60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica

PREVALÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS E A PREVENÇÃO PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Francisco Henrique Assis Gadelha1
Alexsandro Silva Coura1
Ana Raquel de Figueiredo Rêgo1
Jeová Alves de Souza1
Raíssa Barbosa Frutuoso1
Virgínia Rossana de Sousa Brito1, 2

1. Universidade Estadual da Paraíba / Departamento de Enfermagem
2. Prof. Ms. - Departamento de Enfermagem - UEPB - Orientador


INTRODUÇÃO:
A assistência à criança precede a fecundação por meio da assistência pré-concepcional, pré-natal e ao parto, e, erros e acertos nessas abordagens assistenciais podem ser decisivos para a sua qualidade de vida. Na gestação normal, a criança vive em condições ímpares de segurança até o nascimento. As malformações são deformidades que acometem um órgão podendo ser congênitas ou adquiridas. Além dos fatores genéticos que interagem na formação da criança, causas ambientais podem representar agravos preveníveis ou minimizados através do monitoramento e intervenção precoce de ações em saúde. Objetivo geral: verificar a prevalência de crianças nascidas com malformações congênitas nas maternidades do município de Campina Grande-PB e as ações de prevenção desenvolvidas pelos profissionais em Unidades Básicas de Saúde do mesmo município. Relevância do tema: as alterações como limitações físicas, mentais e psicossociais, podem comprometer a qualidade de vida da criança, do seu cuidador ou núcleo familiar, requerendo aporte profissional qualificado para atender demanda por vezes subnotificada pelo acesso aos serviços na assistência primária à saúde; poucos trabalhos sobre o assunto; utilização dos resultados como incentivo a gestores locais para ações voltadas a demandas do grupo.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e documental com delineamento quanti-qualitativo, realizado em um serviço de maternidade para coleta dos dados de prevalência, e em cinco Unidades Básicas de Saúde para coleta dos dados de prevenção, no município de Campina Grande-PB. Na maternidade foi realizada pesquisa documental de todas as crianças nascidas de janeiro de 2000 a dezembro de 2005 portando malformações congênitas, registradas no serviço através das Declarações de Nascido Vivo e Declarações de Óbito. Nas UBS entrevistou-se os profissionais, médicos e enfermeiros, envolvidos na assistência à criança portadora de malformação atendidas nas mesmas, a fim de saber como se dá a demanda assistencial e as formas de prevenção utilizadas por esses profissionais. Realizou-se ainda, visita às residências das crianças portadoras de malformação, identificadas e atendidas na UBS, para entrevistar suas genitoras ou cuidadores e coletar dados orgânicos mais específicos sobre a mãe (gestação) e sua criança, e saber como se dá o dia-a-dia desses infantes na conjuntura família-sociedade pelos cuidados prestados. Utilizou-se termo de consentimento livre e esclarecido, bem como sigilo em relação às pessoas e instituições envolvidas segundo Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

RESULTADOS:
No serviço de maternidade detectou-se 72 casos de crianças nascidas portando malformações congênitas, de 8.437 nascimentos validados no período de tempo definido. A malformação pés tortos foi a mais prevalente (25%), seguida pela hidrocefalia isolada (12,5%). Dados maternos: 37,5% na faixa etária de 19 a 25 anos; 38,9% com escolaridade de 1 a 3 anos de estudo; 56% solteiras; 51% procedentes de outros municípios do estado da Paraíba e 49% de Campina Grande; 69,4% realizaram de 4 a 6 consultas no pré-natal; 80,6% dos partos ocorreram numa idade gestacional de 37 a 41 semanas. Das cinco UBS da amostra, três atendiam crianças com malformação. Quanto à utilização de ações de prevenção, os profissionais, médicos e enfermeiros, referiram administrar ácido fólico e sulfato ferroso no primeiro trimestre, orientar quanto ao não uso de drogas, manter imunização atualizada, realizar palestras e acompanhar efetivamente as gestantes no pré-natal. Na fala dos profissionais, o único método citado para diagnóstico precoce das malformações foi a ultra-sonografia. Referiu-se também a não existência de ações de inclusão social para as crianças portadoras nos serviços e há lacunas quanto à criação das mesmas para possíveis melhoras na assistência aos portadores do agravo.

CONCLUSÕES:
A ocorrência de nascidos portando malformações congênitas no município de Campina Grande – PB, de 2000 a 2005, apresentou considerável percentual. Em relação à assistência nas UBS, as ações de inclusão específicas são carentes e as formas de prevenção às crianças portadoras de tal agravo são resumidas, requerendo uma discussão mais ampliada pelos profissionais e gestores em saúde, da prevenção e assistência à questão abordada.

Instituição de fomento: Universidade Estadual da Paraíba

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Prevalência, Assistência Primária à Saúde, Saúde da Criança

E-mail para contato: fco_henrique01@hotmail.com