60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências

A CASA DA FÍSICA COMO ESPAÇO NÃO-FORMAL DE EDUCAÇÃO PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

Gabriel Rodrigues do Nascimento2
Maria Aleluia Cardoso2
Jéssica Rodrigues de Souza1
José Pedro Cordeiro1

1. Universidade Federal do Amazonas
2. Universidade do Estado do Amazonas


INTRODUÇÃO:
Dentro da situação contemporânea em que está inserida a educação, percebe-se uma evolução no ensino, onde a escola se torna um espaço insuficiente para as mudanças, e se experimenta novas propostas pedagógicas, entre os quais a educação não-formal como campo de conhecimento em fase de consolidação, tendo assim recebidas contribuições das várias áreas das ciências, onde os sujeitos participantes tentam legitimá-los durante a sua práxis. Com base nisso, podemos considerar o projeto “Casa da Física” dentro da educação não-formal, no qual os sujeitos participantes são estudantes do Ensino Fundamental e Médio vindos de escolas públicas de Manaus e os monitores que são estudantes universitários. Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (01 a 05/10/2007) criou a “Estação Ciência Casa da Física”, onde foi possível colocar várias experiências científicas, para a apreciação do público freqüentador, que na grande maioria eram alunos de várias escolas da cidade de Manaus. Com isso, o objetivo geral é compreender as interações dos estudantes participantes do projeto com as atividades realizadas durante o evento da SNTC. E os objetivos específicos são verificar de que forma estas atividades influenciam os processo de ensino-aprendizagem dos estudantes e avaliar as estratégias educativas utilizadas pelos estudantes participantes, para a transmissão do conhecimento científico de seus experimentos, durante o evento da SNTC.

METODOLOGIA:
Como procedimentos metodológicos utilizaram-se a entrevista e a observação direta. Com relação à observação, optou-se pela direta, pois para Triviños (2004), “o fundamento básico para definir o tipo de observação a ser utilizada no processo investigatório vai depender, fundamentalmente, da problematização, dos objetivos do estudo. Nesse sentido, deve-se ser o mais descritivo possível, e tomar cuidado com os chamados “vícios de observação”, que consiste basicamente naquilo que o pesquisador espera encontrar no meio estudado”. Devido à intensa rotina vivenciada na Nacional de Ciência e Tecnologia, e até mesmo para não atrapalhar as explicações dos experimentos científicos feitos ao público presente, seguiu-se um olhar atento sobre o comportamento dos estudantes participantes do Stand Estação Ciência da Casa da Física. Nos intervalos, fizeram-se entrevistas com estudantes que participavam das explicações dos experimentos, onde se perguntou a sua impressão do evento e das implicações positivas que eles tiveram. A partir disto, utilizou-se a entrevista não-estruturada, devido aos mesmos fatores colocados sobre a observação direta, e também para verificar respostas espontâneas com as situações vividas naquele momento, ou seja, na entrevista não-estruturada é dada ampla liberdade e flexibilidade para que se expresse em seu próprio modo e ritmo. Após a realização das entrevistas, começarão o registro e a transcrição das falas, fazendo uma análise destas.

RESULTADOS:
Com base nos dados recolhidos, se percebe altas expectativas e elevado entusiasmo dos estudantes com relação às atividades realizadas pelo projeto Casa da Física nos eventos participados, não podendo deixar de mencionar que, dentro de uma visão construtivista do processo de ensino-aprendizagem, implica uma visão epistemológica e metodológica na direção de um caminho que parte do empírico, passando pelo abstrato para chegar-se ao concreto. Sendo que o concreto não é o ponto de partida, mas o lugar de chegada do conhecimento. Todos os experimentos científicos tiveram grande aceitação por parte dos estudantes e principalmente do público presente, que ficaram envolvidos com a curiosidade e surpresa de ver que a condução estava nas mãos de adolescentes que procuravam entender todo o processo do fenômeno físico ou químico, para explicar corretamente as pessoas.

CONCLUSÕES:
Diversos trabalhos comentam sobre outros espaços utilizados paralelos as atividades educativas na escola, como museus, e projetos que atuam diretamente com sujeitos que vivem situações de risco social, como moradores de áreas carentes, usuários de drogas, presidiários, entre outros. Dentro dessa linha, entendemos que a antiga finalidade da Casa da Física, que era melhorar os resultados da Olimpíada Brasileira de Física, transcende agora na complexa intenção de melhorar o aprendizado do ensino de Ciências com base em atividades práticas, para estudantes de escolas públicas da cidade de Manaus participantes do projeto, e estes, passarem a influenciar de forma positiva suas salas de aula, inspirando outros estudantes no interesse pelo estudo dos processos e fenômenos científicos. A crença de acreditar na mudança dos atuais paradigmas educacionais para uma educação democrática envolvendo os agentes sociais nesse processo, como preconiza a nova LDB (Lei Nº 9394/96), deverá ser a obsessão de todos aqueles que almejam a construção de uma sociedade sem exclusão social, no qual a ciência e a tecnologia possibilitem o aumento da qualidade de vida juntamente com a preservação do meio ambiente.

Instituição de fomento: CNPq e FAPEAM

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  ensino de ciências, educação não-formal, divulgação científica

E-mail para contato: anjoampet@yahoo.com.br