60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem

A ENFERMAGEM ATUANDO NO ATENDIMENTO AO INDIVÍDUO COM DIAGNÓSTICO DE RISCO PARA SUICÍDIO

Jailson Alberto Rodrigues1
Wendell Soares Carneiro1
Fabiana Josino Bezerra Dos Santos1
Silvana Gonçalves Leite1
Allan Martins Ferreira1
Sônia Maria Josino Dos Santos1

1. Faculdades Integradas de Patos


INTRODUÇÃO:
O suicídio é todo caso de morte resultado de um ato executado pela própria vítima e que ela sabia o produto final, é compreendido como um transtorno multidimensional resultado de fatores fisiológicos, ambientais e sociais A tentativa é o ato assim definido, mas interrompido antes de resultar em morte. O suicídio varia de grau na razão inversa do grau de integração dos grupos de que o indivíduo faz parte, pois a violência e a ira se exteriorizam e tornam-se fatais. Grande parte dos suicidas tem transtorno mental diagnosticável, sendo o estresse um fator que agride a saúde do indivíduo o condicionando a isso, mediante a isso se pretende descrever a atuação da enfermagem do Programa Saúde da Família (PSF) no atendimento ao paciente com risco para suicídio, além de relatar a intervenção dos mesmos quando há risco para suicídio, pois o Programa coloca a enfermagem em um importante papel na prevenção e enfrentamento do suicídio, uma vez que esta atua no meio social, na comunidade e na família dos indivíduos, ou seja, nos locais onde se originam os principais determinantes do processo saúde-doença.

METODOLOGIA:
A pesquisa foi do tipo exploratório descritivo transversal, com delineamento qualiquantitativa, em campo, realizado na zona urbana e rural nas cinco Unidades de Saúde da Família-USF no município de Malta, Paraíba, durante o mês de Janeiro de 2008. A população foi composta por enfermeiros que atuam nas unidades, a amostra constou com os enfermeiros de todas as unidades e famílias de suicidas do município. Os dados foram coletados utilizando-se um Roteiro de Entrevista com perguntas objetivas e subjetivas gravadas e escritas, conforme a disponibilidade dos entrevistados, onde os participantes assinaram um termo de livre esclarecimento de sua voluntariedade, anonimato e direitos de desistência, seguindo-se assim, o que recomenda o Conselho nacional de Ética em Pesquisa quando se trata de estudos envolvendo seres humanos na sua Resolução 196/96 (BRASIL, 1996).

RESULTADOS:
Baseado nas médias nacionais de suicídios nos últimos anos (10,15 por mil habitantes) vê-se que a média municipal do município em estudo esta, consideravelmente alta (1,25 pro mil habitantes), quando se fala de uma localidade de aproximadamente 6.314 habitantes. Os principais caracteres regionais dos auto-infligidas foram: 80% do gênero masculino, 20% feminino; 60% eram casados, 40% solteiros; 80% era analfabetos, 20% alfabetizados; 60% residia na zona urbana, 40% na rural, a literatura apenas não faz juz a classificação do estado civil, onde observa-se que o número de solteiros que cometem suicídio é inferior aos casados na mesma classificação. Segundo os familiares, os indivíduos suicidas tinham alguns vícios, haviam perdido algum ente querido e, passavam por péssimas condições financeiras. Quanto aos profissionais participantes, 80% tem tempo de formação inferior a cinco anos, 20% entre 6 e 10 anos. 60% trabalha, em média há cinco anos na USF, com 80% sendo pós-graduado, 20% não e estes mesmos 80% não possuem capacitação psicológica para lidar com o problema. Para os familiares, a saúde mental da USF deveria ser melhor trabalhada, pois o serviço público não oferece tratamento psicológico, nem a assistência de enfermagem é adequada.

CONCLUSÕES:
O suicídio é um problema de saúde público, que no município estudado reflete a realidade, em relação ao tema. Traçar o perfil dos suicidas e enfermeiros, de certa forma esclarece a problemática. Os profissionais deveriam contribuir de forma a prevenir a morte auto-infligida e seus danos, em sintonia com a intimidade da humanização e da integralidade, através dos resultados pode-se informar e sensibilizar a comunidade científica, civil e governamental sobre a dimensão da problemática do tema. Percebe-se que, na maioria das vezes, a vitima é mais um “excluído” da sociedade que sofre os efeitos do sistema estereotipista vigente, além dos transtornos psíquicos ao qual enfrenta.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Suicídio, Enfermagem, Atendimento

E-mail para contato: jailson_rodrigues@ig.com.br