60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Este trabalho produziu dados a respeito da situação do idoso em ambiente diferenciado (vila rural) e é parte das atividades do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Humano, Ambiente e Sociedade: Pesquisa e Intervenção, que apoiado na Psicologia Sócio-Ambiental procura investigar a relação entre indivíduo/ambiente, considerando o indivíduo como o agente de transformação do seu meio ao mesmo tempo em que sofre influência e tem seus comportamentos e experiências alteradas por este mesmo meio. Direcionar o foco da pesquisa sobre o idoso e suas vivências em ambientes diferenciados, representado pelas vilas rurais que se transformam em fronteira entre o urbano e o rural sendo povoada por indivíduos com vida direcionada ao campo, mas que recebem benefícios das cidades, parece ser relevante, principalmente quando se observa o aumento desta população no Brasil. Esta pesquisa tem o objetivo de caracterizar a representação que se faz do idoso no seu meio (vila rural) visando identificar as suas condições sócio-ambientais e como elas interferem no desempenho psicossocial dos mesmos. Tais dados poderão contribuir para o entendimento sobre o processo de envelhecimento e a valorização daqueles que estão submetidos a ele em ambientes diferenciados.

METODOLOGIA:

A amostra foi constituída por 12 indivíduos escolhidos aleatoriamente assim distribuídos: seis idosos, três do sexo masculino e três do sexo feminino e seis indivíduos da comunidade acima de 25 anos sendo três do sexo masculino e três do sexo feminino, todos residentes em vila rural. O instrumento de observação foi um roteiro de entrevista e um gravador. A coleta de dados foi feita em três visitas sendo as informações gravadas e transcritas, em seguida os dados foram organizados para análise e discussão em duas categorias: a) opinião do idoso sobre o que ele representa para a comunidade e, b) opinião da comunidade sobre o que o idoso representa para ela.

RESULTADOS:

Os dados indicam percepções dos idosos a respeito da terceira idade com algo ou “coisa esquisita de explicar”, demonstram sentimentos de “medo, cisma de viver depois de velho”. Percepções que indicam compreender a vida como “mais fácil, com maior liberdade” não percebendo diferenças em relação à idade, pois “trabalham como sempre trabalharam” sentindo-se jovens “como se tivessem vinte anos”. Percepções sobre “idade avançada, se sentem mais cansados, dependência de outros para realização de tarefas simples”, “o quanto sofreram e agora se conformam com a chegada à terceira idade”. Para os indivíduos da comunidade a pessoa idosa é um ponto de referência, pela experiência de vida, pelo esforço de se manter ativo “muitos ainda trabalham e são responsáveis pela família; são pessoas importantes; são trabalhadores e aprende-se muito com eles, passam coisas boas por terem certa bagagem; são exemplo de vida e a gente sempre vai se espelhar em alguém mais velho”.

CONCLUSÕES:

Os dados permitem concluir que apesar da variação apresentada nas categorias em análise é possível evidenciar representações sociais positivas em relação à presença do idoso na comunidade. A presença das expressões evocadas leva a percepção de posições estável do idoso no discurso social podendo concluir que as representações sociais são ao mesmo tempo estáveis e móveis, rígidas e flexíveis, entretanto marcadas por fortes diferenças interindividuais.

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq/PIBIC

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Terceira idade, Representação social, Vila rural

E-mail para contato: aa.valenza@hotmail.com