60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

A VIOLÊNCIA ESCOLAR E SUAS REPRESENTAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO NA UEB JOSUÉ MONTELLO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SÃO LUÍS – MA

RUTH MARIA MORAES OLIVEIRA1
JOHNATAN FERNANDES SOUZA1
LYE FUKUDA DOIHARA1

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


INTRODUÇÃO:
Mais do que em outros tempos, nos dias de hoje, não é mais permitido uma postura acrítica com relação à violência. Por mais que se fale de seu crescimento nas cidades, bairros, ruas, etc., ainda assim estamos pouco atentos quando se fala deste fenômeno nos espaços escolares. Costuma-se tratar de violência como caso de polícia, no entanto, não acreditamos que essa seja a única solução. É preciso pesquisar, permitir-se e dispor-se a lutar contra as tão recorrentes avalanches de violência, entendendo-as como reflexo de uma conjuntura político-social entrelaçada de desigualdades. Na tentativa de compreender mais um viés desse universo de pesquisa, buscou-se apreender as representações sobre violência escolar a partir da visão da professora da 4ª série do ensino fundamental da UEB Josué Montello da rede municipal de ensino da São Luís - MA, para assim delinear as tensões, dilemas e trajetórias sociais dos sujeitos discentes. Por esse motivo, investigamos o cotidiano escolar objetivando identificar comportamentos violentos, porventura, manifestados pelos alunos e alunas, além de mapear os possíveis fatores mais relevantes que constroem ou reproduzem comportamentos violentos nos sujeitos discentes.

METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho, antes de tudo fizemos um levantamento bibliográfico a fim de buscar outras leituras acerca da temática em questão e para a obtenção de dados e informações optamos como metodologia de pesquisa o estudo de caso etnográfico. Nosso método de investigação esteve em correspondência com as três tarefas centrais da investigação etnográfica: a observação participante, a entrevista e a análise de conteúdo. E, a partir das informações obtidas, pudemos realizar a triangulação, a qual nos permite detectar quando há divergências entre os dados obtidos permitindo o delinear, mesmo que não seja no primeiro momento da pesquisa, de pontos de tensão, contradição e peculiaridades de dada realidade.

RESULTADOS:
A professora concebe a violência escolar sob duas formas: a verbal e a física. Coloca, ainda, que a violência de cunho verbal pode ser mais cruel que a física por acarretar baixa auto-estima, além de provocar respostas agressivas por parte dos vitimizados. Com relação aos seus alunos, considera-os violentos, justificando isso pelos comportamentos agressivos que se manifestavam, principalmente, durante o intervalo, tais como: agressões físicas e agressões verbais, sendo estas últimas as de maior incidência. Em vista disso, a escola precisa ser um mundo de sentidos para essas crianças e isso só é possível através de ações integradoras realizadas junto à comunidade e uma re-significação do espaço escolar. Esse tipo de iniciativa exige além de políticas públicas ou planos de cunho governamental, uma melhor articulação quanto à elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico, pois ele pode significar uma forma de toda a equipe escolar tornar-se co-responsável pelo sucesso do aluno e por sua inserção na cidadania crítica. A escola, apesar de todas as transformações e mazelas, ainda continua a ser espaço privilegiado na condução da transformação de realidades.

CONCLUSÕES:
Nesta pesquisa foi possível perceber que ao falarmos da violência, inevitavelmente perpassamos por diversas esferas sociais, ainda que não seja possível nos aprofundarmos em todas elas em virtude das limitações deste trabalho, mas ainda assim tentamos abordá-las de forma breve a fim de nos distanciarmos das análises simplistas. Em nossa pesquisa de campo, pudemos perceber que a incidência de comportamentos de teor mais agressivo, no que diz respeito à violência física, ainda não apresenta uma incidência significativa no universo pesquisado. No entanto, essa turma é permeada por incivilidades e incidentes aparentemente inofensivos aos olhos de alguns, tais como: provocações, insultos, empurrões, etc., mas que podem ter repercussão em algum período, se é que já não têm, da trajetória desses sujeitos discentes.



Palavras-chave:  Violência escolar, Representações, Lógicas socializadoras

E-mail para contato: johnatansouza@gmail.com