60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 80. Serviço Social

MST: MOVIMENTO SOCIAL DE LUTA PELA TERRA E FORMADOR DO SUJEITO HISTÓRICO

Amaranta Ursula Fiess Leandro1
Raquel Santos Sant'Ana2

1. Faculdade de História, Direito e Serviço Social da UNESP - FHDSS Campus de Franc
2. Profª. Drª. do Dep. de Serviço Social da UNESP - Franca / Orientadora


INTRODUÇÃO:
Este trabalho visa analisar o processo de luta pela terra dos Movimentos dos Trabalhadores Rurais, em especial o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, cuja necessidade da luta ocorreu devido ao desinteresse por parte do Estado em fazer uma reforma agrária necessária ao desenvolvimento do país e à redistribuição, por direito, da propriedade a todos os trabalhadores rurais. Tem por objetivo contribuir para uma nova visão sobre o MST, proporcionando o conhecimento do seu processo de construção como um movimento social organizado, que busca a formação de seus integrantes através do fortalecimento destes como sujeitos históricos, perpassando o social e o político. Nesta análise, torna-se possível uma aproximação da realidade vivida pelo Movimento e por seus integrantes, mostrando suas dificuldades e propósitos alcançados e com o enfoque para a necessidade da reforma agrária no Brasil, como forma de diminuir a desigualdade social, através da redistribuição de terras e da valorização da pequena propriedade familiar. Enfatiza que a importância da busca por direitos torna-se urgente para que ocorra a conquista da cidadania e para que atinja a conscientização política que está em constante processo, e social de que todos são sujeitos históricos transformadores da realidade vigente.

METODOLOGIA:
Como aprofundamento do tema referente à formação política e social dos integrantes do MST, este trabalho realizou pesquisa teórica, na qual foram utilizados levantamentos bibliográficos referentes a Movimentos Sociais, em especial ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST e à sua visão de homem e de mundo. O registro das informações foi obtido através de fichamentos e resumos referentes a estes levantamentos, os quais proporcionaram uma reflexão sobre a importância da participação dos integrantes do MST na organização coletiva de seu próprio assentamento, cujas reuniões se dividem em coletivos, entre eles de educação, produção, ciranda, jovens e de mulheres; e associações e cooperativas que visam a melhoria da qualidade de vida de seus moradores e a participação dentro do Movimento em níveis regional e nacional.

RESULTADOS:
As leituras realizadas sobre o tema e a aproximação com o movimento permitiu perceber que a participação coletiva e a reprodução de expectativas de lutas ocorrem no MST através da reconstrução do espaço de socialização política. Essa busca por novos espaços, novas conquistas é a forma de transformar a realidade, pois a partir dessa identificação com a luta por um pedaço de terra para morar e produzir que os trabalhadores organizados no MST conquistam a fração do território e, dessa forma, desenvolvem o processo de territorialização. Dentro da socialização política encontra-se a comunicação como meio de organização social, que se realiza através das experiências vividas e do conhecimento de cada integrante, proporcionando o espaço de aprendizagem da formação da cidadania. Esse espaço político proporciona a possibilidade de conhecimento do próprio sujeito e entre os seus pares, o que lhe dá a perspectiva do processo histórico. Essa pedagogia baseada na ampliação da política proporciona a conscientização e fortalece a identidade de luta pela terra.

CONCLUSÕES:
Assim, sendo o MST um movimento de organização social, torna-se imprescindível a construção de alguns princípios: a participação coletiva dentro do assentamento e a desconstrução do sujeito individualista imposto pelo sistema capitalista como forma de orientação de atuação de seus membros. Os princípios devem estar em coerência com os métodos utilizados e determinados por um contexto sócio-histórico, que os leva a serem avaliados e reelaborados conforme as necessidades de intervenção do movimento. São constituídos por conflitos e contradições e que, na prática social, correspondem a diferentes valores (entende-se ainda as sínteses dos embates entre valores socialistas e humanistas e os valores capitalistas) e a diferentes visões de homem e de mundo. Correspondem, portanto, às contradições de um sujeito em construção.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Movimentos Sociais Rurais, MST, sujeito histórico

E-mail para contato: amarantafiess@yahoo.com.br