60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem

TECNOLOGIA COMPUTACIONAL EM AMBIENTES DE APRENDIZAGEM: UMA INICIATIVA VOLTADA AO USO DO COMPUTADOR NO ENSINO DE FÍSICA E DE MATEMÁTICA APLICADA À FÍSICA

Eloi Feitosa1
Rosemara Perpetua Lopes2
Wallance Moreira Pazin3

1. Prof. Dr. Departamento de Física - UNESP/IBILCE
2. UNESP/FCT
3. UNESP/IBILCE


INTRODUÇÃO:
A sociedade muda historicamente, sendo marcada, nos dias atuais, pela presença das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). O novo cenário impõe mudanças educacionais. O aluno formado no século XXI necessita aprender a reconhecer e a utilizar meios tecnológicos, evitando manipulações pela imagem. A utilização de tecnologias computacionais pouco exploradas poderia enriquecer um processo de ensino-aprendizagem cristalizado. Há um elevado número de simulações computacionais disponíveis na Internet, mas fatores como idioma estrangeiro e falta de informação dificultam e/ou inibem a utilização desses recursos por professores da rede pública. Para mudar esta realidade, elaborou-se um trabalho voltado ao ensino médio, pelo qual se tem empreendido seleção criteriosa e armazenamento de programas que simulam experimentos reais de Física, além de estudos sobre modos de utilização de applets na aprendizagem de Física. A iniciativa tem como metas: incluir a escola na realidade tecnológica que caracteriza a sociedade atual, reduzindo a assimetria que caracteriza a relação entre ambas; tornar o ensino de Física mais interessante, tangível e eficaz ao aluno, para que se torne participante ativo no processo educativo e aprenda a utilizar o computador como ferramenta de aprendizagem.

METODOLOGIA:
Este trabalho tem caráter interdisciplinar, visto que envolve Física, Matemática, Pedagogia e Computação. Focaliza possibilidades de ensino-aprendizagem de Física por meio da tecnologia computacional. Prevê atividades on-line (busca, seleção, armazenamento e divulgação de material didático) e presenciais, num contato direto com o pessoal da escola, em ambiente escolar ou universitário. Voltado à pesquisa-ação, adota a realidade de escolas públicas e do alunado como referencial, a Internet como fonte operacional e os alunos de graduação e mestrado como co-autores de suas realizações. Contempla fundamentos matemáticos e físicos integralizados, a saber, grandezas escalares e vetoriais, funções, gráficos de equações, estatística, mecânica, termodinâmica, eletricidade, magnetismo e ótica, entre outros, em condições específicas de aprendizagem. É orientado por questionamentos intermitentes e salutares sobre os modos de incorporação da tecnologia na educação.

RESULTADOS:
Atuar em ambientes de ensino-aprendizagem tem sido um desafio constante. Não se pode pretender alterá-los por meio de um trabalho descontínuo ou distante de suas necessidades concretas. O trabalho aqui descrito vem se estruturando há pouco mais de um ano. Nesse período, foi possível ampliar a visão de professores sobre as possibilidades de uso do computador no ensino, interagir com a comunidade escolar por meio da promoção de eventos educacionais, apresentar fenômenos físicos por meio de simulações virtuais ao pessoal da escola, elaborar material didático de apoio quando solicitado. Em suma, tem-se alcançado, ainda que timidamente, o objetivo de levar a tecnologia à escola, maximizando as chances de aprendizagem do aluno em Física e oferecendo ferramentas didáticas complementares ao profissional docente. Em suma, tem-se constatado que o ensino de Física torna-se tão mais interessante quanto menos abstrato. A Física das equações e fórmulas decoradas cede lugar ao movimento das idéias do educando.

CONCLUSÕES:
Dificuldades de aprendizagem geradas pelo grau de abstração de conceitos de Física e de Matemática fazem-se minimizadas pelo uso do computador. Em face de situações-problema, desafiado em seu conhecimento, o aluno busca respostas, tornando-se motivado à aprendizagem. Nesse sentido, o uso de ambientes virtuais de aprendizagem é positivo, ainda mais quando os programas e/ou software utilizado promove e amplia a interação aluno-computador. Apesar das vantagens, é preciso refletir sobre a presença de recursos computacionais em instituições de ensino nas quais ainda hoje o professor passa a matéria na lousa para os alunos copiarem. Conclui-se, portanto, que, sob certas condições, as TIC constituem avanço, mas não são milagrosas. A qualidade do trabalho com simulações computacionais mostra-se estreitamente vinculada ao envolvimento do professor e da escola com a aprendizagem de seus alunos, aos conhecimentos e habilidades do professor sobre tecnologias, ao apoio da escola a iniciativas que apresentem modos alternativos e contemporâneos de concretizar os fins a que se destina a educação escolar, ao compromisso, entendimento e mobilização dos agentes educacionais para a mudança.

Instituição de fomento: Pró-Reitoria de Graduação da UNESP



Palavras-chave:  Ensino-aprendizagem de Física, Tecnologias na educação, Ambientes de aprendizagem

E-mail para contato: eloi@ibilce.unesp.br