001), utilizando garrafas de polietilenotereftalato para coletas em triplicata. As amostras foram digeridas com uma solução de cloreto de bromo e o mercúrio reduzido com SnCl2. Após purga quantitativa com N2, o mercúrio foi pré-concentrado em colunas de quartzo preenchidas com areia de quartzo recoberta com ouro, de onde foi termodsorvido para detecção por espectrometria de fluorescência atômica do vapor frio, em um equipamento marca Brooks Rand®, modelo CVAFS III (Fadini et al. 2004). As coletas foram efetuadas no Rio Jundiaí, nas cidades de Campo Limpo Paulista, região onde o rio é ainda classe 2, Indaiatuba e nas proximidades da sua foz em Salto. Classe 4 em ambos os pontos. O Ribeirão Piraí foi amostrado próximo à sua foz e o Rio Tietê, após receber as águas do Rio Jundiaí.

RESULTADOS:
Valores de concentração de Hg total nos Rios Jundiaí e Tietê e Ribeirão Piraí. Rio Jundiaí - Campo Limpo Paulista = 12,2 ± 8,0 ng / L n = 7 Rio Jundiaí em Indaiatuba = 5,2 ± 4,3 ng / L n = 7 Rio Jundiaí em Salto = 7,6 ± 5,4 ng / L n = 7 Ribeirão Piraí em Salto = 1,3 ± 0,7 ng / L n = 7 Rio Tietê em Salto = 28,9 ± 19,1 ng / L n = 7 n = número de coletas. Cada coleta foi realizada em três garrafas distintas e cada garrafa foi analisada em duplicata. No Rio Jundiaí, as maiores concentrações de Hg foram observadas no ponto onde o Rio é enquadrado como classe 2. Tal fato pode ser devido à atividade da indústria metalúrgica existente na região. As características do ciclo redox do metal nesta águas, (Fadini e Lima, 2007), associadas à diluição ao longo do curso do Rio, podem explicar a diminuição da concentração do metal em direção à foz. O Rio Tietê e o Ribeirão Piraí, apresentaram concentrações condizentes com o histórico de impacto e preservação, respectivamente, de tais corpos aquáticos.

CONCLUSÕES:
Os resultados observados, com respeito ao Rio Jundiaí, denotam que para um poluente em especifico, a mera observância do enquadramento de um rio segundo a Resolução CONAMA 357, pode não ser conclusiva quanto à intensidade da sua contaminação.

Instituição de fomento: PIBIC/CNPq / FAPIC Reitoria PUC-Campinas / CNPq 484396/2006-4

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Rios, Mercúrio, Contaminação

E-mail para contato: psfadini@puc-campinas.edu.br