60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 5. Micologia

FUNGOS DEMATIÁCEOS: ESPOROS ISOLADOS DE PRAIA EM SÃO LUIS, MARANHÃO

Helen Karine Araujo Pereira1
Anderson França da Silva2
Kátia Regina Assunção Borges3
Cristina de Andrade Monteiro4

1. Graduanda em Biologia - BIC/FAPEMA/CEFET-MA
2. Graduando em Biologia - Departamento de Ciências da Saúde/CEFET-MA
3. Profa. Esp. Centro Universitário do Maranhão/UNICEUMA
4. Profa. Dra. Orientadora - Departamento de Ciências da Saúde/CEFET-MA


INTRODUÇÃO:
Os fungos demaciácios, isto é aqueles com presença de complexo melanínico na sua parede celular, são descritos em humanos, como agentes etiológicos de cromoblastomicose, de feo-hifomicose e micetoma. A cromoblastomicose é uma infecção crônica, granulomatosa que acomete pele e tecidos cutâneos, onde o fungo se implanta por meio de traumatismo na pele. A feo-hifomicose compreende infecções cutâneas ou sistêmicas a partir de fungos que se desenvolvem nos tecidos do hospedeiro na forma de hifas septadas, pseudo-hifas ou leveduras negras. Também é considerada uma infecção do tipo oportunista. Os fungos demácios são saprófitos, que têm no ar um importante veículo de dispersão dos seus esporos. Levando em consideração que a microbiota do ar de praias em São Luis, MA é desconhecida, objetivou-se isolar e identificar fungos anemófilos dematiáceos e relacioná-los com patogenicidade humana.

METODOLOGIA:
No procedimento metodológico, utilizou-se placas de Petri (100 X 15 mm) em duplicata, contendo meio de cultivo “Agar batata-dextrose” (BDA), expostas em quarto pontos diferentes por quinze minutos à aproximadamente um metro e meio de altura do solo, ao longo da orla da praia do Calhau/ Caôlho em São Luis–MA, totalizando duas coletas com 16 exposições, 8 no mês de novembro de 2006, que corresponde a um dos meses do período chuvoso e 8 no mês de maio de 2007 correspondente a um dos meses do período de estiagem. Após o desenvolvimento fúngico a 28° C por 5- 7dias, do total de 259 (novembro) e 143 (maio) colônias crescidas resultantes das exposições, foram isoladas 70 colônias da coleta de novembro e 39 da coleta de maio, todas em tubos contendo BDA. A identificação de gêneros e/ou espécies foi realizada através do microcultivo em lamínulas, seguindo as classificações de Barnett e Hanter (1972) e Lacaz et al. (2002). Nota: entende-se por exposição o número de placas de Petri expostas.

RESULTADOS:
Seguida a identificação constatou-se a presença de 6 táxons na coleta no período chuvoso, sendo 1 demácio e 12 na coleta no período de estiagem, sendo 7 demácios. Dos 47 e 39 gêneros e/ou espécies identificados, resultantes da exposição do período chuvoso e do período de estiagem, respectivamente, obteve-se 4,25% Gliocladium spp como representante da classe Dematiceae para o primeiro período e 22,22% Curvularia spp, 7,40% Curvularia lunata, 3,70% Curvularia geniculata, 3,70% Curvularia inaequalis, 3,70% Alternaria alernata, 3,70% Cladosporium carionii, 3,70% Bipolaris spp, 3,70% Dreschlera spp, 3,70% Fonsecaea compacta, 3,70% Fonsecaea pedrosoi para o segundo.

CONCLUSÕES:
De acordo com as condições em que foi conduzido este experimento, pode-se concluir que dos gêneros identificadas na praia do Calhau/Caôlho para os dois períodos, os mais prevalentes foram Curvularia spp e Curvularia lunata representantes estes, do período de estiagem que por sua vez estão associados à patogenicidade humana, como agentes etiológicos de sinusites fúngicas e como fungos oportunistas, além de serem considerados fitopatógenos. Observou-se, ainda um número relativamente considerável de fungos potencialmente patogênicos agentes etiológicos de cromoblastomicose, feo-hifomicose.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Fungos, Praia, Anemófilos

E-mail para contato: helenkarineds@gmail.com