60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A utilização de combustíveis a base de petróleo provoca emissões de dióxido e monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos sulfurados. Esses gases estão largamente associados a problemas como o efeito estufa e a chuva ácida. Particularmente, o diesel cujo consumo anual no Brasil, por exemplo, é da ordem de aproximadamente 30 bilhões de litro/ano, e possui teores elevados de enxofre. Assim, a queima deste combustível fóssil é um grande problema ambiental nos dias atuais, a busca por combustíveis renováveis é de suma importância para a manutenção do bem estar da Biosfera. A utilização de Biodiesel tem ajudado neste contexto, e sua produção com óleo já utilizado acarreta um aumento na proteção ambiental, visto que o óleo de fritura é um grande contaminante para águas interiores. Os objetivos deste trabalho constam na obtenção e determinação do nível da acidez de biodiesel produzido através de óleos de soja de frituras provenientes de diferentes alimentos, tais como: batata frita, churros, pastel e peixe e também relacionar o rendimento da produção com o nível de acidez detectada.

METODOLOGIA:

Coleta de óleos de soja usados em frituras de diferentes alimentos: batata frita, churros, pastel e peixe. Realização da determinação do índice de acidez através de titulação visual utilizando fenolftaleína e NaOH. Produção de Biodiesel dos óleos obtidos adicionando em um béquer 100mL do óleo, 1,4g de KOH após neutralização e 100mL de etanol PA e aquecendo a temperatura de 40ºC por 60 minutos. Extração do excesso de álcool em rota-evaporador. Lavagem: adicionaram-se 50mL de água destilada e deionizada para o processo de “lavagem” e separado em funil de separação. Verificou-se a quantidade de Biodiesel obtido e sua acidez final.

RESULTADOS:

A utilização de óleo de soja empregado em diferentes frituras apresentou índices de acidez variáveis. Observa-se que óleo de frituras de batata frita e churros (0,160±0,025 e 0,140±0,017), respectivamente possuem acidez menores que óleos utilizados em pastel e peixe (0,258±0,012 e 0,208±0,027), respectivamente. Estas diferenças ocasionaram mudanças na obtenção de Biodiesel, onde não foi possível obter o combustível utilizando o óleo de fritura de peixe e a produção para o óleo de fritura de pastel teve apenas 5% de rendimento, os quais apresentaram uma maior acidez. Com a utilização de óleo de frituras com menor acidez a produção foi entre 40 e 50% de rendimento para obtenção de Biodiesel. Cabe lembrar, que a quantidade de KOH adicionada foi adequadamente ajustada de maneira estequiométrica para a neutralização do óleo e sua porcentagem para catalisar a reação de transesterificação (1,4g de KOH).

CONCLUSÕES:

Observa-se que o nível de acidez é diferente nas diversas amostras analisadas, e este índice altera a produção de Biodiesel, que para sua completa produção é necessário aplicar uma maior quantidade de KOH para sua obtenção. Contudo, mesmo com um aumento de base adicionado ao processo, a produção de Biodiesel é alterada com o uso do óleo para fritura de diversos alimentos.

Instituição de fomento: PIBIC/UEMS - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Biodiesel, Acidez, Titulação

E-mail para contato: alinedeboleto@yahoo.com.br