60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia

INFLUÊNCIA DO DÉFICIT HÍDRICO SOB A MASSA SECA DA RAIZ E RELAÇÃO DA MASSA SECA RAIZ/PARTE AÉREA EM PLANTAS DE SORGO

Flávio José Rodrigues Cruz1
Bruno Gonçalves Lima1
Luana Moraes da Luz1
Allan Klynger da Silva Lobato1
Cândido Ferreira de Oliveira Neto1, 2
Roberto Cezar Lobo da Costa1, 2

1. Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Prof. Orientador


INTRODUÇÃO:
O sorgo é uma planta nativa do deserto do Saara, na África (3.000 AC). O Brasil é um dos países com maiores potencialidades de adaptação e crescimento da cultura do sorgo no mundo. Em razão disso, o sorgo muitas vezes tem sido utilizado preferencialmente ao milho, principalmente em regiões áridas e semi-áridas, onde a cultura se sobressai por sua maior resistência ao estresse hídrico. A deficiência hídrica é uma situação freqüente à produção de muitas culturas, podendo gerar impacto negativo e expressivo ao crescimento e desenvolvimento das plantas cultivadas. O crescimento das raízes de sorgo está relacionado com a temperatura e é limitado pela falta de umidade no solo e disponibilidade de fotoassimilados oriundos das folhas. Um dos fatores mais importantes que afetam o uso de água e a tolerância à seca é o sistema radicular eficiente. A área foliar final é determinada pelas taxas de produção e duração da expansão, pelo número de folhas produzidas e a taxa de senescência, os quais são fatores bastante afetados pelo ambiente. Com base neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar o acumulo de massa seca da raiz e relação da massa seca raiz/parte aérea em plantas de sorgo submetidas à suspensão hídrica.

METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, PA, Brasil. As plantas foram submetidas a dois regimes hídricos [irrigado (controle) e déficit hídrico], no qual a simulação do déficit hídrico foi à suspensão da irrigação no período de 15 dias (estresse pouco severo) para as plantas com 15, 45 e 75 dias após a germinação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em fatorial do tipo 2 x 3 (duas condições hídricas: controle e déficit hídrico x três tempos de avaliação), com 5 repetições, totalizando 30 unidades experimentais, no qual cada unidade experimental foi composta de uma (1) planta/vaso. Foi aplicada a análise de variância nos resultados e comparadas as médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância, realizadas através do Sas- institute (1996) e embasadas nas teorias estatísticas preconizadas (GOMES; GARCIA, 2000). As plantas após serem coletadas, foram levadas ao laboratório de fisiologia vegetal e secadas em uma estufa de circulação forçada a 65°C por 24 horas. Através deste processo foi determinado a massa seca da raiz e da parte aérea, em balança analítica.

RESULTADOS:
Os resultados foram estatisticamente significativos (p<0,05) para o aumento da matéria seca da raiz e relação raiz/parte aérea. Os resultados revelaram um acúmulo de massa seca das raízes nas plantas sob déficit hídrico de 4,61; 8,4 e 1,37 gramas em relação às plantas controle para os três estádios fenológicos. Nas plantas com 30 e 60 dias, tiveram um aumento bastante expressivo, isso se deve a um sistema radicular mais profundo e ramificado, que o torna mais eficiente na "procura" de água do solo. No último estádio fenológico (90 dias) não houve uma diferença significativa entre os tratamentos, pois o crescimento da radicular, em geral, termina antes do florescimento, ou seja, nessa fase, a planta já obteve seu desenvolvimento radicular máximo. No caso da relação raiz/parte aérea, houve um aumento de 302,94; 247,61 e 126,31% em relação à planta controle. Esse aumento pode estar ligado ao crescimento das raízes, isso porque o déficit hídrico, aplicado foi pouco severo, e este afeta mais o crescimento da parte aérea, devido à diminuição da fotossíntese, entretanto, o aumento da das concentrações de ABA, promoveram o crescimento maior nas plantas sob déficit hídrico.

CONCLUSÕES:
Houve um aumento da massa seca da raiz e relação raiz/parte aérea, cujo aumento foi por si só, uma estratégia ou um mecanismo de defesa da planta contra a falta de água no solo.



Palavras-chave:  Sorgo, massa seca, estresse hídrico.

E-mail para contato: neto.fsvegetal@hotmail.com