60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal

DETERMINAÇÃO DE PROTEINA BRUTA, FÓSFORO E POTÁSSIO EM PERÍODOS EQUIDISTANTES DE COLETA, NAS PORÇÕES MORFOLÓGICAS DO MATA-PASTO (CÁSSIA TORA, LINN).

Ana Flávia Felix Farias1
José Pires Dantas1, 3
Erik Ermano Pereira da Silva2
Natália Tito Pereira1
Gilberlândio Nunes da Silva1
Marcelo Marques Fontes1

1. Depto. de Química – DQ – UEPB – Campina Grande - PB
2. Centro de Tecnologia. e Recursos Naturais – CTRN – UFCG - Campina Grande - PB
3. Prof. Dr.


INTRODUÇÃO:
O Nordeste do Brasil tem a maior parte de seu território ocupado por uma vegetação xerófila, de fisionomia e florística variada, denominada “caatinga”, que ocupa cerca de 11% do território nacional. Na cobertura vegetal das áreas da região Nordeste, a caatinga representa cerca de 70%. Entre as diversas espécies arbustivas e subarbustivas que merecem destaque na caatinga, está o mata-pasto (Cássia tora, Linn), da família das leguminosaea Cesalpinióideas, planta invasora dos campos abertos e pastagens, germinando e crescendo a cada ano com as primeiras chuvas. Sua alta palatabilidade quando secas, indica que pode ser utilizado também como feno para diminuir a carência alimentar dos animais no período da estiagem. Essa forragem quando verde não é palatável pelos bovinos, caprinos e ovinos, por apresentar sabor amargo e cheiro desagradável sendo então, desprezada. Fenada, porém, constitui um alimento rico em proteína, o mesmo acontecendo com as vargens, muito procurados pelos mesmos quando secas. Em face do exposto, este trabalho tem como objetivo avaliar os teores de proteína bruta em porções morfológicas do mata-pasto coletadas em períodos eqüidistantes, para definir a melhor época de fenagem, da espécie para fins de incorporação a economia silvo pastoril.

METODOLOGIA:
Iniciando o período chuvoso, foi selecionada uma área de ocorrência do mata pasto e coletadas amostras de cinqüenta plantas inteiras ao acaso, onde a primeira coleta ocorreu aos 15 dias após a emergência da planta e daí em diante em intervalos de 15 dias até a época de formação das vargens com a maturação plena das sementes. O material vegetal colhido foi acondicionado em sacos de fibra e levado ao laboratório onde foram tomados os parâmetros de crescimento, sendo acondicionado em sacos de papel e submetido à secagem e estufa digital com circulação forçada de ar. Após seco e pesado, o material foi moído, em moinho inox, sendo a porção moída tamisada em peneira ABNT =20. Todo o material moído foi submetido a analises química constaram de Nitrogênio, fósforo e potássio seguindo a metodologia recomendada por TEDESCO, et. al (1995) e bromatológica constarão de analises de proteína bruta, conforme metodologia recomendada por SILVA (1992). Os parâmetros obtidos de crescimento, além dos índices, bromatológicos e químicos obtidos, foram tabulados, o que ofereceu subsídios ao estabelecimento de curvas de resposta que indicaram o período de maior ou menor concentração de proteína bruta no material analisado, definindo a melhor época para o corte da planta para submissão à fenação.

RESULTADOS:
A base de dados de valor nutritivo do mata-pasto consta de três tabelas com valores de análises dos parâmetros de crescimento, das análises químicas e bromatológicas. As variações mais elevadas observadas dentre os dados de composição químico-bromatológico foram para a Proteína Bruta (46,06% nas folhas aos 45 dias) onde se destacam as variações para estágios e processos de produção vegetal. Com os parâmetros de crescimento foi possível perceber que com o desenvolvimento do mata-pasto há um decréscimo do teor de proteína bruta, comprovando que o melhor período de corte para fins de fenação é aos 45 dias. Os dados obtidos de fósforo, potássio e cinzas nos dão uma base comparativa entre esses teores, mostrando que, além da grande variedade de nutrientes presentes no mata-pasto provados pelos maiores teores de cinzas (Caule - 60 dias - 4,99%) há também a viabilidade de corte desta forrageira entre os períodos de 15 e 60 dias respectivamente, onde se encontra um maior acúmulo de fósforo (Caule - 1,29% ) e potássio (Caule - 0,72%).

CONCLUSÕES:
A melhor época para coleta do mata-pasto para fenação deverá ocorrer aos 45 dias após a germinação, pois é nesse estágio vegetativo da planta onde ocorrem os maiores teores de proteína bruta nas folhas (46,06%), apesar das analises terem apresentado outros nutrientes de teores elevados de acordo com o período da coleta como: Fósforo e Potássio devem-se levar em conta que, para a nutrição animal a proteína bruta é fundamental, tanto para o ganho de peso como para a produção de leite o que prova a viabilidade deste produto na alimentação animal, haja vista essa porção morfológica ser de grande palatabilidade.

Instituição de fomento: Universidade Estadual da Paraíba

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Caatinga, Mata-Pasto, Morfológicas

E-mail para contato: anafffr@hotmail.com