60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DOS ESTABELECIMENTOS DE ALIMENTAÇÃO EM BELÉM, PARÁ

Isabelle Christine Vieira da Silva Martins1
Gabriella Spinelli1
Pricila Ferreira de Luna1
Prycyla Greyce Freitas de Melo1
Karla Daniella Leite Alcântara1
Valéria Rodrigues de Oliveira2

1. Universidade Federal do Pará (UFPA)
2. Prof.Drª Adjunto do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA- Orientador


INTRODUÇÃO:
Segundo a Resolução de Diretoria Colegiada, RDC 216/04, de 15/09/2004, estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), todos os estabelecimentos de alimentação devem ter condições higiênico-sanitárias que garantam a produção de alimentos seguros, de forma a reduzir os surtos causados por doenças transmitidas pelos alimentos, garantindo assim a proteção à saúde da população. Tendo em vista o cumprimento da legislação, este estudo tem por objetivo verificar as condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos observando a aplicação das boas práticas na manipulação, armazenagem e comercialização dos alimentos.

METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em Belém-Pará, em 64 estabelecimentos, sendo 12 lanchonetes, 18 padarias e 34 restaurantes. Foram aplicados formulários baseados no item 4 da RDC 216/04 (Boas Práticas para serviços de alimentação) às pessoas que trabalham diretamente com os alimentos.Estes foram aplicados em duas partes, a primeira com dados comportamentais do responsável e a segunda com quesitos de observação, para se verificar segundo as normas do Manual de Boas Práticas (MBP) e os Procedimentos Operacionais Padronizados (POP), a exigência e aplicabilidade de documentações e registros cabíveis, segurança e eficiência na preparação e exposição dos alimentos nestes locais e as condições higiênico-sanitárias da alimentação servida à população.

RESULTADOS:
Verificou-se que 98,44% dos entrevistados dizem ter conhecimento de higiene variando de conceito bom para excelente (6 – 10). Contudo 62,5% relataram nunca terem feito curso de higiene e 29,7% nunca ouviram falar em bactéria. Dos 56% de estabelecimentos que servem verduras apenas 28% fazem o procedimento correto de higienização e este número cai para apenas 22,45% nos que servem frutas. Sabendo da importância do homem enquanto vetor de microorganismos para o alimento, questionou-se se o manipulador possui carteira de saúde, pois através dela pode se ter o controle e prevenção de possíveis infecções e doenças parasitárias. Dos 71,87% que afirmaram ter a carteira de saúde, 39,13% não são obrigados pelo estabelecimento. Quanto à proteção do manipulador observou-se que 42,26% não usam tocas e redes. Quanto aos itens de observação detectou-se que 68,85% não monitoram a temperatura no local onde são armazenados os alimentos, dados estes preocupante, já que temperaturas entre 5º e 65°C são favoráveis à proliferação de microorganismos patogênicos. Questionados sobre o MBP e o POP, 53,12% dizem saber o que são, porém 64,7% destes não possuem nenhum dos documentos solicitados por este. Em 79,54% dos locais visitados pela ANVISA não foi solicitado nenhum documento relacionado ao POP.

CONCLUSÕES:
A partir dos resultados obtidos faz-se necessário a ampliação das ações de controle sanitário por parte dos órgãos responsáveis e da divulgação e implementação de boas práticas para proprietários e manipuladores, uma vez que 92,2% dos entrevistados se mostraram interessados em participar dos cursos de higiene que sejam oferecidos pela Universidade Federal do Pará, proporcionando assim melhoria das condições higiênico-sanitárias do alimento preparado.



Palavras-chave:  Alimentos, Manual de Boas Práticas, Condições higiênico-sanitárias

E-mail para contato: oliveira@ufpa.br