60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A comunicação não pode ser pensada em separado do desenvolvimento da humanidade. Das antigas formas de comunicação gestual até a chegada das atuais tecnologias, a circulação da informação têm sido um dos aspectos centrais da vida social. Se na década de 60, marco do crescimento dos meios de comunicação, estes eram interpretados como instrumentos de persuasão e dominação, diante do século XXI assistimos a uma nova forma de organização social, que evidencia uma inversão na perspectiva totalizadora dos meios de comunicação tidos como de massa. A dinâmica das atuais tecnologias de comunicação e sua capacidade de multiplicar a circulação das informações num curto espaço de tempo permite que as idéias partilhadas pelos membros de uma sociedade circulem de forma mais heterogênea. Diante deste contexto outros espaços, tais como os Museus de Ciência, ganham notoriedade por permitir o acesso a informação, esclarecendo o público sobre temas científicos que interferem diretamente em seu cotidiano. Nesta “Era da Informação”, onde há um consenso sobre a necessidade de maior compreensão da sociedade sobre a ciência, suas características, usos e possibilidades, os Centros e Museus de Ciência assumem um novo papel social surgindo como espaços alternativos para a difusão do conhecimento.

METODOLOGIA:

O Espaço Ciência Viva (RJ), instituição de divulgação científica que organizou o primeiro Museu participativo de Ciência do Brasil, mantém uma exposição permanente que conta com dezenas de módulos interativos nas áreas de Biologia, Sexualidade, Física, Matemática, Percepção e Astronomia. O Museu mantém ainda um site de divulgação e educação em ciência, que trabalha com conteúdo exclusivo, debatendo os grandes temas científicos da atualidade através de entrevistas e artigos escritos por cientistas (projeto “Ciência Viva em debate”- www.cienciaviva.org.br). Devido ao grande destaque na mídia, um dos temas que o Espaço Ciência Viva vem trabalhando com o público é “Dengue”. Para tal, uma equipe multidisciplinar formada por professores universitários e professores do ensino básico, alunos de graduação e de pós-graduação e monitores do Museu vem desenvolvendo uma série de atividades sobre o assunto, incluindo (a) entrevistas com especialistas, que são disponibilizadas no site, (b) oficinas temáticas, que utilizam materiais de baixo custo e podem ser facilmente reproduzidas pelo público, (c) criação de grupos de estudo sobre dengue dentro do museu, (d) encontros abertos ao público e (e) cursos de capacitação.

RESULTADOS:

Uma vez que uma das missões do Espaço Ciência Viva (ECV) é a divulgação e desmistificação da ciência, procuramos trabalhar no Museu temas que sejam de interesse da sociedade. Estes temas geralmente compreendem os assuntos que são divulgados pela mídia, como, por exemplo, “Dengue”. Devido ao grande número de casos da doença no Estado do Rio de Janeiro, este tema atrai atenção do público, que busca maiores informações sobre o assunto. Para trabalhar a prevenção da dengue com os visitantes e a comunidade ao redor, criamos diversas estratégias, dentre elas oficinas, encontros públicos e matérias no site. Uma das oficinas é a “Mosquitérica”, que ensina a construir armadilhas para as larvas do mosquito Aedes aegypti. Outra oficina que vem sendo desenvolvida é a “Descobrindo o Aedes”, onde os participantes constroem o mosquito da dengue a partir da observação de características próprias deste inseto. Para atingir um público mais amplo que não somente os alunos que vão ao Museu em visitas escolares, disponibilizamos estas atividade no site do ECV e realizamos debates e entrevistas sobre o assunto no “Ciência em debate”. As atividades desenvolvidas no museu culminaram na realização de dois eventos abertos ao público com o tema “Dengue”, nos quais o Museu recebeu mais de 250 pessoas.

CONCLUSÕES:

Devido a maturidade da era da informação os debates sociais ganham um tom menos formal e, para tanto, destacamos os Museus e Centros de Ciência como espaços alternativos de difusão da informação. Pode-se argumentar que tais locais caracterizam-se como espaços de resistência por permitirem o livre acesso a informações através de visitas, debates científicos, encontros abertos ao público e cursos de atualização e capacitação. O Espaço Ciência Viva, em particular, é um espaço de intensa difusão do conhecimento científico, cuja proposta principal é estimular o debate sobre os temas científicos atuais de forma clara e acessível, não só para o público leigo como também para os formadores de opinião.

Instituição de fomento: Espaço Ciência Viva

Palavras-chave: Comunicação, Centros e Museus de Ciência, difusão da informação.

E-mail para contato: imprensa@cienciaviva.org.br