60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

CONHECIMENTOS DE ENFERMEIROS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ACERCA DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS E DE BARREIRA

Maria Leonor Costa de Moraes1
Sabrina Ferreira da Silva1
Camila Félix Américo1
Emeline Moura Lopes2
Priscila de Souza Aquino3
Ana Karina Bezerra Pinheiro4

1. Graduandos em Enfermagem-Universidade Federal do Ceara-UFC/ Bolsistas do Prog
2. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceara
3. Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará.
4. Doutora em Enfermagem/Orientadora. Professora Adjunto II da Universidade Fede


INTRODUÇÃO:
Diante da conjuntura atual, que evidencia a ascensão da mulher no mercado de trabalho bem como dificuldades financeiras e sociais, muitos casais adiam a maternidade e a paternidade optando pela contracepção. A liberdade de escolha do método deve ser um direito assegurado ao casal e envolve, portanto, o acesso às informações acerca do uso, bem como suas características. Essa discussão nos reporta às práticas do planejamento familiar, principalmente no que concerne à contracepção. Dentro da equipe de saúde da família, o profissional de enfermagem mostra-se próximo dos clientes, sendo fundamental na efetivação das práticas do planejamento familiar. Para tanto, é imprescindível a capacidade e a competência por parte deste para lidar com a clientela que busca um serviço de planejamento familiar. Diante do exposto surgiu a necessidade de avaliar o conhecimento de Enfermeiros do Programa de Saúde da Família acerca de métodos contraceptivos hormonais e de barreira. A partir da avaliação desse conhecimento e, por conseguinte, identificação de eventuais deficiências, poderão ser elaboradas estratégias de capacitação de enfermeiros, a fim de acrescentar um maior leque de informações acerca da temática em questão à gama de conhecimentos desses profissionais.

METODOLOGIA:
Estudo descritivo, quantitativo com 71 enfermeiros atuantes no PSF das Secretarias Executivas Regionais I e III de Fortaleza. A coleta de dados ocorreu entre agosto e novembro de 2007. Foi aplicado um questionário estruturado com questões objetivas relacionadas a métodos contraceptivos hormonais e de barreira. Elaborou-se um instrumento com questões referentes a métodos contraceptivos hormonais e de barreira, englobando aspectos concernentes a: escolha do contraceptivo oral combinado (ACO) para iniciar o uso; período de iniciação do contraceptivo; tempo para volta da fertilidade após o uso do contraceptivo oral combinado; uso da injeção trimestral (ACI) durante a amamentação; alteração do leite materno pelas pílulas exclusivas de progestágeno (PEP); eficácia do preservativo masculino; uso do preservativo feminino; uso do diafragma; tempo de ação do espermicida e durabilidade do DIU. Os questionamentos foram elaborados a partir de manuais técnicos, sendo estes utilizados como parâmetro para definição de acerto ou erro. Os dados foram analisados por meio do SPSS 11.0 e discutidos de acordo com a literatura pertinente. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Ceará.

RESULTADOS:
Foi afirmado que o primeiro ACO deve ser de baixa dosagem: 81,7% acertaram ao confirmar a questão. Ao perguntar se este deve ser iniciado, obrigatoriamente, no período menstrual, 56,3% erraram ao ratificar o item. Afirmou-se que a volta da fertilidade ocorre seis meses após o uso do ACO: 91,5% acertaram ao negar a questão. Deve-se iniciar o ACO com baixa dose, não obrigatoriamente na fase menstrual, e a fertilidade é imediata após seu uso. Ao afirmar que uma mulher que amamenta pode usar o ACI, 40,8% erraram ao negar a sentença. Foi afirmado que as PEP alteram o leite materno e 88,7% acertaram ao negar, pois este não se altera com as PEP. Foi perguntado se a camisinha tem eficácia de cerca de 100%, se usada corretamente: 52,1% erraram ao negar, pois há falha de apenas 3%. Ao perguntar se a camisinha feminina deve ser evitada na menstruação e colocada 8 horas antes da relação, 11,3% erraram ao afirmar a questão. E 60% erraram quando ratificaram que o diafragma deve ser usado com espermicida e retirado 4 horas após a relação, pois tais ações não desnecessárias. Sobre o tempo de ação do espermicida, 52,9% acertaram ao afirmar um intervalo de 1 a 2 horas. Quanto ao DIU, 97% acertaram ao confirmarem que a durabilidade é de 5 a 10 anos, sendo esta uma razão para escolha do método.

CONCLUSÕES:
Em busca de garantia da eficácia do método escolhido para a contracepção, é preciso que as informações transmitidas aos clientes sejam corretas e que as mulheres e os casais não mantenham qualquer dúvida acerca da sua opção de escolha. Da atuação do profissional de saúde, inclusive o enfermeiro, depende a eficácia dos métodos, pois informações intrínsecas a estes e a maneira correta de transmiti-las estão diretamente relacionadas à seguridade do anticoncepcional e à conquista da autonomia da mulher e do homem em relação ao método contraceptivo a ser utilizado. Mostra-se que os enfermeiros devem buscar atualizações acerca dos métodos anticoncepcionais visando melhores ações de enfermagem e fazendo com que os clientes recebam informações fidedignas. Verifica-se ainda a necessidade de capacitação dos profissionais que atuam em planejamento familiar, resultando na realização de ações de educação em saúde e em um melhor atendimento a mulheres e casais que procuram esse serviço e melhorando, assim, a qualidade de vida dessas pessoas.

Instituição de fomento: Secretaria de Ensino Superior – SESu/Programa de Educação Tutorial-PET

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Planejamento familiar, contraceptivos, enfermagem

E-mail para contato: leonorcdm@gmail.com