60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE AMBIENTE NO ENSINO NÃO FORMAL

Tatiane Cristina Vilela Sica1
Gerlinde Agate Platais B. Teixeira1, 2

1. Espaço UFF de Ciências, Universidade Federal Fluminense
2. Prof Dr - Orientadora


INTRODUÇÃO:
Cada pessoa percebe a realidade influenciado pela sociedade em que está contido, de acordo com as variações culturais e os conceitos pessoais construídos ao longo da vida. A percepção é constituída pelo uso dos sentidos, porém outros aspectos como a cognição e a avaliação também fazem parte desse processo. O aluno é um sujeito ativo dentro e fora da escola e por isso traz para a aula conhecimentos prévios, baseados em suas vivências, interpretando diferentemente os conceitos passados pelo professor. O conceito de visão de mundo tem papel central na idéia construtivista. Através deste trabalho provocamos nos participantes a redescoberta da importância dos cinco sentidos para uma percepção mais detalhada do mundo ao redor, provando que a percepção depende dos cinco sentidos conjuntamente. Esse trabalho visa avaliar a forma como as pessoas, principalmente estudantes, percebem o mundo, o meio ambiente físico, natural e humanizado, através de uma oficina que pode ser considerada uma alternativa ao ensino clássico buscando a interação de forma ativa. O trabalho foi realizado em duas regiões do Brasil - sudeste (um colégio estadual de Niterói, no Zoológico do Rio na semana de meio ambiente) e no norte (encontro da SBPC 2007).

METODOLOGIA:
Contamos com a participação de 46 pessoas no RioZoo, 38 no Colégio e 189 na SBPC. No colégio a oficina teve como participantes alunos do 6º ao 9º ano. No Zoológico e na SBPC participaram indivíduos de todas as idades, sendo que no RioZoo o grupo amostral era composto principalmente por crianças enquanto na SBPC era formado predominantemente de adultos. Durante a atividade foi aplicado um questionário oralmente e respondido em um papel pelos participantes durante à realização do trabalho. A pergunta inicial era: “De que forma você percebe o mundo ao seu redor?”. Essa mesma pergunta foi feita ao final da atividade para avaliar se houve alguma mudança conceitual de curto prazo pelos participantes. Após responder a primeira pergunta cada participante recebeu uma embalagem fechada e deveria descobrir o que havia dentro, sem abri-la. De acordo com suas ações foram realizadas outras 3 perguntas. Após esgotar as perguntas e possibilidades quanto à natureza do conteúdo foi permitido abrir a embalagem. Nesta encontraram um copinho com confeitos coloridos de amendoim e diversos sabores de pastilhas com aspectos idênticos para confundir a visão e o olfato. Neste momento uma última pergunta foi realizada “vendo o conteúdo garante a descrição de todas as características?”

RESULTADOS:
Dispomos as respostas em categorias visando a analise estatística das diversas categorias. Na pergunta inicial a resposta mais freqüente foi “a percepção pela visão” no sudeste. Confirmando essa resposta, estudos mostram que dos sentidos, a visão se destaca entre os mecanismos perceptivos. As respostas no Norte foram diferentes, sendo a mais citada “Sentidos”. Após a oficina ao refazer a pergunta, as respostas se distribuíram entre os 5 sentidos em todos os grupos. Identificamos que a atividade provocou uma mudança de conceito de curto tempo em relação à percepção de mundo. Percebemos diferenças regionais, entre Sudeste e o Norte. Primeiramente, no Sudeste a resposta principal foi “Vendo”, enquanto no Norte estão espalhadas heterogeneamente entre “Sentidos”, “Contexto” e “Vendo”. Após a atividade, nas duas regiões encontramos “Sentidos”, “Vendo” e “Ouvindo”. No Norte foram citadas categorias não levantadas no Sudeste: Caracterização, Ações positivas e negativas do homem. Podemos dizer que no Sudeste a idéia de percepção indica o conhecer através dos sentidos. Enquanto no Norte essa palavra tem outro significado, um sentido cognitivo. No dicionário, encontramos as duas definições para perceber, portanto não classificamos um grupo como certo ou errado.

CONCLUSÕES:
Podemos concluir que a realização da atividade alcançou seu objetivo, levando as pessoas a pensarem na importância dos sentidos e compreenderem que todos juntos atuam na forma como percebemos o ambiente. Nesta compreensão além dos sentidos existe ainda a influência dos conceitos construídos por cada um ao longo da vida e a maneira como a sociedade em que a pessoa vive pensa. A justificativa de que todos os sentidos são necessários é mais uma demonstração de que a oficina alcançou seu objetivo de causar mudança conceitual de curto prazo nos participantes.

Instituição de fomento: CNPQ e FAPERJ



Palavras-chave:  ambiente, ensino não formal, sentidos

E-mail para contato: tatysica@yahoo.com.br