60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO EM CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE EPILEPSIA POR MEIO DAS PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET

Andréa Carla Machado1, 2
Simone Aparecidada Capellini2, 3

1. Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR
2. Universidade Estadual Paulista - UNESP -campus Marília
3. Profa. Dra.


INTRODUÇÃO:
A função cognitiva é a capacidade que o cérebro humano possui para processar a informação vinda do mundo externo e programar o comportamento mais oportuno. Sob essa perspectiva a epilepsia e suas diversas manifestações clínicas e comportamentais, bem como a terapêutica com drogas antiepilépticas podem afetar o funcionamento cognitivo de pacientes acometidos por essa condição. Assim, a função intelectual nos pacientes epilépticos é influenciada por uma combinação de fatores, incluindo idade de início das crises, tipos de crises, etiologia, fatores hereditários e fatores psicossociais. Nessa direção o ato de aprender, de uma forma geral, além de ser um ato psicomotor, é também um processo cognitivo, que depende das funções corticais superiores. Para tanto, a investigação psicopedagógica mostra-se valiosa contribuindo para o desenvolvimento acadêmico e diminuição do fracasso escolar de crianças acometidas por essa patologia. Esse estudo tem o objetivo de descrever o desempenho em provas operatórias de dois casos de crianças com epilepsia generalizada com bom prognóstico e ausência clássica.

METODOLOGIA:
Participaram desse estudo clínico duas crianças do sexo masculino com 8 e 9 anos de idade, cursando o Ensino Fundamental com diagnóstico de epilepsia generalizada em atendimento clínico psicopedagógico. Foram aplicadas cinco provas operatórias do exame clínico de Piaget: Prova de Conservação de liquido, Conservação de massa, Conservação de matéria, Conservação de classes e Seriação. A análise foi baseada nas respostas e justificativas das crianças.

RESULTADOS:
Ambos os pacientes tiveram condutas não-conservativas com respostas que demonstraram instabilidade nas noções operatórias. Assim, foram classificados na fase pré-operatória, ou seja, as crianças ainda apresentam noções cognitivas anteriores às esperadas para suas idades cronológicas. Os dados obtidos sugerem que provas operatórias auxiliaram na análise das funções cognitivas

CONCLUSÕES:
Dentro dessa visão piagetiana, o conhecimento se constrói pela interação entre sujeito e o meio, de modo que, do ponto de vista do sujeito, ele não pode aprender algo que esteja acima de seu nível de competência cognitiva. Dessa forma, as provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o nível de estrutura cognitiva que opera. Assim, as dificuldades de raciocínio lógico dos pacientes com epilepsia encontrada nesse estudo favorecem a importância do diagnóstico operatório para a investigação do problema e direcionamento da conduta a ser tomada nessa população.

Instituição de fomento: CNPq



Palavras-chave:  Epilepsia, Avaliação, Cognição

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