60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal

BROTAÇÃO E PEGAMENTO DOS FRUTOS DE LARANJEIRA ‘VALÊNCIA’ ENXERTADA SOBRE TANGERINEIRA ‘CLEÓPATRA’ COM DIFERENTES CARGAS DE FRUTOS.

Marcelo Coelho Sekita1
Ana Maria Magalhães Andrade1, 2
José Rodrigues Magalhães Filho1
Ricardo Silvério Machado1
Rômulo Augusto Ramos1

1. Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica / IAC
2. Professor Dra. / Orientadora


INTRODUÇÃO:
Há diversas lacunas no conhecimento da floração dos citros em vista das dificuldades técnicas do seu estudo. É muito difícil separar, morfologicamente, ou de acordo com a sua posição no dossel, os meristemas reprodutivos dos vegetativos, visto que nem todas as gemas do ramo produzem flores. O destino da gema não é definido ao acaso, mas depende de condições fisiológicas e do desenvolvimento de cada ramo e das condições do ambiente. A fisiologia do florescimento de laranjeiras é descrita em diversos trabalhos destacando-se de um lado, o número elevado de flores formadas, particularmente no fluxo da primavera (40.000 a 80.000 por planta) e de outro a pequena porcentagem que chegam à fruto maduro (1 a 2% ou menos). Geralmente, quando a produção de flores é elevada, o vingamento é menor, ocorrendo o contrário quando o número de flores é pequeno. Portanto, existe um mecanismo de compensação que equilibra o número de frutos produzidos pela planta de acordo com o fornecimento de metabólitos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência das diferentes cargas de frutas na brotação, florescimento e pegamento de frutos de laranjeiras ‘Valência’ enxertadas sobre tangerineiras ‘Cleópatra’ uma vez que estas influenciam diretamente a produção do ano seguinte.

METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido em um pomar do Centro APTA Citros – ‘Sylvio Moreira’ do Instituto Agronômico (IAC) com dois tratamentos e 5 repetições, totalizando 10 plantas. Os tratamentos adotados foram: plantas de laranjeira ‘Valência’ enxertada sobre tangerineira ‘Cleópatra’ desbastada (sem frutos) ou não (com frutos). Para a contagem de brotações vegetativas, mistas e reprodutivas, flores, chumbinhos (frutinhos) e a fixação dos frutos, realizada de 17 de agosto até 28 de novembro de 2007 com intervalos de aproximadamente uma semana, adotou-se o método de RIBEIRO et al. (2007). Foram efetuadas duas amostragens em cada planta em diferentes locais da copa, uma no quadrante relativo à nascente (leste), e outra no quadrante relativo ao poente (oeste), na altura média da planta (1,5 a 2,5 metros de altura), utilizando uma guia (quadrado oco) de 0,5m2 (0,707 x 0,707 m). Considerando a quantificação até 1 metro de profundidade no dossel, o volume da amostra foi de 0,5 m3. No mês de janeiro, também foi contado o número de frutos formados nos dois tratamentos. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso, com 5 repetições, realizando-se as análises de variância e as comparações das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS:
Não houve uma diferença significativa entre o número de brotações vegetativas, diferentemente das demais brotações. A quantidade de flores assim como a de chumbinhos foi significantemente maior e também houve uma maior fixação das mesmas nas plantas que tiveram seus frutos retirados em relação às plantas com carga. O número de frutos formados e fixados nas plantas não desbastadas foi significativamente menor que no outro tratamento.

CONCLUSÕES:
A presença de frutos nas plantas provocou uma inibição na formação de brotações mistas e reprodutivas, assim como na floração e na formação de chumbinhos. As plantas com carga promoveu um maior abortamento de flores e frutos, com a conseqüente diminuição da produção final.



Palavras-chave:  laranjeira, brotação, florescimento

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