60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

O ensino superior tem se expandido de forma significativa nos últimos tempos o que conduz à necessidade de se produzirem cada vez mais trabalhos abordando diferentes aspectos desse ambiente de ensino. A pesquisa na educação superior iniciou-se na universidade de Berlim e tornou-se campo de discussão no Brasil somente na década de 30. Alguns autores, apontam a importância de serem criadas na graduação condições para a preparação de futuros pesquisadores que possam dar continuidade ao desenvolvimento da ciência e da produção cultural; sendo um dos meios possíveis através dos programas de Iniciação Científica. Com isso, esse trabalho buscou compreender o papel da Iniciação Científica na formação do aluno de graduação por meio de um estudo descritivo-exploratório. Os dados foram coletados junto a alunos e professores da Universidade Estadual de Campinas, que participavam de algum programa de Iniciação Científica.

METODOLOGIA:

Para responder ao objetivo proposto, buscou-se realizar uma investigação descritiva-exploratória. O levantamento empírico aconteceu na UNICAMP que valoriza desde a sua implantação a participação de graduandos em projetos de Iniciação Científica. Foram sujeitos deste trabalho universitários e professores das diversas áreas de ensino e pesquisa, que estavam inseridos nos programas de bolsa de Iniciação Científica, na Unicamp. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário, que procurava identificar a percepção dos alunos sobre sua participação em programas de Iniciação Científica. Constituía-se de parte dedicada a levantar informações pessoais dos alunos e questões abertas para levantar a participação dos alunos nas atividades de Iniciação Científica. Para coletar dados junto aos professores aplicou-se uma entrevista semi-estruturada, realizada individualmente com cada docente. Os dados colhidos foram analisados a partir da Análise de Conteúdo, que vem sendo reconhecida como um procedimento de descrição objetiva e sistemática do conteúdo, abrangendo tanto aspectos qualitativos quanto quantitativos, que permitem uma melhor compreensão do objeto estudado (BARDIN, 1977).

RESULTADOS:

A partir dos resultados obtidos verificou-se que tanto professores quanto alunos acreditam que a Iniciação Científica proporciona benefícios de diferentes naturezas aos universitários. Entre eles foram citados: benefícios acadêmicos: que se referem á possibilidade de receberam uma formação abrangente, integração institucional e pessoal e a possibilidade de se atingir melhores desempenhos no curso de graduação; benefícios profissionais: relacionados a possibilidade de o aluno definir sua área de interesse e o direcionamento na carreira acadêmica; benefícios pessoais: relacionados à motivação, à maturidade do aluno e à possibilidade de remuneração. Esses benefícios, segundo os sujeitos desta pesquisa, são importantes para os alunos independente da carreira profissional que pretendam seguir. Para uma das docentes entrevistadas: “é a solução de problemas do dia-a dia que aparecem dentro dos projetos de pesquisa, na vida do laboratório que dá um pouco de desembaraço para o cara aprender a se virar dentro de um ambiente profissional, seja ele qual for”. Porém, os sujeitos desta pesquisa acreditam que a Iniciação Científica é especialmente importante para os alunos que pretendem seguir a carreira acadêmica.

CONCLUSÕES:

Os dados colhidos evidenciam o quanto a Iniciação Científica atua positivamente na formação global dos jovens universitários, principalmente por sua função pedagógica, que permite aos estudantes ampliarem seus conhecimentos científicos e específicos, terem contato com a prática, estabelecerem contatos com professores e pesquisadores qualificados, vivenciarem uma área de atuação profissional, além de proporcionar um crescimento pessoal. Tais aspectos, para os sujeitos desta pesquisa, beneficiam tanto os alunos que pretendem seguir a carreira acadêmica como os que pretende seguir uma carreira profissional fora da universidade. Dessa maneira, o papel pedagógico da Iniciação Científica é o ponto chave desta atividade. Com isso, os momentos de participação do graduando em atividades de pesquisa não podem se restringir apenas à Iniciação Científica, que nem é aberta a todos os alunos, mas devem estar assegurados no currículo formal dos cursos de graduação, para que todos os alunos sejam beneficiados pela natureza da atividade de pesquisa e vivenciem os momentos de satisfações proporcionados por essa atividade.

Instituição de fomento: CNPQ

Palavras-chave: universidade, graduação, pesquisa

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