60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

A EDUCAÇÃO DAS CABEÇAS DIGITAIS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Leandro Petarnella1
Maria Lucia de Amorim Soares2

1. Academia de Ensino Superior / AES
2. Universidade de Sorocaba / Uniso


INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa teve por objetivo constatar as formas nas quais estão se constituindo os processos formativos dos alunos na sociedade contemporânea, tomando como ponto de partida a influência das Tecnologias Midiáticas e Digitais de Informação e Comunicação, a partir deste ponto TMDICs. Evidenciando, hodiernamente, as TMDICs influenciando o cotidiano dos indivíduos, a relevância desta pesquisa está na contribuição para a construção de novos mecanismos, no cotidiano escolar, que possam levar em consideração as TMDICs, não como ferramentas extensivas do giz ou da lousa, mas como possibilidades de práticas pedagógicas inovadoras.

METODOLOGIA:
A pesquisa ora apresentada partiu de duas vertentes distintas, porém convergentes: O estudo de nossos referenciais teóricos de apoio e a pesquisa empírica com alunos e professores. Utilizando-se dos paradigmas indiciários (GINZBURG, 1992), e pautando - se nas pesquisas de Kerckhove (1998), sobre a influência das mídias na sociedade, e Santaella (2002, 2004, 2007), sobre as alterações no perfil cognitivo dos sujeitos, buscamos, no primeiro momento, junto aos professores da rede educacional do município de Sorocaba/SP, que cursavam um programa de Pós-Graduação em Educação, indícios sobre as considerações que os mesmos fazem quando nos referimos à interferência das TMDICs na escola. Para tanto, conduzimos nossa análise, utilizando-se do Grupo Focal como técnica de pesquisa exploratória. Em um segundo momento, valendo-se de questionários estruturados como metodologia de pesquisa, aplicados à 75 alunos de três escolas da região de Sorocaba, levantamos com os alunos, as ponderações que os mesmos fazem sobre a presença das TMDICs em seu cotidiano.

RESULTADOS:
Os resultados da pesquisa apontam para a formação da sociedade hodierna, como uma possível sociedade digital. Indicam também, os sujeitos que nesta sociedade vivem, como indivíduos de “cabeças digitais”, onde ocorrem as assimilações objetiva e subjetiva das TMDICs por parte destes indivíduos. Aguça o surgimento de níveis de imersão nesta sociedade onde, independentemente de serem leigos, novatos ou espertos, professores e alunos, como cabeças digitais, são constituídos e constituintes de probabilidades da configuração social como digital.

CONCLUSÕES:
Concluímos através dos indícios levantados nas pesquisas teórica e empírica que, independente dos níveis de imersão dos professores na sociedade digital, quando o mesmo volta-se para suas práticas pedagógicas, consideram as TMDICs como extensões do giz e da lousa, transformando- as em ferramentas de trabalho. Diferentemente dos professores, os alunos não consideram as TMDICs como ferramentas, mas como formadoras de convívio e de subjetividades. Logo, um professor que ignora , em suas práticas pedagógicas, as TMDICs como constituintes de convívio e de subjetividades pode não estar adequando suas práticas pedagógicas com as necessidades de seus alunos produzindo, desta forma, uma dicotomia entre a educação escolar ofertada e a educação cogente para as cabeças digitais. Tal dicotomia se traduz em um problema para a educação na sociedade contemporânea uma vez que os alunos saem das escolas sem o preparado para realizar de maneira crítica e reflexiva as atividades nas quais se dedicam a maior parte de seu tempo: relacionar-se com as TMDICs.



Palavras-chave:  Práticas Pedagógicas, TMDICs, Educação

E-mail para contato: leandro-nunes@uol.com.br