60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia

ATIVIDADE DA REDUTASE DO NITRATO E CONTEÚDO RELATIVO DE ÁGUA DA FOLHA EM SOJA (GLYCINE MAX) SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO E REIDRATAÇÃO

Joze Melisa Nunes de Freitas1
Luana Moraes da Luz1
Flávio José Rodrigues Cruz1
Allan Klynger da Silva Lobato1
Cândido Ferreira de Oliveira Neto1, 2
Roberto Cezar Lobo da Costa1, 2

1. Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Prof. Orientador


INTRODUÇÃO:
A soja é uma das mais importantes oleaginosas cultivadas no mundo, pois é fonte de proteína na alimentação humana e vem sendo largamente utilizada em formulações rações para animais, além da sua utilização como óleo vegetal. O estresse é definido como um fator externo que exerce influência desvantajosa sobre a planta, dessa forma o déficit hídrico é comumente atribuído às situações em que a perda de água ocorre principalmente pela transpiração, no qual excede a absorção em intensidade suficiente para causar alterações em vários processos fisiológicos e bioquímicos essenciais que podem afetar negativamente o crescimento, floração e consequentemente a produtividade. A redutase do nitrato é a primeira enzima do metabolismo do nitrogênio, sendo extremamente sensível ao estresse hídrico e desta forma utilizada como um preciso indicador fisiológico, no qual possui a capacidade de catalisar a redução do nitrato (NO3-) em nitrito (NO2-), além de ser normalmente encontrada em folhas e raízes. O experimento teve o objetivo de investigar as respostas provocadas pelo déficit hídrico progressivo e avaliar como a reidratação pode contribuir para a recuperação do conteúdo de água na planta e atividade da redutase do nitrato, em plantas de soja (Glycine max (L.) Merril) cultivar sambaíba.

METODOLOGIA:
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em fatorial, do tipo 2x5x8 (duas condições hídricas, 0; 2; 4; 6º dias sem regas e 7º dia reidratação, 8 repetições). As plantas controle e estresse/reidratação ficaram em casa de vegetação durante 40 dias com regas diárias, nutridas com macro e micronutrientes a cada 5 dias, com solução nutritiva de (HOAGLAND and ARNON, 1950). A partir do 40º dia, supendeu-se por 6 dias as regas das plantas do tratamento estresse/reidratação e reidratando-as no 7 dia. As plantas foram levadas ao laboratório para as avaliações fisiológicas e bioquímicas. Aplicou-se ANOVA e os resultados foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de significância, usando-se o programa SAS (SAS Institute 1996). Analisou-se o conteúdo relativo de água da folha (LRWC) com discos de 10 mm de diâmetro, sendo calculado como: LRWC=[(MF-MS)/(MT-MS)]x100, onde MF é massa fresca, MT é massa túrgida medida após 24h e saturação em água deionizada à 4ºC sob escuro, e MS é a massa seca determinada depois de 48h em estufa à 80ºC (SLAVICK, 1979). Analisou-se a atividade da enzima redutase do nitrato nas folhas, retirando-se discos de folhas frescas medindo 0.5 cm2 de área, e na quantificação, as leituras foram realizadas a 540 nm (HAGEMAN and HUCKLESBY, 1971).

RESULTADOS:
O conteúdo relativo de água da folha (LRWC) das plantas sob estresse hídrico sofreu diminuição significativa, com queda progressiva de 81.5 até 60.9% do dia 0 a 6 dias, respectivamente. Entretanto, após a reidratação o LRWC aumentou de 60.9 para 83.2%, durante o período entre 6º e o 7º dia, ocorrendo a recuperação do LRWC, em relação às regadas. O déficit hídrico reduziu o LRWC, pois a transpiração reduziu o LRWC, e a taxa de reposição/assimilação foi insuficiente para manter as folhas túrgidas. A reidratação promoveu a recuperação dos níveis do LRWC, revelando a elevada capacidade desta espécie em assimilar a água e retomar a turgescência da folha. A atividade da enzima redutase do nitrato (RN) foi afetada pelo déficit hídrico nas plantas sob estresse, evidenciando-se diferenças estatísticas entre plantas controle e estresse. As plantas controle mantiveram níveis normais da atividade da enzima RN, porém, as plantas estressadas tiveram redução de sua atividade de 32.1, 18.3 e 19.6% nos pontos referentes aos 2, 4 e 6 dias, respectivamente. Após 24 horas da reidratação a atividade da RN aumentou em 96% em relação às plantas controle, revelando que esta espécie possui a capacidade de em um curto período promover a recuperação da atividade desta enzima.

CONCLUSÕES:
O estresse hídrico promoveu redução progressiva do conteúdo relativo de água das folhas das plantas sob estresse no decorrer dos seis dias de suspensão da irrigação das plantas em comparação com o tratamento controle. A reidratação das plantas sob estresse possibilitou o aumento de 26.9% no conteúdo de água da planta, mas este aumento não proporcionou a recuperação deste parâmetro, em comparação às plantas do tratamento controle. A atividade da redutase do nitrato foi severamente reduzida pela restrição hídrica no decorrer dos seis dias de suspensão das regas, com redução acumulada de 70% de sua atividade. A reidratação das plantas após o estresse hídrico promoveu um aumento de 96% da atividade da RN após 24 horas da reidratação em comparação às plantas controle, sendo a atividade desta enzima nas plantas reidratadas superior às das plantas controle. O efeito da reidratação fez com que a atividade da RN tivesse um aumento de 96%, assim como depois de 24 horas da reidratação ser realizada, o nível da atividade da RN das plantas reidratadas foi acima do nível das plantas controle, revelando que esta espécie possui a capacidade de em um curto período promover a recuperação da atividade desta enzima.



Palavras-chave:  Restrição hídrica, redutase do nitrato, conteúdo relativo de água das folhas.

E-mail para contato: neto.fsvegetal@hotmail.com