60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Os desafios para o século XXI giram em torno de um desenvolvimento mais justo, com equidade social e eficiência econômica. Os novos paradigmas surgem com a necessidade de realização e (re) formulação de práticas e conceitos marcados pela intensificação de diversos desequilíbrios sociais, econômicos e ambientais. É nesse contexto que surge a necessidade de (re) valorizar o debate sobre a agricultura familiar, buscando identificar na teoria respostas a uma necessidade social e econômica para o capitalismo contemporâneo. Nesse sentido a pesquisa proposta tem como objetivo, verificar o nível de capital social acumulado pelos agricultores familiares do assentamento 10 de Abril, enfocando principalmente a sua capacidade de organização social e política criando um espaço coletivo para o desenvolvimento de redes de sociabilidade, apresentando oportunidades para a superação de vários estrangulamentos econômicos e sociais que a sociedade contemporânea está inserida.

METODOLOGIA:

Os dados foram de origem primária e secundária. Os dados primários obtidos para efeitos de análise foram através do Censo, isto é, foram utilizadas informações sobre a população. A pesquisa foi realizada a partir de informações colhidas mediante pesquisa de campo diretamente á população, em um total de 33 agricultores os dados coletados foram posteriormente analisados quantitativamente através do cálculo do Indicador de Capital Social (ICS).

RESULTADOS:

Na composição do ICS, conforme divulgado na Tabela 1, observa-se que o assentamento 10 de Abril apresenta alto nível de capital social, 0,8485. Os indicadores que contribuíram de forma mais significativa foram: participação em organização social, no caso Associação dos Produtores Rurais; respeito ás decisões tomadas em assembléias e o pagamento da taxa mensal para a Associação. Nesse sentido, a pesquisa mostrou que os agricultores do assentamento 10 de Abril sentem confiança e colaboram, podendo aproveitar melhor as oportunidades que aparecem, sendo um importante fator de desenvolvimento econômico. Tudo isso nos mostra a necessidade da discussão de um projeto que tente harmonizar as forças da produção com o bem-estar dos indivíduos reconhecendo a agricultura familiar como agente transformador e inovador de uma nova concepção de desenvolvimento, em que o foco não seja apenas o capital, mas sim o homem enquanto sujeito social.

CONCLUSÕES:

Esta pesquisa mostrou a acumulação do capital social pelos agricultores familiares do Assentamento 10 de Abril no município de Crato-Ce. Com o intuito de averiguar a absorção de capital social pela comunidade foi elencado algumas variáveis consideradas importantes para a formação de redes de convivência e formação de laços sociais capazes de superar algumas dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares, em especial os que vivem em áreas de assentamentos rurais. A partir do calculo do ICS, observou-se que os agricultores do assentamento 10 de Abril apresentam alto nível de capital social, sendo um determinante para o desenvolvimento da comunidade, entendendo este como uma maior participação coletiva para enfrentar os desafios de permanência junto ao capitalismo contemporâneo, em que o espaço, geográfico e/ou econômico encontra-se cada vez mais restrito dificultando o desenvolvimento da agricultura familiar, seja enquanto produtora de gêneros alimentícios para o mercado interno como também a geração de emprego e renda no campo, evitando a migração ou mesmo a favelização urbana ou rural.

Palavras-chave: Assentamento, Agriculutra, Capital Social

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