60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO MICOLÓGICO DE ONICOMICOSE: SITUAÇÃO ATUAL DA PRÁTICA MÉDICA DERMATOLÓGICA EM CUIABÁ-MT

Pattrícia Alves Vieira1
Alessandro Aparecido Devens1
Diego Geraldino1
Rosane Christine Hahn1

1. Departamento de Farmácia e Bioquímica - UNIC - Cuiabá (MT)


INTRODUÇÃO:
Onicomicose é um termo amplo atribuído às infecções fúngicas que atingem as unhas. Quando causada por dermatófitos, é denominada Tinea unguium e quando por leveduras, oníquias. Existem ainda as paroníquias que são infecções ao redor das unhas. Os dermatófitos são fungos capazes de parasitar tecidos queratinizados do homem, de animais ou retos de queratina encontrados no solo. As leveduras são fungos, geralmente oportunistas, pois fazem parte da microbiota endógena humana, manifestações clínicas das doenças são as mais variadas, podendo ser subaguda, aguda ou crônica. Pouca importância tem sido dada as onicomicoses, embora representem a principal causa das onicopatias. Seu diagnóstico e, conseqüentemente, os tratamentos, devem ser aprimorados. O correto diagnóstico inicia-se com a observação dos aspectos clínicos das lesões seguidos por adequada coleta de amostras biológicas. Após essas etapas são realizados os exames micológicos direto e a cultura para fungos, seguindo os esquemas pré-estabelecidos para a identificação dos respectivos agentes. As etiologias das onicomicoses são parâmetros indispensáveis que norteiam a correta prescrição terapêutica e garantem o sucesso do tratamento. Nesse trabalho procurou-se avaliar a prevalência dos agentes acusadores de onicomicose e realçar a necessidade do diagnóstico diferencial com outras afecções das unhas, bem como a prática médica quando a solicitação de exames micológicos para nortear a instituição terapêutica.

METODOLOGIA:
Foi realizado questionário padronizado na forma de entrevista com dermatologistas que atuam em serviços privados e públicos de Cuiabá-MT. O questionário foi parâmetro para discutir os dados obtidos nas incoerências entre situação real e/ou ideal envolvendo diagnóstico e tratamento de onicomicose. Foi proposto à comunidade médica (equipe dermatológica do HGU), a solicitação constante do diagnóstico micológico objetivando a especificidade quanto ao agente etiológico e posterior tratamento adequado.

RESULTADOS:
Com relação a pacientes com suspeita de onicomicose, apenas 14% dos dermatologistas entrevistados optaram pela conduta ideal que seria a realização de Exame Micológico Direto (EMD), cultura e identificação; 14% acreditam que o aspecto clínico determina a instituição terapêutica e que realizaria cultura apenas em casos de recidivas, e 72% optaram pela realização apenas do Exame Micológico Direto. Sobre a escolha da medicação utilizada para onicomicoses nas mãos, foram citados seis medicamentos, estabelecendo assim certa incoerência, assumindo o desconhecimento da verdadeira etiologia das infecções. Este fato adquire relevância quando reportamos ao percentual de fungos resistentes a fluconazol e itraconazol, medicamentos que foram mais indicados pelos dermatologistas (25% cada). Em relação à onicomicose nos pés, apenas a amorolfina (18%) foi inclusa com alternativa terapêutica, havendo também controvérsia por parte dos dermatologistas, pois sabe-se que a prevalência de certos fungos nas mãos é diferente da prevalência observada nos pés. O período para tratamento de onicomicoses das mãos variou em 3 a 12 meses enquanto para onicomicoses nos pés foi detectada uma média 6 a 12 meses, devido a região ser menos vascularizada e unhas mais espessas, apresentando maior umidade em conseqüência do uso de calçados fechados, causa principal de recidivas. Referente à escolha da medicação, 87% preferem medicação tópica e sistêmica associadas, onde há acometimento de grande parte da unha ou em mais de uma unha.

CONCLUSÕES:
De acordo com resultados obtidos nos questionários padronizados com dermatologistas, concluímos que a grande maioria dos dermatologistas escolhem apenas EMD (exame micológico direto) para confirmar a presença da infecção fúngica e com base em apenas neste dado o tratamento é iniciado, sendo este utilizado na maioria das vezes representadas por medicação tópica. Contudo, não apenas à adesão do paciente ao tratamento medicamentoso irá fazer com que este tenha o êxito desejado, mas também orientações gerais devem ser dadas ao paciente com o objetivo de evitar o aparecimento de recidivas destas infecções.



Palavras-chave:  onicomicoses, prevalência, tratamento

E-mail para contato: farmapatty@gmail.com