60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal

ÍNDICES DE APROVEITAMENTO DO SERRADO BRUTO EM MADEIRA BENEFICIADA OU APARELHADA DA ESPÉCIE IPÊ (TABEBUIA SERRATIFOLIA (VAHL) G. NICHOLS)

Helber Yanaguibashi Shibata1
Sueo Numazawa2

1. Discente do curso de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Prof. Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia - Orientador


INTRODUÇÃO:
A Instrução Normativa No 001 do IBAMA/MMA estabelece um índice de aproveitamento de 2m3 de tora para 1m3 de madeira serrada, equivalendo a 50% de rendimento.Porém, existem empresas que não utilizam o volume em toras como matéria prima, e sim, o produto denominado de “serrado bruto” que é resultante do primeiro desdobramento das toras, beneficiadas para a obtenção de produtos semi-acabados como piso, deck e produto china. Para determinação correta dos índices de rendimento e perda do serrado bruto a Universidade Federal Rural da Amazônia em parceria com a indústria Nordisk Timber Ltda, realizou o estudo técnico utilizando a espécie Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson, conhecido comercialmente como ipê - amarelo, espécie arbórea pertencente à família Bignoniaceae, encontrada em quase todo o território nacional.

METODOLOGIA:
O material estudado foi disponibilizado pela indústria NORDISK TIMBER LTDA. Os lotes para estudo foram escolhidos de maneira aleatória. Para tanto, foram destacados 150m³ de “serrado bruto”, de onde foram extraídas 30 unidades de amostra, sendo utilizadas 10, como repetição, para cada um dos processamentos mecânicos de conversão para piso, deck e china. Para avaliação do rendimento do processo de conversão de “serrado bruto” em outros tipos de produtos foi necessário obter o volume real de cada peça, com base no produto da largura, espessura e comprimento. O volume total real das pilhas de “serrado bruto” selecionado no pátio da indústria foi obtido pela somatória do volume individual de cada peça. O aproveitamento foi calculado para cada um dos três tipos de produtos beneficiados. Para garantir uma precisão aceitável para os valores das taxas de aproveitamento, definiu-se então que a amostragem realizada de 10 unidades de amostra deveriam atender um limite de erro máximo admissível de 10%, ao um nível de 95% de probabilidade. Assim, determinou-se as estatísticas referentes à média, desvio padrão, Coeficiente de Variação, o número de unidades de amostra que seria necessário para atender a precisão inicialmente requerida (10%), bem como, o erro de amostragem (EA%).

RESULTADOS:
O rendimento em piso foi de 59,4%, tendo-se registrado os limites de Intervalo de Confiança para a média entre 54.3% e 64,5%. O Coeficiente de Variação das taxas de Aproveitamento de “Serrado bruto” em piso de ipê foi de 11,9 % e o valor de n foi de 8 unidades. Isto indica que o número de 10 unidades de amostra utilizadas foi suficiente para atender a precisão requerida para α = 0,05 e E %= 10%, uma vez que o Erro de Amostragem obtido foi de EA% = 8,54%. O rendimento em deck foi de 67,2 %, com Intervalo de Confiança de 62.76 a 71.72%. O coeficiente de Variação foi de 9,3 % e o valor encontrado para n de 5 unidades indica que o número de 10 unidades de amostras utilizadas foi suficiente para atender a precisão requerida para α = 0,05 e E = 10%, tendo em vista que o Erro de Amostragem foi de EA% = 6.6 %. O rendimento em china foi de 77,8 %, tendo os limites de intervalo de confiança entre 70,3 % e 85,3 %. O coeficiente de variação foi de 13,4% e o valor de n foi de 10 unidades indicando que o número de 10 amostras utilizadas foi suficiente para atender a precisão requerida para α = 0,05 e E = 10%, uma vez que a precisão alcançada pela amostragem foi de um Erro de EA% = 9,6 %.

CONCLUSÕES:
Quanto maior o número de cortes efetuados (piso>deck>china) para se produzir às peças, menor é o rendimento, consequentemente, maior o quantitativo de resíduos gerados no processamento do serrado bruto. As perdas de madeira para a espécie estudada são conseqüências de dois fatores: (a) Padronização das dimensões em espessura (plaina), em largura (multisserra) e em comprimento (destopadeira); e (b) Diferenças entre as dimensões iniciais e finais das peças acabadas. Isto foi válido para todos os produtos industrializados. O rendimento em piso (59,4%) foi inferior aos produtos deck (67,2 %) e china (77,8%), isto decorrente do maior número de cortes que são dados para produzir o piso. Para a espécie ipê a conversão de serrado bruto em produto china, resultou em elevado rendimento (77,8%) explicado pelo fato desse produto não ser submetido a aplainamento, havendo perda de madeira apenas na padronização do comprimento e da largura das peças.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Tabebuia serratifolia, Serrado bruto, Aproveitamento

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